ReTERRORspectiva 2012

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Por mais assustador do que se possa imaginar, o mundo não acabou em 2012! Mas, chegou próximo disso: a Luíza voltou do Canadá, a grávida de Taubaté não pariu, sites de downloads foram fechados, Wando, Whitney Houston, Chico Anysio, Hebe e Niemeyer morreram, Corinthians foi campeão da Libertadores… e a Terra continuou girando para nossa alegria. Que deselegante! – você poderia dizer. Ora, as mina piravam em estilinhos populares protagonizados por seres como Michel Teló e Gusttavo Lima, os verdadeiros significados da palavra horror!

Foi um ano desastroso, trágico e extremamente fraco para o gênero fantástico! Não tivemos grandes estreias, nem produções capazes de gerar polêmicas como A Serbian Film, embora um ursinho chamado Ted tenha tido destaque nas mídias especializadas por seu estilo politicamente incorreto. Também houve a ausência sentida do festival CineFantasy, em São Paulo, apesar do Espantomania, em 10 e 11 de agosto, ter feito a sua parte com ótimos filmes, incluindo a Mostra Martelo do Horror, com a exibição de Epidemia de Zumbis e A Mortalha da Múmia/O Sarcófago Maldito, e a premiação para o Melhor Curta Vontade, de Fabiana Servilha, e Melhor Trilha Sonora para Desalmados, de Rafael Borghi, O Melhor Longa-Metragem ficou para Alucardos: Retrato de Un Vampiro, de Ulises Guzman Reyes, que também foi exibido no Fantaspoa 2012, ocorrido entre 4 e 20 de maio.

 

O VIII Festival Internacional de Cinema Fantástico de Porto Alegre teve a maior edição de sua história com aumento de produções e público. Desalmados também foi reconhecido como Melhor Curta Nacional Live-Action, assim como se destacaram Pushin’ up Daisies, de Patrick Franklin, considerado o Melhor Longa-Metragem da Mostra Apocalipse Zumbi; Kid-Thing, de David Zellner, na Mostra Panorâmica, Toupeiras, de Emiliano Romero, na Mostra Ibero-Americana; e O Alvo, de Alexander Zeldovich, na Mostra Competitiva Internacional. Além de conferir esses longas, os espectadores puderam interagir com nomes conhecidos do gênero fantástico como David Schmoeller (Armadilha para Turistas e Bonecos da Morte) e Stuart Gordon (Dagon e Re-Animator).

Outros Festivais também aconteceram pelo país, permitindo a aproximação dos fãs com cineastas brasileiros e produções sensacionais. O Guarú Fantástico, em sua segunda edição, ocorrida entre 30 e 31 de agosto, invadiu a Universidade de Guarulhos levando o horror de Moroi, de Fritz Martiliano, Necrochorume, de Geisla Fernandes, DR, de Felipe M. Guerra e Joel Caetano, e Morte e morte de Johnny Zombie, de Gabriel Carneiro, entre inúmeras produções. O RioFan 2012, entre 9 e 12 de agosto, também deixou sua marca com Nervo Craniano Zero, de Paulo Biscaia Filho, Porto dos Mortos, de Davi de Oliveira Pinheiro, e Polvora Negra, de Kapel Furman. Mesmo não tendo efetivamente o festival CineFantasy, foram exibidas mensalmente diversas produções de festivais passados, além da Mostra Os Clones de Star Wars, entre os dias 17 e 25 de agosto.

Se o horror fez bonito nos festivais, não se pode dizer o mesmo nos cinemas. Marcado pelo retorno 3D de longas como Titanic e Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma 3D, os fãs do gênero só puderam se contentar com o aguardado Prometheus, o prequel de Alien. O ano será lembrado pelos remakes Millennium – Os Homens que não Amavam as Mulheres, A Mulher de Preto, Sombras da Noite, Dredd, Vingador do Futuro, A Casa Silenciosa e continuações como Motoqueiro Fantasma 2 – Espírito de Vingança, Anjos da Noite 4 – O Despertar, Fúria de Titãs 2, Homens de Preto 3, Resident Evil 5: Retribuição, A Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 2 e Atividade Paranormal 4. Novamente tivemos filmes do estilo Found Footage como Filha do Mal, Poder sem Limites, Projeto Dinossauro e o já citado AP 4 sendo exibidos nos cinemas, enquanto longas elogiados foram esquecidos: O Segredo da Cabana, Killer Joe e God Bless America.

 

R.I.P.

Entre as perdas de 2012, tivemos Tony Scott (Fome de Viver, de 1983, Top Gun – Ases Indomáveis, de 1986…), falecido em 19 de agosto; Michael Clarke Duncan (ator de À Espera de Um Milagre, de 1999, O Planeta dos Macacos, de 2001…), em 3 de setembro; Richard Lynch (Halloween – O Ínicio, de 2007, Laid to Rest, de 2009, Necronomicon – O Livro Proibido dos Mortos, de 1993…), em 19 de junho; Deborah Raffin (Desejo de Matar 3, de 1985, Scanners 2 – A Força do Poder, de 1991…), em 21 de novembro; Lupe Ontiveros (Os Goonies, de 1985, Candyman: Dia dos Mortos, 1999…), em 26 de julho, entre muitas outras. No entanto, nenhuma causou maior comoção do que a de Carlos Reichenbach, falecido em 14 de junho, um dos principais diretores da Boca do Lixo de São Paulo.

11 Anos de Boca do Inferno

O aniversário do site foi conturbado, devido a problemas com o servidor de hospedagem e o excesso de visitantes. Também não tivemos um encontro imenso como ocorrido em 2011, com a união de 7 participantes do site. No entanto, o Boca do inferno ganhou nomes de peso entre seus colaboradores como as eficientes Estela Heise e Silvana Perez, enchendo a página de notícias diárias, e Tiago Toy (de Terra Morta), Ivo Costa e Ivandro Godoy (do GoreBoulevard), com suas críticas interessantes envolvendo pérolas do gênero. O site também conseguiu ser reconhecido através de entrevistas para jornal, como a matéria Cinemedo, e a participação no programa Moviola, do canal PlayTV, com Marcelo Milici falando sobre a franquia Alien, e uma rápida aparição na TV Record, numa reportagem sobre horror e emagrecimento.

Os Melhores e Piores de 2012

Como foi feito no ano passado, os colaboradores do site foram convidados a opinar sobre as melhores e piores produções que acompanharam em 2012. Aproveitem o espaço dos comentários para elaborar suas próprias listas e mencionar os destaques do ano passado.

Por Marcelo Milici

Melhores:
Killer Joe
God Bless America
O Segredo da Cabana
O Despertar
Poder Paranormal

Piores:
Piranha 3DD
Projeto Dinossauro
Txixt
Chernobyl
O Corvo

por Ivo Costa

A Mulher de Preto (2012) (4)

Melhores:
A Mulher de Preto
God Bless America
O Segredo da Cabana
Kill List
Killer Joe

Menção Honrosa para Mientras Duermes

Piores:
Prometheus
V/H/S
Jogos Vorazes
Filha do Mal
O Intruso

por Filipe Falcão

Melhores:
A Mulher de Preto
A Entidade
Prometheus
Frankenweenie
O Hobbit

Piores:
A Hora da Escuridão
Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma 3D
Jogos Vorazes
A Casa Silenciosa
Atividade Paranormal 4

por Silvana Perez

Melhores:
O Segredo da Cabana
Prometheus
The Tall Man
God Bless America
A Entidade

Piores:
A Última Casa da Rua
V/H/S
Resident Evil 5: Retribuição
A Aparição
Filha do Mal

por Gabriel Paixão

Segue meu top / bottom five de 2012. Procurei privilegiar filmes lançados no Brasil em 2012, mas uma ou outra exceção pode ter acontecido. Abraços e um excelente 2013 para todos nós.

Os 5 Melhores de 2012

5) Millennium – Os Homens que não Amavam as Mulheres: A adaptação americana do primeiro livro da trilogia do autor sueco Stieg Larsson é um convite ao suspense de primeira classe, tratando-se de mais um trabalho excelente do diretor David Fincher. A ambientação, a complexidade dos personagens e da trama, a química entre os protagonistas Daniel Creig e Rooney Mara, a violência e uma das aberturas mais geniais que vi em muito tempo. Nem parece que tem quase 3 horas de duração, pois passa bem rapidinho.

4) Prometheus – A piadinha é involuntária e frequente: Prometheus, mas não cumprius. De fato, quem esperava um efetivo prequel para Alien” foi surpreendido por uma trama lenta e com conexões tênues para a popular franquia, por isto a polêmica em volta de Ridley Scott e seu retorno ao gênero fantástico desde Hannibal (2001). Ironicamente, também creio que este filme também sofreu do mal de Blade Runner. Dividindo opiniões extremas entre críticos e público, Prometheus, se tomarmos como um filme fora da franquia, é uma produção de história vasta e imersiva, com altas pilulas filosóficas de difícil digestão, uma estética impecável e uma névoa de suspense que paira na metade final, que vai ganhando intensidade conforme a trama avança e assim como Alien calçado em uma protagonista feminina. Polêmicas a parte, para mim, um refresco nesta época onde sci-fi” virou sinônimo de tiroteio entre alienígenas.

Prometheus (2012)
Ridley Scott de volta às origens!

3) A Perseguição – Se este filme pudesse ser resumido em uma palavra, ela seria instintiva. Simplicidade na história de uma tragédia aérea dentro de uma área infestada por lobos, a agonia e a tragédia refletida por seus personagens, uma construção arrebatadora, tudo misturado com uma das atuações mais completas de Liam Neeson (que já havia trabalhado com o diretor Joe Carnahan em Esquadrão Classe A), tornam A Perseguição uma produção a ser referenciada por todos os que procuram um filme sobre a sobrevivência do homem quando a natureza é a vilã.

2) O Segredo da Cabana – Desconstruir clichês é uma coisa que fãs de horror adoram ver em seus filmes, e poucos filmes tem este poder de fazer isto e ainda divertir tanto quanto nesta produção roteirizada por Joss Whedon, que apesar do sucesso recente ao dirigir Os Vingadores, já entende do riscado desde Buffy. Uma homenagem sangrenta que abusa de uma metalinguagem genial para explicar não só seu próprio roteiro, mas todos os filmes de cabana nas florestas” dos últimos 30 anos.

1) A Entidade – Não é um prequel, não é uma continuação, não é um remake. Meu melhor filme de 2012 ganha pontos por ser original, porém mesmo que não seja inovador em todos os aspectos é um suspense dos mais instigantes dos últimos anos. Não só pelo mistério que envolve a trama, com elementos de ocultismo e assassinato, mas a soma destes aspectos com um pesado conflito familiar e interno do próprio protagonista que tem contornos que só valorizam a produção. Resumindo, tensão genuina, direção impecável, filmagens aterrorizadoras em Super 8 e um enredo que prende o espectador na frente da tela por todos seus 100 minutos de duração, não poderia exigir mais.

Os 5 Piores de 2012

5) Atividade Paranormal 4: Três filmes e um spin off depois… No mínimo a fórmula já estava desgastada e como um grande fã da franquia, devo registrar minha decepção com Atividade 4, certamente o elo mais fraco até o momento. A cinessérie se mantém na zona de conforto com o agravante de uma história sem surpresas, sustos sem emoção, protagonistas que não causam empatia. Se não fossem os sustos frequentes (e em sua maioria gratuitos) a ida ao cinema não passaria de um cochilo em uma poltrona macia.

4) Resident Evil 5: Retribuição – Nunca pensei na minha vida que ia reclamar de um filme sem conteúdo, mas desta vez a produção de Paul W. S. Anderson se superou de tal maneira que mereceu um espaço no meu bottom five” de 2012. Não que eu esperava algum filme de Fritz Lang, porém após a grandiosidade descerebrada de RE 4, este RE 5 soa muito mais como preguiça de escrever algo coerente, que avance com a franquia para se chegar a um universo minimamente mais elaborado. Você assiste, vê milhares de tiros, zumbis e poses sensuais e você esquece… É rápido assim.

3) Chernobyl – A radiação pode gerar devastação… A radiação pode gerar mutações… Há quem diga que pode gerar super-heróis… Só que não sabia que a radiação poderia gerar um filme tão ruim assim. Não há nada que este filme produzido por Oren Peli (Atividade Paranormal) já não tenha sido mostrado antes, e muito melhor. Mesclando momentos de found footage, a história conta um grupo de amigos que resolve desafiar o senso comum e ao invés de fazer uma visita em um ponto turistico mais adequado, vai para um a cidade fantasma com altos níveis de radiação: esta é apenas a primeira de uma série (interminável) de decisões equivocadas tomadas pelos protagonistas. Sem nada melhor para mostrar, o diretor vai tentando nos enganar com sustos falsos e um final incompreensível que é a cereja do bolo desta película que tinha tudo pra dar certo, mas não atende nem a menor das expectativas.

2) Armadilha – Este pequeno thriller escrito pelo roteirista de Enterrado Vivo (por sinal um dos melhores filmes de 2011) tenta colocar um ambiente claustrofóbico em um caixa eletrônico e um serial killer muito esperto do lado de fora. Todavia a genialidade na simplicidade outrora demonstrada, aqui é somente um amontoado de clichês sem um pingo de entrosamento entre os personagens, suspense nulo, decisões que jamais seriam tomadas em uma situação real e acarreta em um tédio violento que chega invariavelmente durante a sessão. E seria meu pior filme de 2012 se não fosse…

1) Piranha 3DD – Depois da diversão vem a ressaca, mas e esta é das bravas… Esta é a sensação que tive após assistir a Piranha 3DD, continuação do divertidíssimo remake de 2010 sem um pingo da sagacidade de Joe Dante, da habilidade diretorial de Alexandre Aja e das grocerias de Greg Nicotero. O diretor John Gulager e os roteiristas Marcus Dunstan e Patrick Melton (o trio de Banquete no Inferno) só tinham que pegar a fórmula e aplicar… Fazer o que Premonição 5 fez tão bem ano passado, certo? Pois bem, eles conseguiram o milagre de deixar um filme que tem sangue e peitos desinteressante. O filme sobre o ataque das piranhas pré-históricas em um parque aquático é um remendo de piadas sem graça, protagonistas insossos e edição esquizofrênica que só serve como veículo para promover David Hasselhoff (o Sidney Magal americano), o único que presta no elenco principal. Nem as pontas de Christopher Lloyd e Ving Rhames salvam esta catástrofe cinematográfica do limbo.

por João Pires Neto

Tentei vasculhar na memória mais ou menos recente os bons filmes que assisti em 2012, em especial os lançados neste mesmo ano. Me pareceu um ano pobre o finado 2012. É claro que os arrasa quarteirões de sempre – continuações, reuniões, reboots, releituras e outras variações do mesmíssimo tema – cumpriram com louvor sua missão… Os Vingadores, Batmans, 007s e Hobbits da vida fizeram de 2012 um ano de ouro para o cinema americano, para ser mais exato, Hollywood teve um faturamento recorde nas bilheterias. Segundo fontes especializadas, os lucros chegaram perto dos U$ 11 bilhões (ultrapassando 2009, o ano em que Avatar se tornou o filme mais rentável da história do cinema). Os números revelam também outro dado interessante: grande parte deste lucro deve-se as tecnologias 3D e IMAX, que encarece o preço do ingresso. Mas e para nós, amantes muitas vezes mal amados dos subgêneros fantásticos, das produções alternativas, baratas, das pequenas surpresas, o que nos proporcionou este ano de 2012?

Quase nada. Algumas frustrações, como o esperado prólogo da série Alien, a piada pronta Prometeus e poucas surpresas boas, como a divertida meta-homenagem O Segredo da Cabana e o found-footage-super-hero Poder Sem Limites. Outra produção que me agradou bastante, que chegou as locadoras entre dezembro de 2011 e janeiro 2012, foi o thriller juvenil politicamente incorreto Ataque Ao Prédio.

Na categoria poderia ser melhor, mas ainda assim gostei o meu preferido de 2012 foi Poder Paranormal, do promissor Rodrigo Cortés, com um grande elenco formado por Cillian Murphy, Robert De Niro e Sigourney Weaver (ok, meu encanto pelo tema paranormalidade pesou muito na escolha).

Poder Paranormal (2012)

Já no quesito pouca gente viu, minha escolha vai para o suspense cheio de reviravoltas O Anfitrião Perfeito (graças a atuação impecável do americano David Hyde Pierce). Na categoria demorei demais pra ver, mas antes tarde do que nunca, assisti em 2012 Ilsa, A Guardiã Perversa da SS (1977) – é difícil afirmar que esta produção cheio de torturas e mulheres peladas seja bom, mas pessoalmente gostei muito.

Menção honrosa para o argentino Fase 7, uma espécie de REC estilizado a la Tarantino, que comprova que o cinema dos nossos hermanos está um passo a frente da gente, quando o assunto é fantasia/horror.

Infelizmente sou obrigado a ceder (alguns amigos torcerão o nariz) que o melhor filme fantástico de 2012 é O Hobbit, de Peter Jackson (vale a experiência de uma exibição 3D HFR). Uma tonelada de efeitos, anões, dragões, espadas, elfos, ogros…realmente o universo de Tolkien é muito generoso para as produções do tipo.

Por último, o melhor filme fora do gênero, é sem dúvida, o incrível Drive. Há tempos não via uma produção que me agradasse tanto. Enfim, já que o mundo não acabou, que venha o pós-apocalíptico 2013 e que este seja mais farto para os fãs do gênero fantástico e de horror.

por Tiago Toy

Todo ano novos trailers são lançados e nossas expectativas alcançam o limite, só para sentirmos o gostinho insosso da decepção. Enquanto as discussões em fóruns apontavam futuros lançamentos como revolucionários, originais e soberbos sem nem mesmo o terem assistido, eu preferia manter minhas suposições comigo. Melhor falar de algo quando o conhece, certo? Eu sempre tento fazer isso, e até digo que não espero nada, mas não é a pura verdade. Como qualquer fã do gênero, é claro que desejo ser surpreendido como era há anos atrás, como fui ao assistir End of the Line (2007), 28 Days Later (2002), Fritt Vilt (2006), entre outros. Talvez ótimos filmes tenham sido lançados em 2012, mas confesso que não assisti todos. Tenho a mania de esperar sair em Blu-Ray para poder ver no conforto do lar em qualidade máxima e sem o desconforto das poltronas e das conversinhas de cinema. Vários filmes de 2011 só consegui assistir no último ano, mas me esforcei para ver pelo menos os que mais me interessavam. Não foi a melhor safra, mas felizmente nos trouxe coisas muito boas. Poucas, mas boas.

Melhores de 2012

5 – Jogos Vorazes: Não li os livros e mesmo após ver o filme não senti vontade de começar. Minha maior curiosidade em Jogos Vorazes era ver quão sacanas foram ao copiar Battle Royale. Claro, há uma roupagem nova para não ficar tão descarado, mas quem conhece BR enxerga a inspiração ali, clara como uma lâmpada fluorescente. Entretanto, houve êxito em criar suas próprias regras e personagens. No geral, é um filme bem dirigido (claro que com seus erros), mas que diverte.

4 – Resident Evil: Retribution: Parei de esperar qualquer ligação fiel aos games em Extinction. Paul Anderson é ótimo em criar ação combinada a grandes efeitos, e só. Coerência pra quê? Quando se tem um filme baseado em um jogo, siga pela mesma premissa. Crie cenas que pareçam missões de algum título do PS3, com direito a chefões, e esqueça o resto. Consegui me divertir com Retribution, mais do que nos anteriores. Como? Não esperando nada além do que foi prometido.

3 – Os Vingadores: Nem uma franquia inteira de Batmen e Supermen (sim, no plural) é suficiente para se igualar ao estrondo que foi Os Vingadores. Convenhamos, os heróis da Marvel são muito mais legais do que os da DC. Pode não fazer parte do gênero terror, mas conseguiu se sobressair além dos rótulos, e se tornou o lançamento do ano.

2 – Resident Evil Damnation: Diferente da franquia de Paul Anderson, a série animada bebe da fonte dos games e incorpora a fidelidade do primeiro segundo até os créditos. Personagens, monstros, subtramas. Tudo é Resident Evil. Muito melhor do que Degeneration (que foi muito bom), Damnation levou quatro anos para ser lançado, e valeu cada dia de espera. Ótima animação, ótima dublagem, ótimos efeitos, ótimo roteiro, ótimos personagens. Ótimo!

1 – O Segredo da Cabana: Quem diria que misturar todas as referências e clichês em um único filme daria certo? O Segredo da Cabana tem o roteiro mais arriscado que já vi. Admiro seus produtores. Foram muito corajosos em seguir por determinados caminhos que, em outras mãos, não teriam funcionado da mesma forma. Afinal, assistir um filme inteiro com um sorriso nos lábios ou olhos arregalados significa que o filme é bom, certo? E espero muito que não venha uma sequencia.

Piores de 2012

5 – Filha do Mal: Filmes de possessão deixaram de ser atrativos pra mim desde não sei quando. Há muito tempo que não espero algo original desse subgênero. O Exorcismo de Emily Rose é o melhorzinho dos últimos anos. Filha do Mal até poderia se destacar, com efeitos interessantes que ajudavam na historinha batida, mas não é à toa quando se diz que um péssimo final pode destruir qualquer boa história. Não foi diferente aqui. Com um final desse, quem precisa de um começo?

 

4 – Prometheus: Só prometeu. No final das contas, não entregou nada além de grandes efeitos. Talvez a pior promessa tenha sido se tornar sucessor de Alien. Pff! Arrastadíssimo.

3 – A Casa Silenciosa: Ideia gasta filmada em primeira pessoa. Confesso que ainda não assisti ao original (que dizem ser bem melhor), mas esse remake teria sido melhor se não tivesse sido feito. Boring!

2 – Chernobyl Diaries: Uma ótima ideia desperdiçada. Desde antes do lançamento imaginei aquela cidade infestada de espíritos, e se o roteiro tivesse seguido por esse lado, teria dado um medo dos bons. Não, eles preferiram apelar para os já manjados deformados a la The Hills Have Eyes. Não colou, e piorou com a explicação no desfecho. Esperei muito, mas muito por esse filme, e levei um banho de água tóxica fria.

1 – [REC] 3: Genesis: As maiores decepções vêm de onde mais esperamos algo bom. O original espanhol é, sem dúvida, um dos melhores do gênero. O segundo é tão bom quanto, senão melhor. Mesmo carregando esse fardo nas costas, o terceiro decidiu jogar tudo para o alto e nos trazer tudo que não esperávamos. Queremos sim ser surpreendidos, mas positivamente. [REC]3: Genesis é uma comédia sem graça, um terror que não dá medo e um suspense que não atrai. Depois disso, nem a promessa de que o quarto e último voltará aos moldes do primeiro ajuda.

Menção Honrosa para Atividade Paranormal 3, A Pele Que Habito, Super 8, Gigantes de Aço, [REC] 2, Livide, Exit Humanity e Fenda no Tempo.

Maiores Esperanças Para 2013

Evil Dead: Desisti de tentar gostar do tão cultuado clássico. Já tentei assisti-lo diversas vezes, e concluí que nunca o verei com os mesmos olhos de seus apaixonados. Não dá, é muito chato. Com o lançamento do trailer do remake, senti a chama reascender e acredito que dessa vez gostarei, e muito. Claro que curtir o remake não me ajudará a atrair a aprovação dos saudosistas, mas foda-se.

O Hospedeiro 2: Ficou claro na primeira parte que um monstro não precisa ter o tamanho de um Godzilla para botar medo. A sequência promete vir com tudo, maior e melhor. É o que espero, pois é produzido pela mesma equipe do primeiro.

Texas Chainsaw 3D: Particularmente, tenho Texas Chainsaw Massacre (2003) e Texas Chainsaw Massacre: The Beginning (2006) como duas das mais fantásticas produções do gênero. Óbvio que minhas expectativas para o próximo estão nas alturas.

Word War Z: Aficcionado por zumbis que sou, o trailer do próximo longa baseado em um livro de Max Brooks me pegou em cheio. Qual fã são do gênero não babou com aquela miríade de mortos-vivos se amontoando atrás de suas vítimas? Brad Pitt, é bom que dê conta do recado.

Mama: Pra ser sincero não estou esperando tanto assim de Mama. O curta é sensacional. Não precisou de muito para arrepiar todos os cabelos do meu corpo. O problema é transportar a densidade criada em poucos minutos para uma produção de aproximadamente uma hora e meia. O trailer é interessante, mas não animou. No entanto, a esperança é a última que morre.

Jeepers Creepers 3: Cathedral: Ainda não está 100% confirmado, mas só de aguardá-lo já é uma esperança.

FILMES DO GÊNERO FANTÁSTICO LANÇADOS EM 2012 NOS CINEMAS

Janeiro
A Hora da Escuridão
Millennium – Os Homens que não Amavam as Mulheres

Fevereiro
Filha do Mal
Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma 3D
Motoqueiro Fantasma 2 – Espírito de Vingança
A Mulher de Preto

Março
Poder Sem Limites
Anjos da Noite 4 – O Despertar
O Pacto
Jogos Vorazes
Fúria de Titãs 2

Abril
12 Horas
Área Q
A Perseguição

Maio
Battleship – A Batalha dos Mares
O Corvo
Homens de Preto 3

Junho
Prometheus
Sombras da Noite

Julho
Chernobyl
13 Assassinos
Armadilha

Agosto
O Vingador do Futuro
A Casa Silenciosa

Setembro
ParaNorman
Projeto Dinossauro
Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros
Resident Evil 5: Retribuição
Dredd
Poder Paranormal
Looper – Assassinos do Futuro

Outubro
Hotel Transilvânia
A Entidade
Atividade Paranormal 4

Novembro
Frankenweenie
Possessão
A Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 2

Dezembro
A Última Casa da Rua
O Hobbit: Uma Jornada Inesperada

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

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