Grito de Horror: O Renascimento (2011)

3.7
(3)

Gritos de Horror: O Renascimento
Original:The Howling: Reborn
Ano:2011•País:EUA
Direção:Joe Nimziki
Roteiro:Joe Nimziki
Produção:Ernst Etchie Stroh, Joel Kastelberg e Kevin Kasha
Elenco:Ivana Milicevic, Landon Liboiron, Lindsey Shaw

Muitos concordam que a maioria das intermináveis franquias de horror, além de desnecessárias, tem como característica a qualidade quase sempre duvidosa. Contudo, algumas delas se superam e são ainda mais dispensáveis do que as outras – são exemplos de como uma ideia original acaba deturpada em nome de alguns trocados. Ou seja, estas franquias se resumem a caça-níqueis cuja existência torna-se impossível justificar. Só para ilustrar, vamos relembrar de algumas destas séries: o cultuado Hellraiser (1987), de Clive Barker, rendeu pelo menos 8 continuações que pouco tem a ver com o filme inicial; o clássico do gênero casas mal assombradas, Amityville (1979), sofreu um remake em 2005 e soma até agora oito sequências; o longa inspirado no conto homônimo de Stephen King, Colheita Maldita (1984), mesmo não sendo nenhuma obra-prima, gerou outros sete rebentos ainda mais constrangedores; caso semelhante foi o de Grito de Horror (1981), filme dirigido por Joe Dante (Gremlins, 1984) que originou uma série de sete filmes fraquíssimos: Grito de Horror 2: Tua irmã é um Lobisomem (1985), Grito de Horror 3 – A Nova Raça (1987), Grito de Horror 4 – Um Arrepio na Noite (1988), Grito de Horror 5: O Renascimento (1989), Grito de Horror 6 (1991), Grito de Horror 7: Um Lobisomem na Califórnia (1995) e o recente Grito de Horror – O Renascimento (2011), objeto desta crítica.

O leitor mais esperto já deve imaginar qual a grande inspiração deste novo Grito de Horror. Sim caros amigos, como o oportuno subtítulo adotado pelas distribuidoras brasileiras deixa revelar, Lua Nova, Sangue Novo se alimenta da bem sucedida (comercialmente falando), amada e odiada série Crepúsculo. Mesmo sem vampiros, o filme dirigido pelo estreante Joe Nimziki aposta em um romance entre o lobisomem protagonista (interpretado por Landon Liboiron, de Altitude, 2010) e uma humana, a quase-bela Lindsey Shaw. Mas nem no quesito romance, a produção consegue empolgar – não há qualquer empatia entre os personagens, quem dirá com o espectador. Mas as referências não se limitam a trama e aos personagens criados por Stephenie Meyer (temos aqui também os apelativos lobisomens-tatuados-bombados-sem-camisa); o protagonista de Grito de Horror lembra muito outro personagem infanto-juvenil campeão de bilheterias: o bruxo chato de galocha Harry Potter. Além da cara de boboca e os óculos, o personagem principal possui um passado obscuro, que está prestes a ser revelado. Will Kidman é um garoto tímido e desengonçado, apaixonado pela misteriosa Eliana Wynter, que à vésperas de se formar no ensino médio descobre que é o herdeiro de um clã de lobisomens.

Infelizmente não há nada de original no roteiro de James Robert Johnston (Perseguição 2 – O Resgate, 2008). Assim como a série Crepúsculo, a trama, narrada em primeira pessoa, tenta em vão parecer intimista. O auge da falta de originalidade é a sequência que mostra uma festa no subterrâneo da escola, onde todos os convidados são aperitivos para uma dezena de lobisomens – alguém aí se lembrou de Um Lobisomem Americano em Paris (1997)? Aliás, na festa toca Killing Moon, da banda Echo and The Bunnymen (como um filme tão ruim, feito para a TV, se atreve a se apropriar de uma canção tão bonita?)

Quanto às criaturas, os efeitos e a maquiagem não chegam a comprometer, até por que os lobisomens (similares aos licantropos de Dog Soldiers: Cães de Caça, 2002) quase não aparecem. É importante também considerarmos que assim como alguns filmes anteriores da franquia, Grito de Horror: O Renascimento não acrescenta nada a mitologia da série, na verdade, a produção funciona como um episódio isolado. O objetivo dos produtores certamente era uma espécie de reboot na série, como indica o subtítulo Renascimento.

O filme escorrega ainda em erros básicos, como o excesso de cenas em ambientes muito claros, a falta de ritmo e de um desfecho decente, além da total ausência de carisma dos personagens. Tudo isso sem contar o enganoso e irritante final feliz (apesar de que depois dos créditos descobrimos que o planeta inteiro acaba sendo contaminado!). Enfim, como sempre digo e nunca canso de repetir: prefira o original, sempre!

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João Pires Neto

João Pires Neto é apaixonado por livros, filmes e música, formado em Letras, especialista em Literatura pela PUC-SP, colaborador do site Boca do Inferno desde 2005, possui diversos contos e artigos publicados em livros e revistas especializadas no gênero fantástico. Dedica seu pouco tempo livre para continuar os estudos na área de literatura, artes e filosofia

5 thoughts on “Grito de Horror: O Renascimento (2011)

  • 15/11/2016 em 15:35
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    este fremake e mto chato e tipo um monte de adolecente . e prefiro os antigo assustador de grito de horror aqueles assusta

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  • 13/06/2016 em 03:41
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    Rapaz achei o filme bom e gostei dos personagens

    Resposta

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