Matadores de Vampiras Lésbicas (2009)

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Matadores de Vampiras Lésbicas
Original:Lesbian Vampire Killers
Ano:2009•País:UK
Direção:Phil Claydon
Roteiro:Stewart Williams, Paul Hupfield
Produção:Steve Clark-Hall
Elenco:Silvia Colloca, James Corden, MyAnna Buring, Margarita Hall, Sianad Gregory, Mathew Horne, Lucy Gaskell, Emma Clifford, Travis Oliver, Susie Amy

Se Simon Pegg e Edgar Wright resolvessem fazer um filme de vampiros, ele seria Matadores de Vampiras Lésbicas. Bom, pode ser um exagero comparar o brilhante Shaun of the Dead com o longa de Phil Claydon, embora os elementos em comum estejam presentes: o refinado humor inglês que satiriza relacionamentos instáveis, os personagens bobocas com seus diálogos agressivos e, ao mesmo tempo, ingênuos; e a sátira ao gênero terror remetendo a produções clássicas do estilo.

Desde os primeiros minutos, o filme já mostra o seu tom hiperbólico ao narrar um fato ocorrido há séculos, fazendo uso de cenários digitais no estilo Sin City e 300, com exageros que mergulham a produção num estilo cartoon (e não são gratuitos, já que a edição faz o corte de cena como uma revista em quadrinhos, em muitos momentos). Tudo isso para dizer que Carmilla, a Rainha dos Vampiros, transformou a amada de um cavaleiro da Cruzada em uma vampira lésbica, forçando-o a realizar um ritual e depois enfrentar a vampira com uma espada especial – mas, não antes da garota lançar uma maldição, envolvendo os descendentes do herói. Séculos mais tarde, somos apresentados a dois rapazes perdedores: o gordinho Fletch (James Corden) – que acabara de ser mandado embora de seu emprego como palhaço animador de festa porque agrediu uma criança – e Jimmy (Mathew Horne) – que levara mais um fora de sua namorada.

Ambos (emprestados da série da BBC Gavin And Stacey) fazem o estilo Shaun of the Dead misturado com Porkys: Fletch é um perdedor que só pensa em sexo; Jimmy é um perdedor que só pensa na namorada. Depois de seus infortúnios da vida pessoal, a dupla resolve fazer uma viagem para esquecer os problemas e, na sorte, acaba sendo levada a uma cidadezinha rural chamada Cragwich. Numa referência a Um Lobisomem Americano em Londres, os rapazes chegam a um pub num local isolado e são encantados por quatro belas jovens numa kombi (a cena em que as jovens entram no veículo em slow motion é hilária), antes de serem convidados a passar a noite num hotel da região.

As garotas europeias, com seus shortinhos e blusas decotadas, atiçam os hormônios de Fletch, que ignora as lendas locais e resolve encarar a possibilidade de uma noite de orgias. No entanto, as jovens são aos poucos lesbianizadas e vampirizadas por uma vampira local que pretende trazer de volta a rainha Carmilla (que depois voltará com um visual que remete A Noiva de Frankenstein).

Engana-se quem pensa que Matadores de Vampiras Lésbicas terá um festival de corpos à mostra ou cenas de sexo. Apesar de seus protagonistas serem safados (mais o Fletch do que Jimmy), e as piadas envolverem sexo e drogas, o filme não apela para cenas assim: há muitas mulheres bonitas, claro, mas poucas tiram a roupa para a infelicidade dos tarados. Na verdade, o filme é uma homenagem a Hammer, principalmente à trilogia Karnstein, com seu horror sedutor, sem chegar ao extremo da referência.

Repleto de gags e diálogos divertidos (deve ser uma ironia do inferno encontrar vampiras lésbicas. Imagino que também encontraria um lobisomem gay) como o estranhamento quanto à morte das vampiras (só isso? Sem explosão, sem virar pó?), o olhar de Fletch ao seios de uma das garotas no meio de sua fala e, obviamente, a cena em o padre diz ser o único que sabe matar vampiros (todo mundo sabe! Estacas, degola, alho, luz do sol…Está nos livros, revistas e filmes!), Matadores de Vampiras Lésbicas é uma ótima pedida para os fãs do humor inglês de Monty Python e para aqueles que não gostam de sátiras apelativas (como Todo Mundo em Pânico), nem bobas (como Os Espartalhões), com toques de horror.

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

6 thoughts on “Matadores de Vampiras Lésbicas (2009)

  • 18/07/2014 em 16:04
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    O Barão passou anos nas cruzadas… E quando retornou, sua amada, ainda recém vampirizada, tinha só dezoito anos!!?!! Fora a lua mostrada de qualquer ângulo, e as garotas quase seminuas na kombi, enquanto os heróis usam roupas de frio. Uma homenagem aos filmes clássicos e suas falhas, sem dúvida: eu gostei muito!

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  • 08/05/2014 em 18:14
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    Filme sem graça, e uma comédia ruim ele foi feito para ser engraçado, mas não consegue arrancar sorriso de ninguém.

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  • 09/01/2014 em 00:00
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    não é lá essas coisas,mas é engraçado.

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  • 31/07/2013 em 15:31
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    kkkkkkkkkkkkkkkkkkk, esse filme é muito legal e o gordinho então rouba as cenas. Cara vou até ver de novo.

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  • 05/07/2013 em 18:46
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    Vampiras sexys safadinhas e que gostam de colar o velcro?!e uma boa pedida!!!

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