Serpentes a Bordo (2006)

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Serpentes a Bordo (2006)
Expulsando as serpentes!
Serpentes a Bordo
Original:Snakes on a Plane
Ano:2006•País:EUA, Canadá, Alemanha
Direção:David R. Ellis
Roteiro:David Dalessandro, John Heffernan, Sebastian Gutierrez
Produção:Cathy Pallo, Craig Berenson, Don Granger, Gary Levinsohn, Mark Allan Staubach
Elenco:Agam Darshi, Bruce James, Casey Dubois, Crystal Lowe, Daniel Hogarth, Elsa Pataky, Flex Alexander, Gerard Plunkett, Julianna Margulies, Keith Dallas, Kenan Thompson, Kendall Cross, Kevin McNulty, Lin Shaye, Lisa Marie Caruk, Nathan Phillips, Rachel Blanchard, Samantha McLeod, Samuel L. Jackson, Sunny Mabrey, Taylor Kitsch, Terry Chen, Todd Louiso, Tom Butler

Visualize centenas de cobras, das mais variadas e perigosas espécies, atacando passageiros durante um voo de cinco horas de duração pelo oceano. Agora imagine tudo isso feito com um uma narrativa tipicamente de filmes B, violência gratuita, atores bons fazendo personagens exagerados e com um toque de humor negro. Junto tudo isso, não leve as falhas do roteiro a sério e você terá a divertida produção Serpentes a Bordo (Snakes on a Plane, 2006), que teve lançamento nacional no dia sete de setembro de 2006 e agradou aos fãs das produções com muita criatividade e pouco roteiro. O filme, do diretor David R. Ellis (Terror na Água 3D, 2011), se encaixa num perfil que geralmente provoca debates entre dois grupos distintos de cinéfilos.

O primeiro é formado por pessoas que defendem que às películas devem ter roteiros inteligentes para produzir obras que possam transmitir arte, cultura e beleza. O outro grupo é composto por um público que acha que o cinema serve mesmo é para diversão, mesmo que o enredo não tenha lá muita lógica. Quem está com a razão? Bom, essa pergunta está ao lado de outras dúvidas universais como quem veio primeiro? O ovo ou a galinha? Como surgiu o universo? Quem somos e para onde vamos?

A verdade é que ambas as categorias podem oferecer bons resultados para seus determinados públicos e Serpentes a Bordo se enquadra na opção de ter sido feito unicamente para divertir. A produção possui uma história simples e bem ritmada que vai mesclando momentos de tensão com situações absurdas, mas que, através desta mistura, gera um bom resultado. A produção é ruim por isso? Pelo contrário, trata-se de um filme extremamente agradável de ser visto para quem está consciente do produto que vai consumir quando entrar na sala de projeção.

Se você está disposto a se divertir sem dar muita bola para dramaticidade do elenco ou continuidade do roteiro, basta escolher uma poltrona, afivelar os cintos e boa viagem. Agora cuidado pois quando máscaras de oxigênio caírem do compartimento superior da aeronave, cobras venenosas também despencarão sobre os passageiros. Ou se você estiver entediado com o voo e for dar uma com a sua namorada no banheiro do avião, é bom redobrar a atenção, pois serpentes também podem estar por lá e acabarem com a festa.

Serpentes a Bordo (2006) (2)

O parágrafo acima é só uma pequena amostra do que Serpentes a Bordo tem a oferecer. O filme é bem prático no seu começo, que logo na abertura apresenta o jovem Sean (Nathan Phillips), que testemunhou um crime cometido por um perigoso gângster no Havaí e precisa ir para Los Angeles testemunhar para que o vilão seja preso. O rapaz vai ser escoltado pelo agente Flynn (Samuel L. Jackson) e, a bordo de um voo comercial, parte para a cidade dos anjos. Vai ser logo após o avião decolar que o improvável (bota improvável nisso) acontece, pois o tal gângster colocou centenas de cobras presas em caixas programadas para abrirem dentro do compartimento de cargas da aeronave durante o percurso.

Tudo vai bem até que o tal dispositivo que libera os animais é ativado e centenas de cobras começam a “passear” pelo lugar. Primeiro os bichos vão fazer vítimas isoladas para depois causarem pânico geral em todos os passageiros a bordo. Vai ser a partir de então que a diversão realmente começa com boas cenas de violência com as serpentes cravando suas presas nas pessoas do voo. Nesse momento é visto um festival de violentas mordidas e botes nos locais mais variados do corpo humano, como pernas, costas, olhos, bocas, bundas, seios e até um pobre rapaz que teve um doloroso acidente íntimo quando fui ao banheiro aliviar os rins.

O filme trabalha com cobras reais além de uma infinidade de bichos digitais, que, diga-se de passagem, são as estrelas da película. Tais animais feitos por computador são justamente os mais agressivos, que dão os botes mais vorazes, pulam, rastejam e atacam quase como super serpentes. E a desculpa para a utilização de bichos digitais, segundo o diretor, é justamente por causa das “limitações” dos seres vivos. O resultado é ótimo e nem o fato das cobras falsas não enganarem ninguém estraga a brincadeira. Mas como é de conhecimento geral, a maioria das serpentes apenas ataca para se alimentar ou se defender e o que é percebido no filme é um exército de bichos que mordem tudo que se mexe. Para solucionar esse problema, a produção criou uma justificativa para isso, através da utilização de um feromônio qualquer que deixa os animais como se estivessem drogados. Imagine centenas de cobras drogadas dentro de um avião. Mó viagem aê doido…

Claro que nada é tão ruim que não possa ficar pior e à medida que o filme vai avançando, as cobras passam a gerarem outros problemas para os passageiros do voo, como a falta de pilotos, que foram devorados pelos animais; sistema de circulação que não funciona, pois tiveram os fios mordidos e por aí vai. O filme ainda possui algumas super falhas, que vão muito além de exageros, como determinadas situações que ficam mal explicadas, ou simplesmente sem conclusão. Mas isso não interfere no produto final de modo que a dica é desligar o cérebro e curtir, literalmente, a viagem.

Serpentes a Bordo (2006) (1)

O elenco está bem à vontade dando vida aos personagens mais clichê vistos nos últimos anos, mas que, dentro da proposta do filme, funcionam perfeitamente. A começar por Samuel L. Jackson (Os Vingadores, 2012), que faz o típico policial durão e que sempre está com a situação controlada. Informações divulgadas na internet durante o período de produção do filme afirmam que Jackson somente aceitou participar do projeto porque adorou o título. Nathan Phillips (Chernobyl, 2012) é o jovem bobão que acaba tendo boas ações para salvar os companheiros na hora do aperto. Os demais passageiros do avião são também estereotipados ao extremo como o da atriz Rachel Blanchard (Jogando com Prazer, 2009), que faz a típica patricinha fútil e gostosa, ou no caso de Flex Alexander, como um cantor de hap que odeia ter contato com pessoas a não ser que sejam do sexo feminino, tenham 25 anos e possam render uma futura transa.

Além disso, existem os típicos passageiros que têm medo de andar de avião, as criancinhas indefesas, os velhos chatos, o comissário de bordo gay, entre tantos. Ainda no elenco, quem acompanha os filmes de terror da New Line Cinema vai reconhecer a atriz Lin Shaye como uma aeromoça veterana. Irmã do dono, fundador e produtor executivo da New Line, Robert Shaye, ela já fez participações em filmes como A Hora do Pesadelo (A Nightmare on Elm Street, 1984), como a professora de Nancy, além do também conhecido Criaturas (Critters, 1986).

Ao final de Serpentes a Bordo, você não vai sair da sessão com medo de avião, muito menos de cobras, pois as dos filmes são praticamente super animais e dificilmente se encontram bichos como aqueles na natureza. Mas com certeza, e principalmente se você estiver acompanhado, vai estar se lembrando das inúmeras boas e exageradas sequências do filme. Isso só já vale uma conferida.

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Filipe Falcão

Jornalista formado e Doutor em Comunicação. Fã de filmes de terror, pesquisa academicamente o gênero desde 2006. Autor dos livros Fronteiras do Medo e A Aceleração do Medo e co-autor do livro Medo de Palhaço.

2 thoughts on “Serpentes a Bordo (2006)

  • 03/05/2013 em 21:48
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    eu gosto desse filme por mais louco que ele seja.

    Resposta

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