Maré Negra (2012)

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Maré Negra
Original:Dark Tide
Ano:2012•País:EUA, África do Sul
Direção:John Stockwell
Roteiro:Ronnie Christensen, Amy Sorlie
Produção:Jeanette Buerling, Matthew E. Chausse
Elenco:Halle Berry, Olivier Martinez, Ralph Brown, Mark Elderkin, Luke Tyler, Thoko Ntshinga, Sizwe Msutu

Na época do lançamento do péssimo Mulher-Gato, Halle Berry foi bastante criticada pela participação na produção, incluindo sua performance bastante irregular. Indicada ao Framboesa de Ouro, prêmio para os piores filmes e atores/atrizes do ano, Berry surpreendeu ao aparecer na cerimônia, algo bastante incomum quando um astro hollywoodiano recebe indicações a ele. Ao subir para receber sua estatueta, a atriz fez um protesto contra seu agente pela escolha ruim de trabalhos como esse. Se fizermos uma análise de sua carreira a partir daí, veremos poucos filmes bons como A Estranha Perfeita ou X-Men 3 e, mais uma vez, o fundo do poço com Maré Negra (Dark Tide, 2012). Será que a atriz mudou de agente ou está conformada de suas limitações?

Já foram feitas tantas produções com o tema tubarão assassino que é difícil algum filme surpreender. Depois do clássico de Spielberg, o tema foi revisitado diversas vezes, em continuações desnecessárias e tranqueiras como Terror na Água, salvando-se algumas boas ideias (Do Fundo do Mar, Mar Aberto), num oceano de clichês e ideias ruins. Quando surgiram as primeiras notícias sobre Maré Negra, o público já imaginava que coisa boa não viria daí, mas ainda poderia dar algum crédito pela participação de Halle Berry e do francês Olivier Martinez, conhecido pelo seu papel como o amante de Infidelidade. Ralph Brown também é um rosto conhecido para os fãs de Alien 3 e Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma e para aqueles que engoliram Exorcista – O Início, entre outros inúmeros trabalhos.

Na direção, era apontado o nome de John Stockwell, que sabe fazer filmes com câmeras submersas como Turistas, Mergulho Radical e A Onda dos Sonhos, tendo apenas que adaptar o roteiro de Ronnie Christensen (Passageiros) e Amy Sorlie, em seu primeiro longa. Ainda assim, realmente não dava para acreditar que algo bom podia sair de uma trama que relacionava tubarões, um episódio trágico, medo de mergulhar e um relacionamento conturbado, simplesmente com o belo corpo da protagonista como motivo para uma conferida!

Kate Mathieson (Berry) é uma mergulhadora profissional que adquiriu destaque por ter nadado com grandes tubarões brancos. Além de fazer os mergulhos sem jaula ou equipamento de respiração, ela chama a atenção pela ousadia em passar as mãos nos animais e até mesmo segurar em suas caudas. Com sua fama, ela está desenvolvendo um documentário sobre o tema, com a ajuda de seu namorado e cinegrafista Jeff (Martinez), e de seu mentor. Durante as filmagens, este último é atacado e morto por um tubarão, fazendo-a se sentir culpada e passar a ter medo de entrar na água.

Um ano depois do ocorrido, Kate apenas realiza pequenas excursões na Cidade do Cabo, na África, enquanto tenta pagar suas dívidas cada vez maiores, perdendo espaço para um barco concorrente. Ela recebe uma proposta do empresário Brady (Brown) para um novo mergulho com tubarões, algo que poderia solucionar seus problemas financeiros. Além de ter que decidir o que fazer, ela ainda é surpreendida pelo retorno de seu agora ex-namorado, que tenta convencê-la a aceitar esse último trabalho. Kate concorda desde que o passeio aconteça onde ela quer e com o auxílio de uma jaula para proteção. Assim, Kate, com Jeff, o piloto do barco, Brady e seu filho, partem para a missão, que a colocará novamente frente a frente com seus maiores medos.

Não há muito mais o que dizer sobre Maré Negra. O filme ainda se esforça para colocar uma grupo de nadadores e futuros cadáveres, mas é tudo em vão. Tão chato quanto um documentário sobre a vida das lagostas, o filme não vai além do que a sinopse propõe, resumindo-se a cenas longas de mergulho onde nada acontece até surgir um ou outro ataque que só vai atiçar os bocejos do público. Algumas brigas internas, o estado terminal do empresário (se ele morrer, você não vai sentir pena) e uma morosidade capaz de deixá-lo mareado.

Por todas essas e muitas outras, Maré Negra não merece recomendação alguma. Em caso de falta de opção, veja Procurando Nemo ou quem sabe até mesmo A Pequena Sereia, muito mais assustadores do que esta porcaria.

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

2 thoughts on “Maré Negra (2012)

  • 25/03/2013 em 21:35
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    hahaha,concordo,filme chato pra kraí.

    Resposta
  • 23/03/2013 em 01:01
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    nunca assití mais em só ler a sinopsi já achei um bomba…

    Resposta

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