Prisioneiro de Morte (2007)

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Prisioneiro da Morte (2007)

Prisioneiro da Morte
Original:The Deaths of Ian Stone
Ano:2007•País:EUA
Direção:Dario Piana
Roteiro:Brendan Hood
Produção:Brian J. Gilbert, Ralph Kamp, Stan Winston
Elenco:Mike Vogel, Jaime Murray, Christina Cole, Michael Feast, Michael Dixon, Marnix Van Den Broeke, Andrew Buchan,
Anthony Warren

“Sonhe como se você fosse viver para sempre. Viva como se você fosse morrer hoje.”

Prisioneiro da Morte foi exibido originalmente na segunda edição do festival 8 Films to Die For: After Dark Horror Fest, em novembro 2007. A mostra exibe anualmente 8 produções de horror independentes cujos orçamentos raramente ultrapassam os US$ 3 milhões. Prisioneiro da Morte foi um dos destaques da exibição de 2007 e é uma das poucas exceções à regra – custou quase U$ 10 milhões.

A trama conta a história de Ian Stone, um jovem que morre e desperta em outra vida. Morre de novo e lá está ele em outra realidade. E por aí vai: Ian passa de jogador de hóquei a funcionário workaholic, a motorista de táxi, a desempregado, a junkie maltrapilho. No entanto Ian carrega poucas, mas perigosas lembranças de suas vidas anteriores.

Explicando melhor, em forma de SPOILERS: a trama, na verdade, é sobre uma raça de demônios chamada Harvesters, que se alimenta do medo das pessoas. Uma destas criaturas “evoluiu” e passou a matar não apenas os humanos, mas também os da sua espécie. Algumas destas entidades malignas então se uniram e apesar de não conseguirem destruí-lo, apagaram sua mente e o condenaram a viver como um humano comum. Este é na verdade Ian Stone, um demônio renegado, que descobriu outra forma de se alimentar, que não seja o medo. É neste ponto que a originalidade de Prisioneiro da Morte vai por água abaixo (alguém notou alguma semelhança com a animação da Pixar Monstros S.A?).

O roteiro escrito por Brendan Hood (o mesmo de Habitantes da Escuridão) é uma salada que mistura o já citado Monstros S.A com elementos de filmes como Premonição (a morte implacável), Matrix e Cidade das Sombras (a manipulação da realidade) e Efeito Borboleta (confusão temporal). Tantas referências tornam o filme pouco original, frustrando as expectativas dos ótimos (e deliciosamente confusos) minutos iniciais.

O lendário especialista em maquiagem Stan Winston é um dos seis produtores de Prisioneiro da Morte. Winston foi o responsável pela maquiagem de filmes como O Exterminador do Futuro, Entrevista com Vampiro e Edward Mãos de Tesoura. Numa jogada de marketing, o próprio DVD americano é vendido com o título Stan Winston’s The Deaths of Ian Stone, ainda que sua participação não tenha tanto peso, a não ser pelos bons efeitos visuais criados por sua equipe, que garantem a qualidade técnica do filme; destaque para as criaturas, que são muito bem feitas e lembram bastante o monstro de fumaça “Lostzilla”.

Prisioneiro da Morte foi rodado em Londres, na Inglaterra, e dirigido pelo cineasta italiano Dario Pina, um publicitário internacionalmente reconhecido. A sua direção é convencional, mas segura.
O jovem e limitado elenco, que é encabeçado pelo americano Mike Vogel (de O Massacre da Serra Elétrica e Cloverfield – O Monstro), traz ainda a bela atriz inglesa Jaime Murray (a amante psicótica de Dexter, na segunda temporada da série).

Vale ressaltar o figurino desnecessário usado pelos demônios nas sequências finais. Roupas emborrachadas (vermelhas e pretas) e óculos que remetem a Matrix e ao visual dos cenobitas criados por Clive Barker em Hellraiser.

Apesar de o personagem Ian Stone ser assassinado todos os dias por demônios cujos braços transformam-se em armas mortais, falta sangue e violência em Prisioneiro da Morte. Em determinados momentos, parece que estamos assistindo a uma ficção científica no estilo Arquivo X e não a um filme de horror.

O filme foi lançado em DVD no Brasil pela Imagem Filmes. A edição magra, conforme informação da própria distribuidora, traz apenas trailers de futuros lançamentos. É possível encontrar em sites especializados um box com os 8 filmes do festival After Dark Horror Fest de 2007, contendo além de Prisioneiro da Morte, Borderland, Unearthed, Tooth and Nail, Crazy Eights, Nightmare Man, Lake Dead e Mulberry Street.

Como de praxe faltou bom senso na escolha do título nacional. Qual o problema com As Mortes de Ian Stone (tradução literal do título em inglês)? Não seria um título muito mais intrigante que algo banal como Prisioneiro da Morte?

Enfim, mesmo com ausência de sangue e de criatividade, sem nada de inovador na trama ou na linguagem, a qualidade técnica Prisioneiro da Morte pode acabar agradando aos menos exigentes; principalmente numa época em que boas produções do gênero estão cada vez mais escassas.

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João Pires Neto

João Pires Neto é apaixonado por livros, filmes e música, formado em Letras, especialista em Literatura pela PUC-SP, colaborador do site Boca do Inferno desde 2005, possui diversos contos e artigos publicados em livros e revistas especializadas no gênero fantástico. Dedica seu pouco tempo livre para continuar os estudos na área de literatura, artes e filosofia

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