Ninguém Sobrevive (2012)

3.7
(6)
No One Lives (2012)
Não tem como fugir!
Ninguém Sobrevive
Original:No One Lives
Ano:2012•País:EUA
Direção:Ryûhei Kitamura
Roteiro:David Cohen
Produção:Harry Knapp, Kami Naghdi
Elenco:Luke Evans, Adelaide Clemens, Derek Magyar, Lee Tergesen, America Olivo, Beau Knapp, Lindsey Shaw, Laura Ramsey, Gary Grubbs, Andrea Frankle, Rob Steinberg, Jake Austin Walker, Dalton E. Gray

O que Ryûhei Kitamura provou ser capaz de fazer com um conto de Clive Barker, resultando no sangrento O Último Trem (2008), é a motivação para uma conferida em qualquer outro trabalho que levasse seu nome. O cineasta japonês já havia mostrado seu talento no oriente, como os ótimos O Portal da Ressurreição (2000), Alive (2002) e Azumi (2003), até chegar à América. No One Lives, de 2012, é o seu retorno com o pé direito aos EUA, evidenciando o seu nome numa galeria de bons diretores asiáticos.

Antes de observar o nome do diretor, é provável que o infernauta o misture mentalmente entre inúmeras produções do gênero que são realizadas, com avaliações que variam do mediano ao péssimo. Talvez até pense que se trata de um torture porn se levar em consideração a capa do DVD/Blu-Ray estrangeiro, que traz uma garota de ponta-cabeça e os dizeres: “todo mundo corre, todo mundo se esconde.” E a mesma impressão virá à tona no epílogo clichê, com uma loira em fuga (Adelaide Clemens, de Silent Hill: Revelação 3D) por uma floresta até ser pega por uma armadilha e escrever com cacos de vidro na árvore que a prendeu: “Emma está viva.

No One Lives (2012) (1)

Todo o lugar-comum irá se desfazer no início do segundo ato. Até lá o espectador verá duas narrativas isoladas: na primeira, um homem (Luke Evans, de O Corvo, 2012) conduz o veículo com sua namorada pela estrada. Eles param num velho hotel e transam, deixando evidente uma cicatriz que a jovem possui perto da cintura; enquanto isso, mais ou menos perto dali, uma gangue invade uma casa para roubar e é surpreendida pelos moradores. O líder, Hoag (Lee Tergesen, de Monster – Desejo Assassino), pensa em enrolar a família, mas não consegue evitar que um dos comparsas, o violento Flynn (Derek Magyar, de Train, 2008), resolva exterminá-los com sua pistola. Sendo obrigados a abandonar a ação, eles resolvem almoçar num restaurante nas proximidades, exatamente o local onde o casal do começo também está. Novamente, Flynn resolve agir por conta, atrapalhando a refeição dos dois, sendo impedido pelo chefe.

No One Lives (2012) (3)

Um tempo depois, ao saírem do restaurante, Flynn ataca o veículo do casal, fazendo-o sair da estrada. Levados a uma casa rural, eles são presos a cadeiras, prestes a serem torturados pelo grupo. No entanto…bom qualquer outra informação irá estragar a surpresa de quem pretende conferi-lo. Basta dizer que o desenrolar é repleto de sangue, violência, armadilhas, mortes e muita ousadia do roteiro do estreante David Cohen. Há algumas reviravoltas – uma interessante até pois justifica o título do filme – e surpresas, embora o filme não consiga escapar de vários clichês do estilo, permitindo ao espectador adivinhar algumas sequências.

Kitamura novamente expôe o público a momentos violentos, sem o uso do CGI – fator que atrapalhou uma avaliação mais positiva de O Último Trem -, mostrando que está de volta à forma. Sua habilidade no comando permite uma aproximação com o público e a alternância da trama entre vilões e anti-heróis, graças ao carisma de seus personagens. No One Lives deixa um gancho para uma continuação, o que trai o título original mas deixa o espectador com mais sede principalmente se contar com elenco e enredo tão interessantes!

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

14 thoughts on “Ninguém Sobrevive (2012)

  • 26/11/2018 em 01:54
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    Luke Evans: que homem lindo da porra!

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  • 04/07/2016 em 21:56
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    ótimo filme trilha sonora perfeita e um vilão muito sedutor recomendo espero que tenha continuação

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  • 28/09/2013 em 21:09
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    esse filme, pra mim, foi uma surpresa… adorei cada aspecto dele… do começo ao fim… achei-o inovador, interessante… o anti-herói é cativante, o enredo é simples, porém muito magnético.
    Recomendo, foi um dos melhores filme que vi nesse ano… (se é que ñ foi o melhor)

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  • 27/07/2013 em 17:07
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    O fundador do bocadoinferno é meio “Faceiro”… o filme nota 10 dele, não passa de um nota 5 de qualquer outro avaliador.

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    • 10/09/2013 em 21:19
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      concordo!!!!! ou melhor discordo!!! nota 3!!!! a ideia e muito boa do filme mas o dessenrolar da historia não convençe!!!

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  • 23/07/2013 em 21:04
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    Eu esperava mais, mesmo assim é um bom filme. Ah, eu advirto que o trailer revela a grande “reviravolta” o que, no meu caso, tirou um pouco a graça de ver o filme. Possui um gore espetacular, mas peca em algumas cenas e por um motivo bem simples: as vítimas não possuem carisma, são todos uns filhos da p*** e merecem morrer; não há empatia por ninguém, a Emma até conseguiu um pouco da minha pena, mas depois q vi o q aconteceu com ela, acabou a comoção e o desejo de que ela entrasse na faca tomou conta. O assassino tbm ficou muito fodão, o q no meio para o final começa a chatear no estilo dos filmes de Rob Zombie. Enfim, é bacaninha e merece ser visto, mas não é o melhor, nem o mais surpreendente deste ano como muitos dizem.

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  • 23/07/2013 em 17:23
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    FILME MUITO BOM, DA DE 10 A ZERO NO MASSACRE DA SERRA ELETRICA 3D. ESPERO QUE TENHA CONTINUAÇÃO TORCI MUITO PARA O MOCINHO OU SERIA O VILÃO? KKKKKKK!! RECOMENDO!!

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  • 23/07/2013 em 12:21
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    [contem SPOILERS] Fraco, o “vilão” ou seria “mocinho”(?) não convence, assim como o roteiro cheio de buracos, e cenas no mínimo ridículas como se esconder dentro do corpo de um dos bandidos ou conseguir uma carona bem oportuna. Vale a pena? Eu me arrependi, tente VHS 2, pelo menos eu consegui rir do último.

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    • 28/07/2013 em 19:35
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      Nem me lembre da cena do corpo esconderijo….

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  • 22/07/2013 em 16:01
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    Assisti ontem ….e não vi nada de extraordinário! Onde está a tal reviravolta e a “ousadia”?

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  • 22/07/2013 em 14:22
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    muito interessante esse filme,sem falar que tem gente conhecida,aí ajuda mais ainda ele se destacar entre os outros filmes de gore lançados recentemente.gostei tbm das reviravoltas,apesar de confusas,e recomendo assistirem umas duas vezes pra entenderem direito,mas assista galera, é bom 🙂

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  • 22/07/2013 em 11:05
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    esse filme é um barato de bão! é uma especie de “Quadrilha de Sádicos” encontra um misto de Hanibal Lecter/The Collector/ McGayver!!! Tem uma pegada de “Drink no Inferno” ao mostrar o embate do capeta com o coisa ruim.. mas o efeito é espetacular! Gore, violencia e reviravoltas são a cereja do bolo, desta produção independente que acho uma grata surpresa em meio a mesmice do cinemao de horror.

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  • 22/07/2013 em 11:00
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    Pessoal, eu e meu amigos de São Paulo, estamos gravando um filme de terror chamando “BlackOut”.
    Ele será no estilo “Found Footage”.
    História se passa em uma casa, na noite de ano novo.
    LINK DO TEASER: http://www.youtube.com/watch?v=do54OffVZ3I
    Se alguém tiver curiosidade em saber mais sobre o filme, entre em contato comigo pelo e-mail: arthuralvesp@yahoo.com.br
    Beijos’.

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