Adoradores do Diabo (2005)

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Adoradores do Diabo (2005)

Adoradores do Diabo
Original:Devour
Ano:2005•País:EUA
Direção:David Winkler
Roteiro:Adam Gross, Seth Gross
Produção:Daniel Bigel
Elenco:Jensen Ackles, Shannyn Sossamon, Dominique Swain, William Sadler, Teach Grant, Martin Cummins, Wanda Cannon, Jenn Griffin, Alan Ackles, John Innes

Enquanto caminha por uma floresta aparentemente deserta, um rapaz percebe a presença de um animal selvagem à espreita. Antes de fazer parte de sua refeição, ele o mata e começa a tirar seus órgãos. Algo chama a sua atenção e o conduz até uma estranha cabana escondida entre as árvores. No local, encontra uma mulher deitada, nua, chorando copiosamente. Ainda com as mãos sujas de sangue, ele tenta confortá-la, no entanto ela atira sobre o pescoço do jovem uma cobra. Esse é um dos pesadelos acordados de Jake Cummings (Jensen Ackles, de Supernatural e Dia dos Namorados Macabro), protagonista de Adoradores do Diabo (Devour, 2005), dirigido por David Winkler, a partir de um roteiro de Adam e Seth Gross (DOA – Vivo Ou Morto).

A princípio, Jake acredita que seus pesadelos são apenas sintomas de um problema psicológico, mas, como ele mesmo diz no começo, não demorará muito para ele descobrir os verdadeiros motivos de seus tormentos. Estudante universitário, técnico em eletrônica, Jake compartilha suas experiências com dois grandes amigos: Dakota (Dominique Swain, de A Outra Face e Nazistas no Centro da Terra) – uma quase namorada de Jake, constantemente atormentada por seu professor – e Aiden (Martin Cummins, de Sexta-Feira 13 – Parte 8: Jason Ataca Nova Iorque e Profecia IV – O Despertar), viciado em drogas, sempre se mete em confusões, é o responsável por introduzi-los num jogo online chamado “O Caminho“.

A partir do momento que você se inscreve nesse jogo (é preciso passar todos os seus dados verdadeiros e confidenciais, ou seja, como aqueles sites pilantras de vendas pela internet), você começa a receber ligações que fornecem “os caminhos” sobre o que fazer e como agir em determinada situação. Lembra um pouco Força Demoníaca (976 – Evil, 1988), mas alguns detalhes são ainda mais tétricos: a pessoa que telefona tem a sua voz (como se fosse um ato do inconsciente) e os conselhos sempre envolvem a desgraça de alguém. Os telefonemas seduzem o jogador (ora, não é isso que o diabo faz?) a agir de determinado modo para se livrar de problemas e também são a autorização para os atos cruéis de uma seita.

Quando a história começa a partir para o lugar-comum, novos elementos intrigantes são introduzidos: Jake conhece a gatíssima Marisol (Shannyn Sossamon, de Devoradores de Pecado e Catacumbas) e começa a nutrir uma paixão crescente a medida que começa a encontrá-la em lugares inusitados, como a clínica de recuperação em que a mãe do rapaz se encontra devido a um acidente do passado. Além disso, os pesadelos de Jake começam a se tornar reais, e ele passa a ser incomodado pela visão de um demônio. Como desgraça pouca é bobagem, pessoas começam a matar e morrer violentamente – como uma das vítimas que introduz um lápis em cada ouvido para não receber mais ligações – e os crimes estão relacionados ao jovem, conforme começa a perceber o tio dele, que é policial, e mora numa cabana no meio da floresta…

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O filme ainda conta com a presença do veterano ator William Sadler (Demônios da Noite, Machete Mata), como um professor de ocultismo e satanismo. Ele entra em cena quando Jake começa a perceber que existe uma seita demoníaca por trás do site, e que há mais pessoas envolvidas do que ele podia imaginar. E o passado de Jake começa a ser revelado, com surpresas que podem condená-lo ao Inferno, mas sem impressionar o público como Coração Satânico.

Adoradores do Diabo segue o ritual do estilo, basicamente copiando a fórmula do subgênero seitas macabras. Possui uma trilha incidental infeliz, composta pelo outrora genial Joseph LoDuca, responsável pela franquia Evil Dead, e nenhuma cena realmente de impacto. As mortes são todas offscreen, com bons efeitos de maquiagem, embora não evidencie o sangue das vítimas. Apesar dos clichês em demasia, o ponto forte está na seriedade da produção e nas mudanças de narrativas que evitam que o espectador cochile. Também é positiva a ideia de introduzir fantasmas – não caricatos – no longa, assim como a recriação de pesadelos de Jake. Ainda assim, a colcha de retalhos deixa apenas a sensação mediana de ter visto um filme comum, sem grandes atrativos.

Não deve ser confundido com um longa de 1987, com Martin Sheen, lançado no Brasil com o mesmo título, mas sem relação com o nome. Uma produção bem mais adulta e interessante do que este filme de Winkler.

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

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