Octane – O Caminho do Mal (2003)

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Octane (2003)

Octane - O Caminho do Mal
Original:Octane
Ano:2003•País:UK
Direção:Marcus Adams
Roteiro:Stephen Volk
Produção:Alistair MacLean-Clark, Basil Stephens
Elenco:Madeleine Stowe, Norman Reedus, Bijou Phillips, Mischa Barton, Jonathan Rhys Meyers, Leo Gregory, Martin McDougall, Shauna Shim, David Menkin

De acordo com o dicionário Aurélio, Octano é um hidrocarboneto saturado com oito átomos de carbono, existente no petróleo. Enfim, é a principal substância da gasolina. Se a gasolina é o combustível mais comum utilizado na locomoção dos carros, podemos dizer que o sangue é o octano do ser humano, já que é a substância mais importante para o nosso corpo. O que tudo isso tem a ver com o filme Octane – O Caminho do Mal? Provavelmente nada, mas essa é a única explicação lógica que encontrei para essa produção, dirigida por Marcus Adams (de Jogo dos Espíritos), ter esse nome, já que em nenhum momento essa palavra é mencionada durante os 91 minutos de duração do longa.

Numa noite escura, no meio de uma longa e perigosa estrada, encontra-se um veículo virado de ponta cabeça, após um grave acidente. Preso nas ferragens, o motorista tenta manter seus olhos abertos, mesmo sendo incomodado pelo sangue que escorre em seus olhos. Dois paramédicos chegam ao local e começam a cuidar do acidentado, preocupados com as dores que o homem sente. De repente, ouve-se a chegada de uma ambulância e um paramédico diz para o outro: “– Vamos“, enquanto retira rapidamente o rapaz do veículo, tapando sua boca e arrastando-o para longe dali. Com esse começo instigante, Octane – O Caminho do Mal traz a promessa de uma produção no mínimo curiosa e surpreendente. No entanto, após 40 interessantes minutos, o filme se perde no “caminho do mal” dos exageros e da falta de lógica..

Octane (2003) (2)

Mãe e filha estão num carro utilizando a mesma estrada do acidente. Senga (a estonteante Madeleine Stowe, da série Revenge), uma mãe divorciada e bastante conservadora, conduz o veículo enquanto conversa e discute com sua bela filha adolescente Nat (Mischa Barton, linda em 1303 – Apartamento do Mal). A filha quer mais liberdade para poder ir aos shows e festas, mas sua mãe não quer libertá-la de “suas correntes” pois se trata de uma jovem de 16 anos sem experiência de vida. Enquanto discutem o assunto, Senga e Nat presenciam cenas estranhas na estrada: um casal alegremente tirando fotos do acidente citado acima, com a permissão da polícia local; um boneco de um bebê engatinhando; um motorista de guincho com olhar sinistro.

Depois que fazem uma pausa num restaurante local, decidem dar carona para uma estranha mochileira (Bijou Phillips, de O Albergue 2), que, encanta a filha com seu modo de vida “ideal“, seu uso de piercings e seu estilo musical dançante. Instantes depois, a garota é deixada onde pediu, próximo a uma estátua num matagal. Antes que o carro se afaste, Nat percebe que a jovem esqueceu seu CD no carro e pede para que sua mãe retorne e a procure. Apesar do esforço de Senga, a misteriosa mochileira não é encontrada.

Mais tarde, a situação familiar se torna insuportável quando o pai de Nat entra em contato com a filha e resolve presenteá-la com ingressos para um show, o que gera a revolta da mãe, que rasga o presente e ainda grita com a filha. Numa atitude arriscada, Nat aproveita a confusão no restaurante e foge em companhia do estranho casal que fotografava o acidente e também da mochileira. Assim tem início o pesadelo de Senga, que passa a atuar como detetive em busca de pistas do paradeiro da filha, naquela terrível noite na estrada. À medida em que vai se aproximando de Nat, ela passa a ter contato com pessoas estranhas e descobre a existência de uma perigosa seita, regada à sangue, mortes, acidentes na estrada, violência e culto do corpo.

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Embora o conceito seja interessante, a narrativa nonsense – com estranhos closes, repetição de flashes e trilha psicodélica – torna a produção extremamente confusa, como se o espectador estivesse sob o uso de alguma droga alucinógena. Não vão faltar dúvidas para todos os lados durante a jornada: Por que as pessoas que Senga encontra pelo caminho parecem ser sempre as mesmas? Quantos estarão envolvidos naquela macabra quadrilha? Em quem poderá confiar se até mesmo a polícia parece conspirar contra ela? E como se explica a presença daquele estranho apresentador de canal religioso que ainda menciona seu nome durante o programa?

Com todo esse mistério, Octane – O Caminho do Mal, com roteiro de Stephen Volk (depois acertaria a mão com O Despertar, 2011) não deixa de ser uma produção atraente, principalmente por contar com a presença sempre marcante de Norman Reedus, o Daryl de The Walking Dead. Se mantivesse o ritmo da primeira parte, talvez o filme até conquistasse o público, porém o acréscimo exagerado de informações no ato final e a conclusão óbvia impedem uma avaliação mais positiva.

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

3 thoughts on “Octane – O Caminho do Mal (2003)

  • 26/02/2014 em 22:32
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    A história até que parece interessante, eu assistiria se passasse na TV

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  • 26/02/2014 em 15:18
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    mesmo vc só dando duas caveiras eu queria ver,pois tem muita gente conhecida no elenco.

    Resposta

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