Akira (1988)

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Akira (1988)

Akira
Original:Akira
Ano:1988•País:Japão
Direção:Katsuhiro Otomo
Roteiro:Katsuhiro Otomo, Izô Hashimoto
Produção:Haruyo Kanesaku, Shunzo Kato, Yutaka Maseba, Ryôhei Suzuki, Hiroe Tsukamoto
Elenco:Mitsuo Iwata, Nozomu Sasaki, Mami Koyama, Tesshô Genda, Hiroshi Ôtake, Yuriko Fuchizaki, Masaaki Ôkura, Tarô Ishida

Foi em 1914 que os japoneses começaram suas experimentações com a animação, no que seria o início do que hoje os ocidentais conhecem como “anime”. Um dos maiores responsáveis pela popularização do anime foi Osamu Tezuka, que criou Astro Boy em 1958 e foi influência para muitos dos criadores que surgiram depois. Até Akira.

Katsuhiro Otomo começou a escrever o mangá Akira em 1982. Com mais de duas mil páginas, a obra foi um sucesso e, em 1988, antes mesmo do término do mangá, Akira virou um longa metragem, criado pelo próprio Otomo. Com elementos de horror, ficção científica e ação, a história se passa em Neo-Tokyo, uma Tóquio cyberpunk recriada depois da destruição causada por uma explosão atômica que deu início à Terceira Guerra Mundial. Lá conhecemos Shotaro Kaneda, líder da gangue de motoqueiros conhecida como Capsules, da qual faz parte o jovem Shima Tetsuo. Em um acidente envolvendo Takashi, um esper em corpo de criança com poderes telecinéticos, Tetsuo é levado para um hospital.

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Enquanto o jovem está internado, o Coronel Shikishima e o Doutor Onishi, ambos parte do projeto governamental responsável pela destruição da cidade 31 anos antes, percebem que Tetsuo também tem poderes telecinéticos, porém em proporções muito maiores do que os espers que são mantidos em seu laboratório. O garoto acaba escapando do hospital em uma onda de violência e destruição, e cabe a Kaneda tentar pará-lo, o que não será tarefa fácil: agora forte, Tetsuo volta toda a sua raiva contra o melhor amigo.

Akira foi lançado em meio à crise japonesa ocasionada pela bolha imobiliária no Japão, que durou de 1986 a 1991. Ainda que o mangá tenha sido iniciado antes desse período, é possível perceber alguma influência da situação política no filme: enquanto o mangá é mais espiritual, o anime toma um rumo mais político e filosófico. Ainda assim, a transição entre o mangá e o anime é bem feita, e o espectador não precisa ler o mangá para assistir ao filme (ainda que isso seja altamente recomendado devido à qualidade do material original).

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O longa se tornou referência tanto para o anime como para a animação em geral, especialmente por conta de seus efeitos especiais inovadores para a época. A forma como a animação labial foi feita também merece destaque: todas as falas foram gravadas antes de a animação ser feita, fazendo com que os movimentos faciais dos personagens ficassem mais coerentes com a fala.

Após mais de 20 anos desde seu lançamento, Akira continua trazendo em seu enredo temas atuais. Neo-Tokyo é uma cidade liderada por políticos corruptos, onde uma população insatisfeita toma as ruas em manifestações e protestos, que muitas vezes seguem rumos violentos. Familiar? Além disso, a produção também toca em temas mais pessoais, em especial a amizade. Kaneda e Tetsuo são melhores amigos desde a infância, mas Tetsuo sempre se sentiu inferior a Kaneda. Sendo assim, quando os poderes de Tetsuo tomam proporções gigantescas, seu rancor é direcionado ao amigo, que, mesmo assim, não hesita em tentar ajudá-lo.

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Akira foi lançado em Blu-ray no mercado nacional em setembro de 2010. Atualmente, o diretor Jaume Collet-Serra está ligado a uma possível adaptação americana do anime, que está em desenvolvimento há anos e se passaria em “Neo-Manhattan”. Até o momento, porém, o projeto não saiu do papel.

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Silvana Perez

Escolheu alguns caminhos errados e acabou vindo parar na Boca do Inferno em 2012. Apresenta o podcast do site, o Falando no Diabo, desde 2019. Fez parte da curadoria e do júri no Cinefantasy. Ainda fala de feminismos no Spill the Beans e de ciclismo no Beco da Bike.

7 thoughts on “Akira (1988)

  • 20/04/2014 em 21:28
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    Acho Akira um filme excepcional até hoje. Um documentário sobre a realização do longa detalha bem o preciosismo dos animadores. Outro fator que deixa o filme ainda atual é o impacto visual de várias cenas, como a impressionante perseguição de motos no início ou as sequências em que o Kaneda “declara” guerra a Neo-Tokyo, sem poupar ninguém.

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    • 20/04/2014 em 21:29
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      Correção: leia-se “Tetsuo” onde escrevi “Kaneda”.

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  • 06/04/2014 em 12:38
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    crássico mermo!
    quem não viu que veja!

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  • 02/04/2014 em 13:22
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    Tenho a serie em mangas, bonecos e o filme em dvd. É um ótimo anime pra quem gosta de qualidade, recomendo!

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  • 01/04/2014 em 20:22
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    tenho pena desse live action de akira vao estraga um classico. bens que eles poderiam relança o manga.

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  • 01/04/2014 em 20:15
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    por akira e um marco nao historia no mundo das animaçoes japonesas fico pensando o trabalho que teu pra fazer esse filme na epoca hoje em dia e tudo cgi.

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