Mega Shark vs. Mecha Shark (2014)

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Mega Shark vs Mecha Shark (2014)

Mega Shark vs. Mecha Shark
Original:Mega Shark vs. Mecha Shark
Ano:2014•País:EUA
Direção:Emile Edwin Smith
Roteiro:H. Perry Horton
Produção:David Michael Latt
Elenco:Christopher Judge, Elisabeth Röhm, Matt Lagan, Hannah Levien, Paul Anderson, Deborah Gibson, Fiona Hardingham, Emma Rose Maloney, Steve Hanks, Simon Barbaro, Marshall Dunn, Colin Flynn, David Salsa, Robert Sisko, Alain Gerard, Beejan Land, Lance Buckner

Com quase 17 anos de fundação existem duas coisas que sabemos que a produtora The Asylum faz muito (se faz bem feito é outra história): adaptações baratas de filmes blockbusters, lançadas direto para o vídeo, e produções originais baratas sobre monstros gigantes, também lançadas direto para o vídeo. Em uma conta de padaria deu para chegar em mais de uma dezena de filmes com monstros gigantes nos últimos cinco anos e em todos procurei ignorar quase em sua totalidade – o último que vi foi Komodo vs. Cobra e o resultado vocês já leram aqui…

Mega Shark vs

Quando da oportunidade do mês dos monstros aqui na Boca do Inferno resolvi me inspirar em Roberto Carlos, que voltou a comer carne, e deixei meu jejum da Asylum de lado para assistir a sua última “megaprodução” na categoria dos filmes de monstros gigantes, Mega Shark vs. Mecha Shark, trabalho de estreia do diretor Emile Edwin Smith, que normalmente é um dos responsáveis pelos (d)efeitos visuais da produtora. Fato é que me surpreendi pelo que vi, porém nem toda empolgação do mundo pode tirar a pecha de filme porcaria que já é conhecida de quem já teve a oportunidade de ver qualquer outro da Asylum.

Na história, Elizabeth Rohm (do seriado Angel) e Christopher Judge (Stargate SG-1) interpretam Jack e Rosie, marido e esposa, pilotos de um submarino robótico encarregado de tornar os mares seguros para os surfistas e pescadores. Quando um Megalodon gigantesco é acidentalmente liberto da animação suspensa em um iceberg (o que, acredite, causa a decapitação da esfinge no Egito), o casal é chamado para pilotar o novo protótipo do exército americano, um submarino tubarão de tamanho incomensurável denominado Mecha Shark.

Mesmo receoso do uso do protótipo sem testá-lo e seu sistema operacional baseado em inteligência artificial chamado “Nero“, Jack é forçado a usá-lo, pois os ataques do Megalodon se tornam mais frequentes e passaram a afetar a economia mundial já que a pesca foi proibida em todo o mundo.

Mega Shark vs (1)

Daí prossegue a batalha entre os dois gigantes e os sucessivos ataques – chegando a derrubar até porta-aviões – culminam no megalodon se dirigindo perigosamente para a cidade de Sydney, a qual segundo a bióloga Emma McNeil (Debbie Gibson, Mega Python vs. Gatoroid) foi a área de reprodução original do monstro e se ele não encontrar um par para copular ficará ainda mais agressivo… Como sabemos que megalodons fêmeas gigantescas não estão necessariamente disponíveis em qualquer zoológico, uma providência mais urgente precisará ser tomada antes que a cidade seja dizimada.

Mega Shark vs. Mecha Shark é vendido como o terceiro filme de uma trilogia iniciada por Mega Shark Versus Giant Octopus (2009) e prosseguida Mega Shark Versus Crocosaurus (2010), mas peço clemência ao leitor por não ter assistido a estes anteriores para poder fazer qualquer comparação, portanto vou fazer a análise sob a ótica do filme único. Assim confesso que fiquei surpreso com o profissionalismo da equipe técnica para os padrões já vistos da produtora. Inclusive os efeitos, notadamente realizados por computador como sempre, tem mais qualidade do que me lembro de outros filmes da Asylum e, sabendo da tranqueira que são, o diretor é esperto e procura ter o mínimo de interação direta entre efeitos computadorizados e humanos, chamando menos atenção pela sua ruindade.

Só que por mais que isto seja digno de elogio, nada tira o cheiro de Asylum do ar… A premissa tão simples e interessante a princípio – era para ser um tubarão gigante de metal contra um tubarão gigante de carne brigando entre si – vai inserindo elementos e diálogos de complexidade e profundidade relativa, seja no núcleo militar, no núcleo do casal ou no núcleo da biologia, sufocando boa parte da diversão. Conceitos como o do descontrole do tubarão robô controlado por Nero (um toque de 2001: Uma Odisseia no Espaço) ou do conflito entre as forças armadas e dos heróis civis também não passa da superfície.

Apesar de relativamente curto, 85 minutos de duração, cenas que só estão lá para encher linguiça também fazem parte do pacote, como as demoradas buscas subaquáticas pelo megalodon e a infinita correria sem propósito que a heroína tem nas ruas de Sydney para encontrar a filha de uma desconhecida que apareceu do nada e sumiu na mesma velocidade da trama.

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Da batalha efetiva entre os dois grandes monstros, grande chamariz do título, infelizmente rende apenas uma boa cena digna de nota. Lembram em Tubarão 4 quando o monstro come o avião do rapaz que pousa na água? Troque o monomotor por um Airbus, coloque ele a 12 mil pés de altura e um tubarão cinco vezes maior saltando na água para mordê-lo… É isso aí! Comparando esta cena com outra similar do filme Mega Shark Versus Giant Octopus (veja aqui) é uma diferença tão gritante como comparar os efeitos do filme do Capitão América do Albert Pyun de 1990 com O Soldado Invernal da Marvel de 2014…

Certamente as coisas boas estão longe de compensar as ruins e os absurdos poderiam ser muito mais bem explorados para virar um bom filme B, calçado em suas limitações e repleto de risos, contudo é de se admirar que uma produtora que primava pelos defeitos e fazia filmes irritantes de ruim consiga inserir um pouco mais de valor de produção para entregar algo simplesmente medíocre e esquecível. Um avanço considerável.

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Gabriel Paixão

Colaborador e fã de bagaceiras de gosto duvidoso. Um Floydiano de carteirinha que tem em casa estantes repletas de vinis riscados e VHS's embolorados. Co-autor do livro Medo de Palhaço, produz as Horreviews e Fevericídios no Canal do Inferno!

5 thoughts on “Mega Shark vs. Mecha Shark (2014)

  • 05/02/2015 em 22:21
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    Excelente filme, os filmes da Asylum que não são levados a sério rendem uma ótima diversão e esse é dos melhores e ainda tem um par central muito bom e conhecido dos fãs de seriados.

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