A Serbian Film – Terror sem Limites (2010)

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A Serbian Film (2010)

A Serbian Film - Terror sem Limites
Original:Srpski film
Ano:2010•País:Sérvia
Direção:Srdjan Spasojevic
Roteiro:Srdjan Spasojevic, Aleksandar Radivojevic
Produção:Srdjan Spasojevic
Elenco:Srdjan Todorovic, Sergej Trifunovic, Jelena Gavrilovic, Slobodan Bestic, Katarina Zutic, Luka Mijatovic, Ana Sakic, Lena Bogdanovic, Miodrag Krcmarik, Nenad Herakovic

Sabe tudo aquilo que você ouviu falar sobre Terror sem Limites? Pois bem, é verdade! Mas posso dizer, a verdade decepciona.

No ano de seu lançamento, em 2010, o filme foi proibido em diversos países ao redor do globo, inclusive no Brasil, sob a justificativa de referências à pedofilia. Entretanto, esse não é o foco da produção e muito menos seu ponto de impacto (se é que podemos chamar assim). A Serbian Film trata do terror extremo e usa para isso algo que sempre será um tabu: o sexo, traduzido no filme de Spasojevic na abordagem de snuff movies.

O longa nos conta a história de Milos (Srdjan Todorovic), um homem comum, com uma bela esposa (Jelena Gavrilovic) e um pequeno filho. Porém, problemas financeiros assolam a paz dessa família e para tentar resolver a crise, o patriarca resolve voltar à ativa em sua carreira de sucesso: um famoso e reconhecido ator pornô na Sérvia, conhecido por sua eterna ereção. Milos recebe uma proposta milionária (e muito suspeita, diga-se de passagem) de Vukmir (Sergej Trifunovic), um excêntrico cineasta, que contrata o astro sob a justificativa de produzir um filme artístico, a revolução dos pornôs.

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A partir dessa premissa, iniciam-se as gravações do misterioso filme de Vukmir, onde tudo parece uma grande conspiração, levando Milos a executar ações sem conhecê-las previamente. E é nesse ponto que o filme se perde.

Para justificar certas ações do protagonista, mostrando que estava completamente sem controle no que fazia, procurando justificar o esvaziamento de conteúdo e crítica do filme em prol do terror extremo, Milos é submetido a uma espécie de ‘super viagra’ (o que é utilizado nos bovinos para procriação), perde a consciência de seus atos, cometendo atrocidades das quais não se recorda, pois estava sob a influência de algo como um ‘membro maligno’.

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Aos poucos, em cenas de vídeos que encontra pelos locais por onde foram filmados, em clara referência a abordagem found footage, onde um vídeo conta toda uma história que se procura deletar, nosso ‘herói’ descobre tudo o que fez junto com o espectador.

O mais contraditório é perceber o tom moralista do longa, pois a todo momento o protagonista e sua família mostram-se avessos à antiga profissão do astro, numa espécie de negação, como se fosse verdadeiramente vergonhoso ser um ator pornô, um grande pecado.

A Serbian Film (2010)

Por outro lado, aquele personagem que na teoria era para cumprir o papel do anti-herói, o irmão de Milos, acaba exercendo o papel mais real: o irmão invejoso, que cobiça a cunhada e a profissão do caçula, justamente por se sentir infeliz ao ter construído sua vida no caminho oposto, a de ser um policial, o apresentado como moralmente correto.

Enfim, Terror sem Limites não consegue mostrar a que veio, porque, no fundo, ele não veio para nada.

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Luana Caroline Damião

Graduada em museologia, fã de faroestes e Christopher Lee, deseja que o mundo acabe com um apocalipse zumbi, onde, certamente, será um dos mortos-vivos.

18 thoughts on “A Serbian Film – Terror sem Limites (2010)

  • 28/10/2020 em 19:26
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    Eu nem sei o que pensar, tipo, sabemos que existe todo tipo de doente como esse cineasta, ja assistir um filme parecido porem o cara era submetido a serve em vez da familia, mais achei desnecessário o estrupo da criança, nossa a cara de trauma do moleque doeu ate a alma , e o bebe, pelo amo de deus, doentio e a vaca da mae sorrindo affs, bizarro !!!!!

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  • 11/03/2020 em 09:01
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    Assisti esse filme em 2010, não sei se por inexperiência minha ou por falta de conteúdo do tipo na época, mas eu achei BEM chocante, sério me perturbou.
    Não sei como seria minha reação hoje em dia.

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  • 05/08/2019 em 17:09
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    Respeito a critica mais faço algumas observações pessoais. Drogas que estimulam a libido e afetam a consciência, são extremamente comuns, o filme, apenas usou esse fato de forma exagerada, afinal é só um filme. O desejo do irmão pela cunhada, e inveja do “penis” do irmão já me pareciam bem evidentes, não notei nenhuma revelação, e nenhum grau de heroismo no personagem do irmão, novamente, na minha opinião claro. No mais, é isso mesmo, daria uma nota maior, mais senti que a falta de conteudo foi substituida pela polemica em alguns momentos para vender o filme.

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  • 27/08/2017 em 12:38
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    A não ser para leigos, ou para os mais sensíveis, o filme não é chocante.
    Talvez, pela falta de talento do diretor e da forma como as coisas são jogadas na tela, o filme não choque como deveria chocar, o que, imagino, deva ter sido a intenção. Sem contar que o filme peca por não ter a crueza que um filme como esse pede, como o Last House On The Left do Craven, que embora ache apenas razoável, é crú como um filme como esse tem que ser.

    Porque ninguém mostraria algumas cenas, como por exemplo, a polêmica cena do bebê, se não quisesse chocar, concordam? Só que achei tal cena risível, seja por causa do efeito barato e inconvincente, seja por causa do contexto em que ela ocorre.

    Em outra situação, e com um diretor talentoso, a cena envolvendo o bebê, mesmo que só sugerida, seria revoltante.

    Enfim, para mim, o melhor momento do filme é sequencia final, por causa do humor negro.

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  • 24/09/2016 em 23:19
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    Eu não gostei do filme.. mas, discordo quando a dizer que o mesmo não veio para nada… penso assim… O filme ficou bruto, para muitos possui cena de violência gratuita, pra outros ficou sem noção e viajado.. mas, creio que a intenção do filme é chocar mesmo, causar repulsa (causou isso milhares de pessoas que assistiram), e mostrar que a sociedade tem evoluído/regredido tanto com relação ao que é ou não normal com relação a tudo, em especial no âmbito sexual.. os conceitos de permitido e proibido tem mudado tanto, a sexualização vem cada vez mais cedo na vida.. etc… mostrar o underground mundo do pornô, onde tem todos os gostos macabros… onde tem pessoas que pagam pelo estilo de coisa mostrada no filme (pornô recém-nascido, estupros violentos, mulher vista como lixo, etc), e pagam milhões (o que acontece na vida real, mas todo mundo prefere fazer de conta que não sabe de nada e fecham os olhos)… acho que a intenção foi chocar com uma realidade que muitos desconhecem ou ignoram.. mostrar as possibilidades da maldade humana.. essas coisas… espero que tenham entendido… bjo

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  • 16/02/2016 em 10:50
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    vi esse filme agora, mais pela curiosidade mesmo, e na boa o filme veio para nada mesmo.

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      • 16/06/2023 em 07:20
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        Como faz para assistir com os olhos ué

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  • 10/07/2015 em 14:05
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    Realmente, não veio para nada mesmo.
    Filme ruim, cheio de situações forçadas e gratuitas.
    Nada, NADA MESMO funciona nesse filme!

    Prefiro 1000 vezes assistir CANNIBAL HOLOCAUST e FACES DA MORTE, comendo lasanha.

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  • 02/05/2015 em 23:20
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    Eu achei que ia me horrorizar, e foi uma boa surpresa ver que esse filme não tem mais sangue do que um terror mediano americano. Claro, a parte sexual é forte. E alguns momentos caricaturais (como ele possuído pelo viagra bovino ou os delírios de grandeza do cineasta maluco) foram até engraçados. Só a cena do bebê que foi altamente dispensável. Gostei, valeu como um entretenimento.

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  • 03/07/2014 em 13:39
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    Eu já gostei desse filme. Final surpreendente

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  • 30/06/2014 em 21:24
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    “Terror sem Limites não consegue mostrar a que veio, porque, no fundo, ele não veio para nada!”
    hauhauhauhauhau
    disse tudo. filme horrível.

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  • 30/06/2014 em 21:06
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    Já teve a crítica de A Serbian Film no mês passado se eu não me engano , e agora denovo !!

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    • 01/07/2014 em 13:49
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      Lucas, na minha opinião, uma vez que críticas são textos argumentativos e opinativos, vale sempre, inclusive como guia para o leitor, ouvir argumentos de críticos diferentes, “Serbian Film” não é o único filme aqui no Boca a contar com dois ou mais visões/textos diferentes de críticos diferentes. Acho inclusive que isso incita o debate saudável em torno de uma obra com opiniões às vezes diametralmente opostas. Isso é enriquecedor pra todos.

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