Snuff Trap (2003)

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Snuff Trap (2003)

Snuff Trap
Original:Snuff killer - La morte in diretta
Ano:2003•País:Itália
Direção:Bruno Mattei
Roteiro:Bruno Mattei, Giovanni Paolucci
Produção:Giovanni Paolucci
Elenco:Carla Solaro, Gabriele Gori, Carlo Mucari, Federica Garuti, Anita Auer, Achille Brugnini, Albert Ruocco, Valerio Alessandrini, Raul Tilli, Antonio Calandrino, Roy Gerace

Mesmo depois de quase 50 anos dedicados ao cinema, o diretor italiano Bruno Mattei continuava um completo incapaz na direção, edição, roteirização, enfim, em qualquer atividade ligada a filmes! Ele até tentava, até era esforçado, mas nunca saia nada que prestasse de um filme que leva a “grife Mattei“. É só ver o nome do cineasta (ou algum de seus pseudônimos, tipo “Jordan B. Matthews” ou “Vincent Dawn“) nos créditos para saber que vem porcaria da grossa pela frente. Porém, como aconteceu com o igualmente incapaz Ed Wood nos Estados Unidos, os filmes de Mattei acabaram virando “cult“. Recentemente, graças ao advento do DVD, o trabalho trash do cineasta italiano ganhou novos fãs, que passaram a admirar a ruindade dos filmes e a total falta de talento de Mattei, que não teve vergonha na cara de assinar bombas monumentais como Ratos (onde ratinhos imóveis são atirados sobre os atores) e Predadores da Noite (cópia de Dawn of the Dead montada com cenas de um documentário sobre a Nova Guiné).

Snuff Trap (algo como “Armadilha do Snuff“, em português) é a mais uma prova da total incapacidade de Bruno Mattei. Foi um de seus últimos filmes, filmado em 2004 (junto com a aventura The Tomb, cópia barata do blockbuster A Múmia), diretamente em vídeo digital e com péssimo lançamento mundial, resumindo-se a DVDs na Itália e… na Rússia!!! Isso mesmo, o filme nem chegou a ser lançado nos Estados Unidos e só Deus sabe se um dia chegará ao Brasil…

Todos sabem que o prolífico cinema italiano de horror sofreu um baque na metade dos anos 90, quando a maioria das produtoras foram compradas pelas emissoras de TV. E estas, pensando no lucro fácil, pararam de produzir filmes de terror como os de antigamente. Se gente talentosa como Lucio Fulci e Ruggero Deodato perdeu o emprego e viu as chances de dirigir e lançar filmes ficarem escassas, imagine então um péssimo diretor como Mattei. Só que, numa daquelas ironias que poderiam até render um bom filme, Mattei continuou trabalhando enquanto alguns colegas – Umberto Lenzi, Enzo G. Castellari e muitos outros – sumiram do mapa. Desde 1996, quando ficou praticamente impossível fazer filmes do gênero na Itália, até 2007, ano de sua morte, Mattei nunca parou de produzir. Inclusive, chegou a lançar filmes sobre canibais (um subgênero esquecido desde a década de 80, quando saíram títulos como Cannibal Holocaust e Cannibal Ferox). Tudo bem que os tais filmes, chamados Land of Death e Mondo Cannibale (ambos de 2003, um usando cenas do outro), foram direto para o mercado de vídeo e não tiveram lançamento fora da Europa… Mas é no mínimo interessante saber que Mattei continuava produzindo.

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Infelizmente, Snuff Trap (chamado Snuff Killer – La Morte in Diretta na Itália) inscreve-se diretamente entre os piores filmes do diretor (ou seja, ao lado de todos os outros que ele fez na vida). A diferença, talvez, é que Snuff Trap consegue ficar ainda abaixo do famoso “padrão Mattei de qualidade“. Sabe quando um amigo te conta uma piada várias vezes, sem se dar conta de que você já ouviu? Na primeira vez, quando você não conhece a piada, é engraçadíssimo; na décima vez, porém, você já fica com vontade de dar um soco na cara do amigo só de ouvir a piada repetida. O mesmo princípio se aplica ao cinema de Bruno Mattei: você já sabe que ele não consegue fazer um filme decente e continua vendo todos que ele faz, só para dar risada do amadorismo do sujeito. Só que chega uma hora que a piada perde a graça…

Como Snuff Trap só existe em DVD na Rússia e na Itália, me vi obrigado a fazer download da nova obra de Mattei – logo eu, que sou um cara que odeio ver filmes no computador… De cara, um problema: a única cópia que circulava para download era dublada em russo (pode isso?). E não se encontrava legendas por aí, nem mesmo em inglês. Resultado: tive que ver o filme em russo mesmo, sem entender bulhufas, embora a dublagem fosse péssima e às vezes desse para escutar os diálogos da outra dublagem, em inglês, por baixo das frases pronunciadas em russo. Mas, sinceramente, não tem muito o que entender. Snuff Trap não passa de uma seqüência de supostas cenas de barbaridades e sadomasoquismo, porém tão inofensivas que o filme poderia ser exibido numa reunião de sábado à tarde da Liga das Senhoras Católicas, e mesmo assim não provocaria qualquer comoção.

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O pior é que a história tinha potencial, e muito. Desde que li as primeiras notícias sobre o filme, dizendo que Mattei tinha simplesmente plagiado, do seu modo costumeiro, o filme americano Oito Milímetros, de Joel Schumacher (e com bastante atraso, considerando que o original made in USA foi lançado em 1999), eu esperava que a cópia italiana fosse bem mais forte. Afinal, é preciso cara e coragem para tratar de um tema delicado como os “filmes snuff“, aqueles onde supostamente pessoas são torturadas e mortas em frente às câmeras – até hoje uma lenda urbana, nunca comprovada. Bons filmes já trataram sobre o tema, como Emanuelle in America, de Joe D’Amato, e Morte ao Vivo, de Alejandro Amenábar. Mas a abordagem em Oito Milímetros é superficial e tola, uma amostra da covardia do cinemão americano classe A, que não gosta de ousar, mesmo tendo um assunto forte e polêmico nas mãos. Eu esperava que Mattei, um mestre do sensacionalismo, desse a um tema como os “snuff movies” a devida importância – e o devido sensacionalismo, claro!

Infelizmente, não foi o que aconteceu! Para você ter uma ideia, lá fora o filme é vendido como “erotic-thiller“, e não como suspense, terror ou mesmo policial. Parece que Mattei simplesmente pegou o roteiro de Oito Milímetros e deixou de fora a violência (que já praticamente inexistia no filme americano), dando ênfase ao erotismo. Assim, a descida do herói (aqui heroína) ao submundo da pornografia e do sadomasoquismo é bem mais gráfica e detalhada do que a produção americana mostrava. Mesmo assim, não é mérito para Bruno Mattei. Qualquer pessoa que já tenha visto algum dos outros filmes do diretor vai ficar esperando um “algo mais” que não encontrará em Snuff Trap.

Com argumento e roteiro do próprio diretor, ao lado de Gianni Paolucci (que também trabalhou com Mattei em Land of Death), Snuff Trap começa mostrando que a chupação de Oito Milímetros será mesmo impiedosa: um homem grande e tatuado, vestindo uma máscara negra de couro (caracterização idêntica ao “Machine“, de Oito Milímetros), espanca e tortura uma loirinha, depois matando-a com uma facada. Por aí, o espectador já percebe que há algo de errado. Tudo bem, a nudez gratuita tradicional está no lugar (a loirinha espancada de topless). Mas e o sangue, cadê? O Machin… ops, o torturador nem ao menos tortura a garota, dando-lhe umas bofetadas mais falsas que aquelas dos filmes dos Trapalhões, e em seguida enfia uma faca no peito dela… só que off-screen! Que snuff movie mais mixuruca, esse… Nem uma torturazinha…

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Enquanto entram os créditos (onde o nome do diretor aparece como “Pierre LeBlanc“; Mattei escondendo-se atrás de um novo pseudônimo!), somos apresentados aos nosso personagens centrais: o casal americano Michelle (Carla Dujany Solaro) e René (Achille Brugnini, que apareceu em A Face, de Ruggero Deodato). Eles estão passeando em Paris acompanhados pela sua belíssima filha, Lauren (a gatinha Federica Garuti, que só fez este filme, mas em compensação aparece o tempo todo de calcinha e sutiã). Certo dia, quando a garota passeia inocentemente pelas ruas parisienses, é fotografada por uma quadrilha malvada que faz snuff movies. E as fotos de transeuntes são a sua forma de selecionar novas vítimas. Os malvados são estereótipos: vestidos de preto e fumando muito, fazem cara de maus enquanto olham as fotos das possíveis vítimas. E um deles acha que Lauren tem potencial para estrelar um snuff movie.

Então, o que acontece? Ao que parece, a organização dos filmes snuff é realmente organizadíssima. Isso porque, apesar de tirarem fotografias de anônimas nas ruas, eles sabem com detalhes onde cada uma das mulheres fotografadas mora. Melhor: sabem tudo sobre a vida de cada “vítima“, incluindo a agenda diária (para onde vai, quando volta, etc. e tal). Só assim para explicar o fato de os bandidões encontrarem Lauren sem o menor esforço, baseados apenas em uma fotografia que fizeram na rua, sem nem ao menos saber seu nome na ocasião! No momento do ataque dos criminosos, a gatinha está na balada acompanhada de um rapaz bonitão que lhe ofereceu maconha; quando o casalzinho está no “rala-e-rola” no carro, os malvados agem, apagam o garoto com um tiro na cabeça e sequestram a moça. Isso aos 10 minutos de filme! Bem, Mattei nunca primou pelo desenvolvimento dos personagens, mesmo…

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Amanhece e papai e mamãe ficam preocupados. Cadê a filhinha? Nenhuma informação sobre o seu paradeiro… René não parece lá muito preocupado e some instantaneamente do filme – algo que talvez esteja explicado nos diálogos em russo, então quem compreender russo, por favor, me informe o que aconteceu com o personagem. Já Michelle decide procurar Lauren onde quer que ela esteja. Vai falar com um detetive (pelo menos assim parece; lembrem-se: eu não entendo russo!!!) e descobre, fácil assim, que existe uma rede de pornografia e snuff movies em Paris, e que provavelmente Lauren foi parar nas mãos deles. Apesar de esta não ser a única hipótese para o desaparecimento da moça (que pode ter fugido de casa, ter sofrido um acidente, estar no hospital como anônima, entre outras milhares de possibilidades), Michelle não pensa duas vezes e resolve entrar, na cara e na coragem, no submundo da pornografia, atrás de pistas sobre a filha, sem sequer avisar a polícia. Hospeda-se num hotel fuleiro e sai à noite por becos escuros, sempre metida em casacos de pele e roupas chiques, porém sem jamais sem importunada ou assaltada. E visita muquifos, sex-shops, zonas, boates de strip, etc etc. Numa dessas, uma coadjuvante ilustre: a nossa amada Tiazinha (Suzana Alves, lembra dela?)!!! Acredite se quiser, mas um grande pôster da Tiazinha aparece colado na vitrine de uma sex shop parisiense!!!

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A coisa melhora quando Michelle conhece Jean Luis (Gabriele Gori), um simpático atendente de sex shop, que decide ajudar a preocupada mãe em sua busca. Ele seria uma cópia xerox do Max California, personagem de Joaquin Phoenix em Oito Milímetros, inclusive vestindo roupas idênticas à sua fonte de inspiração americana. A própria visita de Michelle e Jean Luis a uns inferninhos bem underground, escuros e repletos de sádicos e pervertidos assistindo filmes sadomasoquistas, lembra Oito Milímetros. Os dois filmes são preconceituosos até a medula ao mostrar os fãs de pornografia como doentes ou dementes, que se vestem com roupas pretas de couro e ficam em salas escuras repletas de correntes, chicotes e fumaça de cigarro. Ora, qualquer um sabe que, na vida real, até respeitáveis executivos são chegados numa pornografia hardcore. E é bom nem lembrar que coisas horríveis, como a pedofilia, viraram negócio lucrativo e estão até dentro da Igreja Católica! Por isso, soa hipócrita e completamente deslocada a caracterização dos pervertidos em filmes como Oito Milímetros e Snuff Trap.

A partir de então, o roteiro de Mattei brinca de copiar o filme de Joel Schumacher. Temos cenas idênticas, como aquela em que Michelle e Jean Luis assistem a um suposto snuff só para descobrir que é falso. Ou aquela em que Jean Luis entra num muquifo, pede por filmes snuff e é colocado para fora do estabelecimento a porradas pelo furioso proprietário do lugar. Como é que o Mattei nunca tomou processo?

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Depois de algumas noites de bizarria e pornografia, Michelle se transforma de dondoca em vagabunda. Ela resolve enfrentar seus adversários na mesma moeda, usando o corpo para conseguir informações sobre o paradeiro da filha. Se prostitui, é obrigada a fazer sexo oral em um marginal para obter pistas, entrega-se a uma violenta curra com outro (e nunca sabemos que diabos aconteceu com seu marido, que simplesmente desaparece do filme), enfim, participa (na maioria das vezes como espectadora) de todo tipo de orgia sadomasoquista possível e imaginável. O problema é que Mattei parece ter se transformado em um baita puritano, desde os tempos em que fazia filmes com Cicciolina e Laura Gemser. O máximo de “chocante” que ele consegue colocar em cena é um mascarado jogando cera de vela quente no traseiro de uma mulher acorrentada! Caramba!!! Isso sim é forte!!!! Nunca vi uma cena tão violenta em toda a minha vida!!! Talvez tenham esquecido de dizer ao diretor que cera quente na pele não é mais novidade desde Corpo em Evidência, aquele filme de 1992 (faz tempo!), onde Madonna jogava cera quente em Willem Dafoe. Além da cera quente, tem também uma rápida cena onde uma loirinha de quatro é penetrada por uma enorme ferramenta metálica – tudo bem implícito, claro.

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Finalmente, Michelle descobre que a solução para o paradeiro de Lauren está na Alemanha. E para lá ela vai. Descobre que a tal rede de direção de snuff movies é presidida por uma sádica chamada Dra. Hades (Anita Auer), a versão italiana do engraçado Dino Velvet (Peter Stormare), em Oito Milímetros. Sem um pingo do charme do original, claro. Hades tem um capanga, Roy (Albert Ruocco), que é a cara do Clodovil, o que aumenta ainda mais a raiva do espectador. Fazendo-se passar por uma cliente (como Nicolas Cage em Oito Milímetros), Michelle entra em contato com a organização (idem), encomenda um snuff movie (idem) e trata de armar uma cilada tentando reaver sua filha e destruir a quadrilha dos sádicos assassinos, tudo ao mesmo tempo. Paralelamente, envolve-se com um homem misterioso, Peter (Carlo Mucari, que foi Jack Tigre na adaptação do gibi Tex para o cinema, em 1985). Os dois têm uma transa no banco de trás de uma limusine que percorre as ruas alemãs – ninguém falou para o Mattei que já tinham feito o mesmo com Kevin Costner e Sean Young em Sem Saída, de 1986; ou falaram e ele quis copiar de propósito.

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Resumindo: não há nada de muito interessante e particularmente emocionante em Snuff Trap. Descontando a ruindade habitual do diretor (pelo menos dessa vez eu não pude analisar os diálogos ridículos que ele costuma escrever, já que estavam dublado em russo!!!), o filme é uma nulidade, com algum sexo, mas nenhuma violência – que é a primeira coisa que deveríamos esperar de um filme italiano sensacionalista sobre snuff movies. Sabe quando você fazia teatrinhos no colégio e, para simular que alguém estava sendo cortado, passava catchup em um dos lados de uma faca, para “pintar” a pele como se estivesse cortando? Pois é, se não ficava bom no teatrinho da escola, imagine no cinema… Mas Mattei não se importou e colocou uma cena idêntica em Snuff Trap, onde até um cara com miopia crônica vê que a faca NÃO está cortando a pessoa – e nem deveria, claro, mas pelo menos a maquiagem podia ser melhorzinha!

Além disso, Bruno Mattei mostrando sadomasoquismo e snuff movies é algo semelhante a um padre falando de sexo no sermão da missa de domingo. Ou seja: são dois caras falando sobre assuntos que não dominam, ou nem ao menos conhecem… Para Mattei, o máximo de snuff é mostrar meninas de roupa de couro preta acorrentadas e levando chicotada de caras musculosos com máscara preta. Dá saudades dos tempos de Joe D’Amato e seu Emanuelle in America, onde as cenas snuff chegaram a ser consideradas reais por muita gente, principalmente aquela onde uma garota tem o bico dos seios arrancado a facadas… Não espere ver nada tão apelativo em Snuff Trap, o filme sensacionalista mais comportado dos últimos tempos!

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A única cena razoavelmente forte de Snuff Trap é aquela em que Michelle vai visitar a Dra. Hades na sede da organização e vê diversos monitores de TV exibindo, ao mesmo tempo, cenas de outros “trabalhos” dos produtores de snuff. Aliás, a cena é tão legal que chego a pensar que foi algum assistente de direção, e não o próprio Mattei, quem a dirigiu. Neste momento, são usadas imagens bizarras, capturadas possivelmente da Internet, e mostrando mulheres de salto alto esmagando testículos, pessoas de quatro sendo penetradas e até um filminho que circula na Internet, e é considerado um snuff verídico (nada comprovado, claro), onde uma menina é morta com um tiro na cabeça. São as únicas cenas mais fortes e realistas – até porque a maioria é mesmo REAL. Picaretagem pouca é bobagem! E como estamos falando de Bruno Mattei, é bom citar que o diretor se supera no final, usando cenas de arquivo, mostrando helicópteros e policiais atravessando vidraças, para representar uma ação da polícia economizando uns cobres.

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Até poderíamos perdoar o velho Bruno se Snuff Trap fosse ao menos divertido, mas não é. O filme todo se perde em intermináveis diálogos, e a própria história é muito, mas muito ruim – não num nível trash, de “tão ruim que fica bom“, mas num nível ruim mesmo, ao estilo House of the Dead. Para começar, o espectador nunca fica realmente interessado na investigação de Michelle. Isso porque o diretor não mostra o que está acontecendo com a sua filha seqüestrada durante todo o filme – Lauren só reaparece no final. Então, tudo o que sabemos é que ela foi seqüestrada aos 10 minutos de projeção, mas durante o resto do tempo não sabemos se está sendo violentada, torturada ou se já foi morta. Parece que nada disso importa, pelo menos na cabeça do diretor/roteirista. Mas, ao abdicar de mostrar cenas sobre o paradeiro da sequestrada, Mattei tira qualquer interesse que por ventura tivéssemos no destino da garota. Isso sem contar o fato de que a mamãe Michelle descobre tudo muito, mas muito facilmente. Se lhe dessem mais alguns dias, talvez ela até descobrisse a identidade de Jack O Estripador e o verdadeiro assassino de John Kennedy!

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Se eu fosse obrigado a recomendar Snuff Trap por qualquer coisinha que fosse, eu recomendaria pela quantidade generosa de seios desnudos de italianinhas. Mas isso você pode ver nos bons pornôs do diretor Mario Salieri ou nos filmes eróticos do Tinto Brass, estes sim verdadeiros especialistas em perversão pesada e de qualidade (fico imaginando o que Brass, diretor do ultraviolento Calígula, faria com um roteiro tipo Snuff Trap…). Por outro lado, o filme vale uma olhada nem que seja pela gostosíssima Carla Solaro, uma quarentona enxutíssima e muito gostosa, que não tem vergonha de ficar completamente nua em diversas cenas. E dá um banho de sensualidade e gostosura na adolescente que interpreta sua filha – e que também é um avião, diga-se de passagem! É uma pena que Mattei não nos brinde com cenas um pouco mais detalhadas da exuberância de Carla Solaro

Isso porque, ao invés de mostrar sangue e sexo, Mattei parece mais interessado em fazer um documentário sobre as belas paisagens europeias. Em sua investigação, Michelle passa por Paris, Holanda e Alemanha. E o diretor aproveita para brindar-nos com enfadonhas, longas e totalmente desnecessárias cenas da personagem andando para lá e para cá em cartões-postais destes países, em ruas, calçadas, na frente de lojas, etc etc. São tantas cenas de caminhada e paisagem que você chega a pensar que está diante de um documentário do tipo “Conheça a Europa“. Na verdade, se editássemos o filme cortando todas estas cenas desnecessárias de pessoas andando nas ruas europeias, Snuff Trap com certeza se transformaria num curta-metragem!

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Então, o velho Bruno continua na ativa. E também continua o mesmo: ruim, tosco e sem qualquer talento na arte de contar histórias ou dirigir filmes. Se uma vez isso era engraçado, hoje a piada já está um tanto repetitiva, mas ainda rende um sorrisinho amarelo aqui e ali. Arrisque… Mas este, definitivamente, não é para todos os públicos. É quase um snuff ao contrário: ao invés de mostrar pessoas morrendo no filme, quase que Snuff Trap mata o espectador de verdade… Só que de tédio!

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Felipe M. Guerra

Jornalista por profissão e Cineasta por paixão. Diretor da saga "Entrei em Pânico...", entre muitos outros. Escreve para o Blog Filmes para Doidos!

3 thoughts on “Snuff Trap (2003)

  • 30/08/2023 em 14:56
    Permalink

    O filme é ruim mas as mulheres são ótimas

    Resposta
  • 17/06/2014 em 09:18
    Permalink

    deve ser ruim demais mesmo.

    Resposta
  • 16/06/2014 em 22:18
    Permalink

    Porra esse filme não tem nada haver com os polêmicos snuff movies . O filme tem o nome de snuff e não tem violência alguma , Bruno Mattei no mínimo estava drogado em pensar em escrever e dirigir esse filme .
    Eu não assisti essa porcaria e nem quero , mais na minha opinião o Bruno Mattei deveria ser a vítima de um snuff movie por ser tão burro .

    Resposta

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