Anjos da Noite 3: A Rebelião (2009)

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Anjos da Noite 3 (2009)

Anjos da Noite 3: A Rebelião
Original:Underworld: Rise of the Lycans
Ano:2009•País:EUA, Nova Zelândia
Direção:Patrick Tatopoulos
Roteiro:Danny McBride, Dirk Blackman, Howard McCain, Len Wiseman, Robert Orr
Produção:Gary Lucchesi, Tom Rosenberg, Len Wiseman, Richard S. Wright
Elenco:Rhona Mitra, Michael Sheen, Bill Nighy, Steven Mackintosh, Kevin Grevioux, David Aston, Leighton Cardno, Elizabeth Hawthorne, Mark Mitchinson, Tania Nolan, Craig Parker

Antes de Selene (Kate Beckinsale) surgir como uma vampira guerreira, apaixonada pelo ex-humano Michael, único descendente de Alexander Corvinus (Derek Jacobi), o pai de todas as criaturas do submundo, a batalha entre lobisomens e vampiros já existia. Ela foi apresentada aos poucos nos dois primeiros filmes da série Anjos da Noite (com a transformação de Michael num híbrido e as quedas do líder dos lobisomens, Lucian, e do mestre dos vampiros Viktor) e Anjos da Noite: A Evolução (com a ascensão do filho direto de Alexander, Marcus, e do primeiro lobisomem, William), porém era preciso um filme que pudesse apresentar ao público os fatos apenas narrados nesses exemplares, além de completar alguns detalhes que faltavam à saga, como o nascimento de Lucian, afilhado de Viktor.

Anjos da Noite: A Rebelião começa há cerca de oito séculos, após o surgimento dos clãs dos vampiros e dos escravos lycans. Só para constar no que já fora mostrado: Alexander Corvinus teve dois filhos, Marcus (Tony Curran) e William (Brian Steele). O primeiro fora mordido por um morcego, transformando-se numa criatura alada capaz de gerar seres sugadores de sangue; o segundo, por um lobo, assumindo um aspecto eterno de besta, sendo aprisionado nas masmorras de uma residência humana – fato que no segundo filme teria uma relação com as origens de Selene. Usados apenas como cães de caça e segurança, os lycans são mantidos como escravos, enquanto algumas criaturas rebeldes e irracionais se escondem na floresta. Certa vez, ao eliminar uma lycan fêmea, Viktor nota que ela deu à luz uma criança, o primeiro capaz de se transformar em lobisomem e retornar à forma humana. O mestre dos vampiros decide usá-lo para desenvolver a raça dos lycans e adquirir trabalhadores dentro das fortalezas do castelo.

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Anos mais tarde, Lucian, agora um guerreiro que usa uma coleira de prata que impede a sua transformação, acaba se relacionando com Sonja (Rhona Mitra), filha de Viktor, estabelecendo uma relação clara com os personagens de Romeu e Julieta. O amor proibido trará aproveitadores como o negociador Tannis (Steven Mackintosh), que apareceu em Anjos da Noite: A Evolução, após ser exilado por Selene, além da fúria de Viktor, vendo sua raça como superior. O confronto será inevitável, assim como o fim já apresentado no primeiro filme, mas é sempre interessante rever os personagens e entender a sua participação na saga. Um exemplo é o amigo de Lucian, Raze (Kevin Grevioux), que também foi morto no primeiro filme, surgindo como um humano que seria vítima da transformação gerada por Viktor.

Como fã da série Anjos da Noite e das criaturas apresentadas na saga, o terceiro filme foi muito bem-vindo, principalmente pela ampliação das informações e a possibilidade de rever grandes personagens. Não vejo confusão no enredo, já que os elementos que conduzem a história são repetidos constantemente em todos os filmes da série, seja na narração de Selene ou nos flashbacks. E o espectador é sempre convidado para uma revisão na franquia quando descobre esse diálogo entre os longas e preenche os espaços na trama.

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Além do belíssimo trabalho técnico – gosto do CGI utilizado na franquia, dando agilidade e perfeição às criaturas -, o destaque do terceiro filme são os confrontos no século XIII, sempre sangrentos e bem executados. Trazer a Idade Média para a saga foi uma decisão mais do que acertada, pois pode explorar todo o clima sombrio do período e associá-lo ao gênero, algo que tivemos em Uma Noite Alucinante 2, Magia Negra, entre outros filmes. A fotografia mais uma vez é belíssima, acentuada pela presença da lua e das paisagens escuras e assustadoras. Sem contar a interpretação de Michael Sheen como o guerreiro Lucian e o veterano Bill Nighy, mais uma vez com o poderoso Viktor. A propósito, numa bela ideia do roteiro, os dois personagens alternaram seus papéis durante a franquia: Lucian era visto como um vilão no primeiro filme, enquanto Viktor aparecia como um patriarca, condições alteradas principalmente neste terceiro exemplar.

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Desde o princípio, as Screen Gems e Lakeshore já pretendiam fazer uma trilogia com o argumento de Anjos da Noite. A idealização se tornou concreta com os valores adquiridos com o lançamento do primeiro filme. Em dezembro de 2005, o diretor Len Wiseman confirmou que um terceiro exemplar seria um prelúdio, contando fatos anteriores aos dois primeiros filmes, sem a presença de Kate Beckinsale. Assim, em 23 de janeiro de 2009 (no Brasil, em 17 de abril), chegou aos cinemas Anjos da Noite: A Rebelião, com direção do técnico de efeitos especiais Patrick Tatopoulos, e um orçamento estimado em 35 milhões.

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Embora seja uma trama épica comum aos fãs da série, o terceiro filme rendeu mais do que 90 milhões, evidenciando mais uma vez o sucesso da franquia. O temor de que a ausência de Kate Beckinsale (ela só narra o longa e aparece no último segundo) pudesse atrapalhar o lançamento felizmente não se concretizou, o que permitiu que as portas ficassem abertas para novos capítulos da saga. Também foi especulado na época que a bela Rhona Mitra pudesse substituir Beckinsale em possíveis continuações – um erro absurdo se considerar a morte da personagem apontada no primeiro filme.

Ainda que traga elementos do passado da saga, algumas informações ainda precisam ser completadas. Por exemplo: como Viktor foi derrotado e mantido num caixão para ser ressuscitado no futuro, após transformar Selene? A queda de Marcus e o exílio de Tannis também poderiam render uma nova pré-sequência, assim como elementos do passado de guerreira de Selene. Quem sabe o lançamento do quarto filme não permita que o passado retorne em mais uma grande produção?

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Rhona Mitra já tinha aparecido em algumas produções até sua participação maravilhosa como uma vizinha sensual no filme O Homem Sem Sombra. Depois ela conseguiria mais destaque no gênero fantástico como a vítima de Velozes e Mortais, reencontraria os lobisomens em Skinwalkers e, em 2007, atuaria ao lado de Jim Carrey no thriller Número 23. Ainda assim, seu melhor papel viria no ano seguinte com o apocalíptico Juízo Final, de Neil Marshall. Posteriormente a atriz viria a participar de séries de TV e do longa para a TV A Negociadora.

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

4 thoughts on “Anjos da Noite 3: A Rebelião (2009)

  • 09/10/2014 em 15:47
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    A saga Anjos Da Noite sempre foi muito irregular, esse terceiro longa eu acho bem mais ou menos (Talvez por que eu não goste desse estilo Idade Média) os efeitos de maquiagem e a ação continuam excelente, mas é um tipo de filme que eu só assisto uma única vez!

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  • 29/09/2014 em 13:23
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    Pelo que constatei, as criticas dos filmes foram feitas por pessoas diferentes. Acho que no caso de Trilogias, coleções e afins, as criticas deveriam ser feitas pela mesma pessoa. Ou abrir um leque com diversas opiniões, no estilo “bonequinho viu”. Mas enfim, no geral o que vale é o gosto pessoal de cada um. Eu sou fã da franquia e curti todos, mesmo achando o terceiro filme inferior.

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  • 13/08/2014 em 16:26
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    Como esse filme pode receber 3,5 estrelas ? E o 2° da franquia apenas 2 estrelas ? É claro q opniões cada um têm as suas…Mas eu achei bem absurdo,ja que o unico ponto positivo a se destacar com louvor é a historia q consegue se ligar aos antecessores de maneira competente…Mas os efeitos são bem ruins se comparados com seus antecessores, o CGI é usado em excesso… Claro q isso é apenas a minha opnião…

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