Christine – O Carro Assassino (1983)

4.8
(8)

Christine (1983)

Christine - O Carro Assassino
Original:Christine
Ano:1983•País:EUA
Direção:John Carpenter
Roteiro:Stephen King, Bill Phillips
Produção:Richard Kobritz
Elenco:Keith Gordon, John Stockwell, Alexandra Paul, Robert Prosky, Harry Dean Stanton, Roberts Blossom, David Spielberg, Malcolm Danare, Kelly Preston

“Corpo de Plymouth. Alma de Satã”

Christine foi o primeiro livro de Stephen King que li, quando tinha 12 anos. E posso dizer que a experiência foi incrível e me incentivou a consumir tudo que tivesse o nome de King associado. O universo adolescente, o ambiente dos anos 70/80, as canções de rock que embalavam cada capítulo e toda a fantasia e mistério que cercavam o carro Plymouth Fury 1958 vermelho, ou melhor dizendo, Christine; todos esses aspectos fizeram que a leitura tenha sido uma grata iniciação ao universo sobrenatural do autor. Sendo um romance tão bom e ágil em sua narrativa, e como se tornou hábito no cinema, não tardou para que o livro fosse adaptado para as telonas (antes mesmo de ser publicado, Christine já tinha seus direitos para o cinema comprados!), já de olho no sucesso financeiro que filmes como Carrie – A Estranha (1976) e O Iluminado (1980) tiveram. Infelizmente, o filme acabou não tendo uma recepção calorosa pela crítica e continua sendo considerado como um dos trabalhos menores do diretor John Carpenter, mestre absoluto do gênero, de obras como O Enigma de Outro Mundo (1982) e Halloween – A Noite do Terror (1978).

O filme gira em torno do jovem, tímido e excluído Arnie Cunningham (Gordon), que encontra no melhor amigo Dennis Guilder (Stockwell) um ouvinte e protetor nos momentos de bullying. Um dia ele encontra um velho carro, Christine, na garagem da casa do velho George LeBay (Blossom) e se encanta profundamente, encanto que passa a virar obsessão conforme o filme avança, já que Christine é uma garota ciumenta e não vai deixar que nada atrapalhe a relação dela com Arnie, nem mesmo sua namorada Leigh Cabot (Paul) ou o valentão Buddy Repperton (Ostrander).

Christine (1983) (1)

Um argumento que poderia cair facilmente no riso e no trash vira suspense de primeira no livro de King e rende um bom programa sob a batuta do mestre Carpenter, ainda que notadamente a trama inverta algumas passagens (por sinal, bem tensas) do livro, como a ideia de que o espírito de Roland LeBay, proprietário anterior do carro, representasse um papel importante dentro da ‘maldição’ de Christine; além do final também diferente e que se mostra extremamente apressado e formulaico, e a atuação visivelmente canastrona de Keith Gordon como Arnie, que ora funciona pelo seu aspecto divertido, ora não, por justamente comprometer a seriedade da trama. Entretanto, estes são defeitos menores para um dos clássicos do Cinema em Casa que certamente agrada em cheio aos fãs do gênero, embora o filme se mantenha como um dos trabalhos menos autorais do Mestre Carpinteiro.

Curiosidades:

– O filme que passa no drive-in é Até que enfim é Sexta-Feira;

– O papel de Arnie foi oferecido a Kevin Bacon, mas ele recusou e foi fazer Footloose;

Christine (1983) (3)

– De acordo com o roteirista Bill Philips no DVD de extras do filme, a trama não continha tanta violência que justificasse a classificação R (16 ou 18 anos no Brasil). Mas ele tinha medo que se fosse lançado com o selo PG (10 ou 12 anos no Brasil), ninguém fosse assisti-lo. Então incluiu forçadamente a palavra fuck e derivados no roteiro de modo a obrigatoriamente conseguir ser lançado “Rated R“. Ele comenta que foi muito criticado na época por inserir a palavra de maneira gratuita;

ALERTA DE SPOILER!!!

– A principal das muitas diferenças entre filme e livro é a razão de Christine ser amaldiçoada. No filme entende-se que o carro já é amaldiçoado literalmente de fábrica, enquanto no livro o antigo dono do carro morre e “funde” seu espírito ao carro.

O que você achou disso?

Clique nas estrelas

Média da classificação 4.8 / 5. Número de votos: 8

Nenhum voto até agora! Seja o primeiro a avaliar este post.

Avatar photo

Marcus Augusto Lamim

Um seguidor fiel do cinema em todos seus formatos e gêneros, amante de rock e do gênero fantástico, roteirista amador e graduando em química.

9 thoughts on “Christine – O Carro Assassino (1983)

  • 16/12/2023 em 22:41
    Permalink

    eu lembro da primeira vez que esse filme passou na tv aberta na Bandeirantes no meio dos anos 80 eu era pequeno não assisti mas lembro nem tinha o cine trash da Band e passou a tarde nos anos 90 e 2000 no SBT no cinema em casa a última vez que passou na tv aberta foi no canal 32 em uma sessão de terror pena que o canal saiu do ar o filme está disponível pra baixar de graça no site adulto xvideos inclusive eu tenho baixei no celular a imagem hd 720p está dublado completo igual a versão da tv clássico eu discordo do crítico eu acho o filme melhor que o livro e você pode ouvir a trilha sonora recheada de clássico e a música do John terugod não sei escrever certo e a que toca no começo e no final do filme o filme e um clássico e os efeitos especiais continuam bons se fossem feitos hoje seriam todos de computação gráfica perderia a graça e os atores estão muito bem inclusive Keith Gordon eu acho uma das melhores adaptações de livro de Stephen king e até superior um dos melhores filmes de John Carpenters ao lado de enigma do outro mundo e aventureiros do bairro proibido.nota 10 clássico📽️

    Resposta
  • 11/12/2023 em 17:48
    Permalink

    Para quem quiser recordar ou ainda não assistiu o filme(até o dia dessa postagem) está(va) disponível na Netflix, com dublagem clássica: Sem sangue, porém com algumas mortes e o charme da “Christine” rodando pelas ruas. No retorno do “Cinema em Casa” em 10/11 ele foi exibido com classificação indicativa 10 anos. Assiti a primeira vez em VHS e até confundi com um outro cult clássic “Rodas da Morte”(198?) Quem lembra? Clássicos obrigatórios!!!! “Christine” – O carro assassino” vale muito a pena rebobinar! Vi em um sebo de Fortaleza-CE(Centro Cultural Dragão do Mar) uma edição do livro em inglês.

    Resposta
  • 23/03/2023 em 04:53
    Permalink

    As histórias de Stephen king ficam sempre melhor na mão de um grande diretor como John Carpenter ou Stanley kubrik pois alguns filmes baseado em seus livros não ficam na memória como e o caso de torre negra e muitos outros de seus contos de terror

    Resposta
  • 08/05/2022 em 11:07
    Permalink

    Uma das melhores adaptações do rei….amo demais…como queria ver este filme com efeitos modernos…acorda Hollywood..kkk

    Resposta
  • 28/04/2017 em 16:16
    Permalink

    Acabei de assistir, depois de muitos anos. Eu adorei, sério. A direção de Carpenter é certeira, acho incrível como ele consegue criar trilhas sonoras certeiras nos momentos de suspense.

    Resposta
  • 23/01/2015 em 21:25
    Permalink

    É uma pena que hoje em dia, quando reprisam o filme, façam tantos cortes

    Resposta

Deixe um comentário para Everson J. Lopes Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *