O Exorcista Diabólico (1975)

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O Exorcista Diabólico
Original:L'éventreur de Notre-Dame
Ano:1975•País:Bélgica, França, Espanha
Direção:Jesús Franco
Roteiro:Jesús Franco, Henri Bral de Boitselier, James C. Garner, Marius Lesoeur
Produção:Marius Lesoeur
Elenco:Lina Romay, Catherine Lafferière, Jesús Franco, Lynn Monteil, Pierre Taylou, Roger Germanes, Monica Swinn, France Nicolas, Sam Marée, François Guillaume, Caroline Rivière

Falar sobre Eurotrash sem citar Jess Franco é como tentar contar a história do futebol sem citar Pelé. Você consegue, mas vai deixar o melhor de fora. Por isso, o nome do diretor, para o bem ou para o mal, será fatalmente escrito muitas e muitas vezes nesta série.

A obra de hoje é O Exorcista Diabólico, de 1975, também chamado de L’éventreur de Notre-Dame (título original) ou Exorcism no mercado americano. É um filme onde o “Exorcista” é usado no sentido mais figurativo da palavra… Como escrito no artigo Um Pesadelo Americano: A História do Exploitation aqui no Boca, falar do diabo e de exorcismos, para os diretores mais picaretas, era normalmente apenas uma desculpa para mostrar mulheres nuas, sexo inseguro e orgias diversas. E Franco consegue atingir um ápice de putaria em O Exorcista Diabólico, tão alto que talvez isto o tenha estimulado a também ESTRELAR a película.

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O roteiro é absolutamente insano e inexistente… Franco interpreta um ex-padre chamado Mathis Vogel que hoje ganha a vida escrevendo pornografia para uma revista de sadomasoquismo editada por Raymond de Franval (Pierre Taylou) e sua secretária Anna (Lina Romay, esposa e musa do diretor, falecida em 2012).

Raymond agencia Anna com sua namorada Rose (Nadine Pascal, O Lago dos Zumbis) para fazer interpretações teatrais de missas negras – com toda sexualização que o tema permite – em uma antiga masmorra para um público elitizado e intelectual de franceses. As “peças” são tão concorridas que chamam a atenção de ricos aristocratas que, não obstante a assistir, acabam contratando as moças para orgias temáticas também.

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Quando Mathis conhece mais sobre o trabalho “paralelo” de Raymond/Anna/Rose, ele passa a ter certeza que todos estão possuídos pelo capeta e decide por conta própria salvar a alma de todos, um exorcismo de cada vez. Aí é que a coisa fica engraçada: o exorcismo de Franco é nada além do que deixar uma “possuída” desnuda, amarrar de uma forma suspeitamente sexual, falar umas besteiras e enviar um punhal pelo bucho adentro da pessoa. Nada de Bíblia e água benta aqui!

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Claro que nada disso importa quando se está falando de um filme de Jess Franco, pois este não é um que você vai querer apresentar a sua mãe. A quantidade de mulher pelada (com nu frontal sem qualquer pudor) é imensa e tão frequente que se cortar as cenas de sexo a duração fica em menos de meia hora – sério! No lançamento em Blu-ray nos Estados Unidos fizeram uma edição alternativa tirando todo o sexo e ficou com exatamente 30 minutos.

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Porém não fiquem animadinhos, seus safadinhos, Jess tem outra característica em seu jeito de dirigir que aqui também é presente: ele consegue a proeza de deixar qualquer cena de sexo incrivelmente tediosa. Em parte pelas opções “feiosas” de elenco, porém principalmente pela falta de sutileza e a trilha sonora nojenta que toca em todas as ocasiões. É indescritível para quem nunca viu uma produção do diretor.

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Objetivamente, não há nada sobre O Exorcista Diabólico que seja bom, mas, como um acidente de carro, é impossível tirar os olhos da tela. Seja pela insistente forma com que o diretor filma pedaços de prédios, ou pelos “ultra-closes” e cortes repentinos. As próprias cenas em que Franco trabalha como ator são hilárias – em metade das vezes ele não fala nada e fica olhando a ação dos outros com olhos esbugalhados ou envolto em sombras. O que é estranho é que em boa parte seu personagem consegue ver outros fazendo sexo, mesmo que o casal em cópula esteja com as janelas fechadas no conforto de seu quarto… Seria o ex-padre o homem com os olhos de raio-x, hehehe…

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Sem quaisquer ideias sólidas de destaque ou atmosfera tangível de horror, sadismo ou fanatismo religioso, não é das melhores obras do diretor (se existe alguma que pode ser considerada digna de classificação), contudo é uma das poucas disponíveis em DVD do Brasil com boa qualidade de imagem. Foi lançado pela Vinny Filmes com o selo “Clássicos do Terror” (Clássico? Oi?) e pode ser encontrado nos “balaios da Americanas” da vida a um preço módico.

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Gabriel Paixão

Colaborador e fã de bagaceiras de gosto duvidoso. Um Floydiano de carteirinha que tem em casa estantes repletas de vinis riscados e VHS's embolorados. Co-autor do livro Medo de Palhaço, produz as Horreviews e Fevericídios no Canal do Inferno!

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