Mad Max: Estrada da Fúria (2015)

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Mad Max (2015) (1)

Mad Max - Estrada da Fúria
Original:Mad Max: Fury Road
Ano:2015•País:Austrália, EUA
Direção:George Miller
Roteiro:George Miller, Brendan McCarthy, Nick Lathouris
Produção:George Miller, Doug Mitchell, P.J. Voeten
Elenco:Tom Hardy, Charlize Theron, Nicholas Hoult, Hugh Keays-Byrne, Josh Helman, Nathan Jones, Zoë Kravitz, Rosie Huntington-Whiteley, Riley Keough, Abbey Lee, Courtney Eaton, John Howard, Richard Carter

Mad Max – Estrada da Fúria é o filme mais foda de 2015!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Eu gostaria de pedir desculpas para você que está lendo este texto por ter começado o mesmo de forma tão coloquial. Como jornalista, eu prezo por um texto profissional e que siga as normas jornalísticas. Também evito e não gosto de textos em primeira pessoa. Mas eu simplesmente saí tão atordoado do novo Mad Max que eu não consegui pensar em um formato diferente para começar esta análise. Principalmente pelo filme realmente ser muito foda!

Muitas perguntas envolviam este novo Mad Max, que começou a ser cogitado em meados de 2002 e 2003. Para quem não se lembra, o filme original é de 1979, teve direção de George Miller e contou com um Mel Gibson praticamente desconhecido no papel do policial rodoviário Max. Apesar do sucesso, foi o segundo filme, lançado em 1981, que se tornou o favorito dos fãs aos mostrar Max em um mundo devastado e onde o combustível se tornou moeda de ouro disputado por grupos rivais. De quebra, Mad Max 2 ainda apresentou o vilão Lorde Humungus como o senhor da terra devastada e aiatolá do rock and roll.

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O terceiro filme veio em 1985 e se representa o mais fraco das três produções, ao mesmo tempo trouxe para os fãs a cúpula do trovão, Tina Turner no papel de uma rainha do deserto e a música tema We Don’t Need Another Hero. Os três filmes tiveram direção de Miller e foram estrelados por Mel Gibson. E então tivemos um período de 30 anos de silêncio pelas estradas devastadas.

A grande pergunta, principalmente com a saída de Mel Gibson, seria sobre o formato de um possível quarto filme. Teríamos um remake? Um reboot? Uma sequência? A grande sacada de Miller foi justamente não enquadrar o filme dele em nenhuma destas categorias. Mas se tivermos que apontar um formato, o que mais se aproxima é de uma sequência. Mas não necessariamente uma parte 4, já que a ação de Estrada da Fúria pode claramente ser após o capítulo 3, mas também pode ter sido entre o 2 e o 3. Estrada da Fúria inclusive funciona como filme solo. Não é necessário ter visto os capítulos anteriores. Aqui temos na verdade a volta do personagem, mas sem necessariamente precisarmos localizá-lo em uma linha do tempo.

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O roteiro começa de forma bem direta e seca mostrando já o que espera o público durante a projeção. Aqui a ação acontece novamente em um mundo devastado, onde a luta não é apenas por combustível, mas por água. Sensibilidade ou delicadeza não fazem parte desta realidade. Sem ao menos se preocupar em situar o público, Estrada da Fúria já começa com tudo que os fãs querem: cenas de ação. Muitas, longas e perfeitas. Neste aspecto, Miller não oferece um minuto para a plateia descansar ou ao menos parar para tentar entender o que está acontecendo. E qualquer tentativa de traduzir isto em palavras pode inclusive prejudicar o desenvolvimento da história. Por isso não vamos trazer aqui uma sinopse. Vá e assista.

Basta dizer que Miller não conseguiu apenas fazer deste o melhor filme da franquia, mas um filme muito melhor do que os anteriores. Além disso, o roteiro trabalha de forma brilhante com a questão da religião e do fanatismo ao apresentar os personagens do filme praticamente como zumbis em uma terra sem lei e onde morrer de forma gloriosa pode ser a melhor opção. Este acaba sendo o cenário mais ameaçador imaginável.

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O elenco manda muito bem começando por Tom Hardy, de A Origem. Mel Gibson claro tem seu lugar garantido no coração dos fãs, mas a transição é tão funcional, graças ao roteiro seguro e enxuto, que não é possível sentir falta de Gibson durante o filme. Antes das filmagens, Hardy almoçou com Gibson e ao final do encontro o veterano teria dado sua benção para o novato.

As surpresas não param e Miller conseguiu até o inimaginável ao apresentar um vilão mais ameaçador do que Lorde Humungus. Trata-se do Immortan Joe. A curiosidade é que ator que interpreta o Immortan Joe, o indiano Hugh Keays-Byrne, trabalhou no primeiro Mad Max, mas como o vilão Toecutter. Suas motivações, caracterização e trejeitos já colocaram Lorde Humungus no segundo lugar da lista dos melhores vilões da saga. E se as personagens femininas sempre foram pontos interessantes na franquia Mad Max, temos aqui a coroação com Charlize Theron como a Imperatriz Furiosa. Destaque também para Nicholas Hoult, de Meu Namorado é um Zumbi, como um dos fanáticos.

Mad Max (2015)

Os aspectos técnicos atingem a perfeição principalmente nas cenas de perseguição, com destaque para uma tempestade de areia no deserto. Além disso, boa parte das cenas de ação, que ocupam digamos 90% do filme, foram feitas de verdade e não criadas digitalmente. O CGI foi usado muito mais para corrigir e destacar alguns elementos. Outro destaque é a belíssima direção de fotografia. O 3D é sutil servindo muito mais para dar perspectiva.

Em resumo, George Miller não apenas não perdeu a mão, como potencializou tudo o que foi bom nos filmes anteriores. Assistir Estrada da Fúria deixa essa impressão de rever uma história já conhecida, mas elevada a enésima potência e por isso, muito boa. A dica para quem não assistiu é correr para o cinema. E para quem já conferiu, o conselho é para ver novamente. O espetáculo orquestrado de Miller é tão completo quanto grandioso, então com certeza assistir uma segunda vez vai proporcionar uma leitura completa da obra.

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Filipe Falcão

Jornalista formado e Doutor em Comunicação. Fã de filmes de terror, pesquisa academicamente o gênero desde 2006. Autor dos livros Fronteiras do Medo e A Aceleração do Medo e co-autor do livro Medo de Palhaço.

6 thoughts on “Mad Max: Estrada da Fúria (2015)

  • 24/10/2015 em 09:27
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    Não vi nada de especial nesse filme. Apenas uma correria sem fim com falas toscas… Junte socialismo+feminismo+todas as besteiras já vistas em filmes de corrida e de paisagens pós-apocalípticas desérticas e você terá essa bagaceira… O vilão é o estereótipo do capitalista machista e opressor. O povo é um coitado não pelo seu próprio mérito mesquinho em não ajudar a si próprio, mas porque é explorado por um calhorda velho e degenerado… Agora a parte mais engraçada é que quem faz um filme desses é capitalista… É como ver um homem conservador incentivando a família dos outros a irem na boate dele pra comprar a droga que ele vende…

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  • 24/10/2015 em 03:56
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    Dizer mais o que sobre essa obra prima de Sr. Miller???? Só uma coisa Sr. Miller rules.

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  • 07/06/2015 em 00:20
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    O filme se fosse chamado Furiosa teria uma honra e tanto. apesar da historia e superação do Max, a Imperatriz Furiosa é sem dúvidas, a surpresa e emoção do filme. por dois motivos: por ser um filme sci-fi e ação que uma mulher domina e mostra firmeza e outra, ela nao é unica mulher! o enredo e cheio de guerreiras.
    Eu sou muito fã de Tina Turner mesmo ela nao sendo da minha geração, eu soube q ela estrelou Mad max Além da cupula do trovão e eu sempre enrolo para assistir, mas, ver Estrada da Fúria me fez ter vontade de encarar a saga.
    Realmente, é o filme do ano.

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  • 21/05/2015 em 21:49
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    Muito bom o filme é perseguição do começo ao fim mas isso não o torna cansativo, ao contrário disso quando termina uma cena de ação vem outra melhor ainda!!!

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  • 19/05/2015 em 15:42
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    O diretor George Miller limou tudo que não gostamos de ver na trilogia original e fez um ótimo filme. Rico em detalhes. Desde as cenas de ação, personagens, veículos e história. Com certeza o melhor filme do ano.

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