Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros (2015)

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Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros
Original:Jurassic World
Ano:2015•País:EUA, China
Direção:Colin Trevorrow
Roteiro:Rick Jaffa, Amanda Silver, Colin Trevorrow, Derek Connolly
Produção:Patrick Crowley, Frank Marshall
Elenco:Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, Ty Simpkins, Nick Robinson, Vincent D'Onofrio, Irrfan Khan, Jake Johnson, Omar Sy, BD Wong, Judy Greer, Lauren Lapkus, Brian Tee, Katie McGrath, Andy Buckley, Eric Edelstein

Existe uma fala da personagem de Bryce Dallas Howard em Jurassic World (2015) que resume muito o próprio filme. Howard interpreta a fria diretora Claire no agora famoso e em plena atividade Parque dos Dinossauros. Ao receber um grupo de investidores, Claire explica que antes o público pagante ficava de boca aberta ao ver um dinossauro. Mas hoje a realidade é outra e ver um animal jurássico é como ver um grande elefante. Tornou-se comum. Para continuar chamando a atenção deste público pagante, é necessário investir em animais maiores, com mais dentes e mais perigosos.

Pronto, estamos diante da lógica deste novo filme da franquia Jurassic Park. A obra original foi lançada em 1993 e independente do bom roteiro, baseado no romance de Michael Crichton, a grande atração foi a verdadeira revolução nos efeitos especiais que deram vida aos dinossauros. Embora o filme original, que teve direção de Steven Spielberg, tenha utilizado dinos “reais” feitos em animatronics, boa parte das cenas de ação eram digitais. Além disso, um elenco de estrelas coroou o filme como o grande destaque de 1993.

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Desde então, o cinema de ação e fantasia passou a usar os mesmos efeitos nas produções que vieram nos anos seguintes. Isto sem contar as sequências O Mundo Perdido – Jurassic Park (1997) e Jurassic Park 3 (2001). Se formos novamente acompanhar a lógica da personagem Claire, o segundo filme trouxe não apenas um, mas dois tiranossauros enquanto o terceiro capítulo apresentou um superpredador, o Spinosaurus. Mas as histórias já não pareciam tão boas ou mesmo originais. Sobrava ver os dinos perseguindo os humanos.

Assim como fez no filme 3, Spielberg deixou a direção na mão de outra pessoa. Colin Trevorrow é um nome relativamente desconhecido tendo dirigido apenas Sem Segurança Nenhuma (2012). Spielberg permanece como produtor executivo em uma tentativa de acompanhar de perto a franquia e evitar algo como o que aconteceu com as sequências de Tubarão.

Passados 22 anos depois do filme original, o filme leva o público de volta a ilha Nublar, onde a ação do primeiro filme aconteceu. O local é hoje um parque temático como o personagem John Hammond (interpretado por Richard Attenborough nos filmes 1 e 2) havia imaginado. Com uma média de 20 mil turistas por dia, os visitantes não economizam em pagar para ver dinossauros reais. Nesta Disney jurássica, as situações são as mais clichês possíveis. E basta ter conferido um dos trailers de divulgação para adivinhar o que vem pela frente.

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A diretora Claire faz a linha fria e que vive para o trabalho, mas que fica claro em 30 segundos em cena que vai se transformar em super mulher para salvar os sobrinhos que vão passar um fim de semana na ilha. Outro personagem “importante“, mas de uma obviedade gigante é o treinador Owen (Chris Pratt). Basta mais 30 segundos para não apenas saber que ele é o mocinho como vai ser o par romântico de Claire. Para completar o elenco, temos os personagens mais caricatos da franquia. O único destaque interessante é o o cientista Wu (B. D. Wong). Para quem não lembra, ele tem uma pequena participação do filme original e aqui volta como responsável pela crianção dos novos dinossauros.

Provavelmente por saberem da precariedade do roteiro, a saída encontrada pelos produtores foi encher o filme com a maior quantidade possível de dinossauros. Mesmo que para isso fosse necessário utilizar bichos que nunca existiram. Esta foi a brilhante ideia da equipe de Claire: criar um dinossauro geneticamente modificado que fosse mais feroz e maior. Resumindo: um dino mais legal. Claro que o novo bichinho, que recebeu o nome de Indominus Rex, se camufla e consegue regular a própria temperatura do corpo para fugir. E óbvio que os cientistas que o criaram não pensaram em como estas características seria um problema.

O que segue é a tradicional perseguição embora seja claro que ninguém do elenco original vá morrer. Neste enredo, tem espaço até para militar malvado querendo usar dinossauros como arma de guerra e domador de dinos. Tudo estrelado por Pratt, sempre com a expressão que sabe o quanto é desejado pelas mulheres, e Howard, que passa boa parte do filme correndo com um super salto alto e que nunca quebra. Tudo ancorado com aquele discurso do primeiro filme de que os cientistas estão brincando de Deus e que os animais no parque não são dinossauros de verdade. É uma sensação de “já vi isto antes” sem fim. E claro, criancinhas em perigo, mas que não vão morrer uma vez que a censura do filme é de 12 anos.

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No meio de tanta obviedade, sobra para os dinossauros tentarem salvar o filme em uma época onde o público já está acostumado a todo tipo de efeito realista. Uma sequência, por exemplo, traz o Indominus Rex contra um T-rex, um raptor e um monstro marinho. Aqui sobra ótimos efeitos e falta uma boa história. Desta forma, Jurassic World vai fazer sucesso no verão norte-americano, mas logo logo será superado pelo blockbuster da vez. Diferente do primeiro filme, a sensação que fica ao ver este quarto episódio é de ser apenas mais um filme sobre elefantes grandes.

Curiosidades:

Jurassic World traz muitas referências ao primeiro filme. Em uma cena, é possível ver uma estátua de John Hammond. O ator Richard Attenborough morreu em 2014 e provavelmente teria uma participação nesta sequência. Outra cena mostra a animação Mr. DNA. Em outro momento, a personagem Zara (Katie McGrath) está lendo um livro de Ian Malcolm (personagem de Jeff Goldblum nos filmes 1 e 2).

– As crianças da vez encontram o centro de visitantes do primeiro filme. O lugar está abandonado, mas podemos reconhecer a faixa “Quando os dinossauros dominavam a terra“. Os garotos também encontram os óculos para visão noturna e até o carro que de John Hammond dirigia.

Jimmy Fallon tem uma participação especial como vídeo de entretenimento em uma das atrações do parque.

– Este é o primeiro filme da série que não traz nenhum ator do original. A explicação do diretor é que apesar de respeitar muito os personagens, ele acharia pouco provável que os mesmos decidissem voltar para a ilha depois de tudo que passaram. Isto faz todo o sentido. O melhor exemplo desta lógica aconteceu com a personagem Ellie (Laura Dern). Ela esteve presente no filme original e fez uma rápida participação no Jurassic Park 3 onde deixa claro que nunca mais pretende colocar os pés na ilha ou ver um dinossauro na sua frente. E ela realmente não acompanha os demais personagens para a ação principal do filme 3.

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Filipe Falcão

Jornalista formado e Doutor em Comunicação. Fã de filmes de terror, pesquisa academicamente o gênero desde 2006. Autor dos livros Fronteiras do Medo e A Aceleração do Medo e co-autor do livro Medo de Palhaço.

22 thoughts on “Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros (2015)

  • 22/09/2017 em 11:20
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    Também achei o filme óbvio e cansativo.
    A executiva que se via obrigada a interagir com os sobrinhos, o empregado bonitão, os velociraptores elevados a categoria de “mocinhos”.
    As referências ao original que pipocavam a cada sequência só mostravam que este novo longa não se garantia, Não sei me impressionei do salto alto não quebrar ou de ela correr mais rápido que o dinossauro!
    Em tempo:pouparam as crianças mas usaram a secretária boa praça como “boneco de Judas” em uma sequência de violência gratuita e desnecessária onde ela agoniza na tela intermináveis segundos sendo disputada pelos bichos como refeição.

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  • 09/12/2016 em 13:23
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    e mais uma coisa que que quero falar BDI (Boca Do Inferno) não fale estupideis sobre a franquia JW OU JP O QUE O DIRETOR PROMETE PRA NÓS É QUE APAREÇA MUITO DINOSSAURO NO FILME ALÉM DISSO COMO STIVEN SPIELBERG SABE EM UM FILME DE DINOSSAURO OU DE MONSTROS O IMPORTANTE SÃO OS BICHOS EM SI E NÃO O ELENCO HUMANO.

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      09/12/2016 em 21:45
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      Discordo, Carlos!

      Pra se ter uma sensação legal de ameaça, para que o horror ou suspense no filme funcionem, você tem que se importar com os personagens. E para isso você precisa de um elenco legal. Senão vira só mais um filme de terror com matança, monstros ou que quer que seja.

      Repare como os bons filmes mesmo, aqueles clássicos, possuem bons elencos e bons diretores. Essa combinação faz com que o telespectador tenha empatia com o personagem e isso aumenta a sensação de perigo no filme.

      Abraço!

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      • 21/01/2017 em 16:36
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        o que eu quiz dizer é dos personagens secundarios do elenco humano e acredite tem varios filmes em que o importante não são personagens secundários mas com os outros como o ator (chris prath) que fez o personagem owen grady e a clarie dearing por exemplo eu mi importo com eles são personagem carismaticos exatamente como os atores dos jurassic park anteriores

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  • 21/11/2016 em 18:17
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    pra quem quiser saber o nome dos velociraptors femeas do filme são blue charlie echo e delta a blue tem uma listra azul que vai do olho até a ponta da cauda echo é um marrom amarelado charlie é verde escuro com listras pretas nas costa e delta é um verde mais clariado com manchas azuis claras ao redor dos olhos

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  • 21/11/2016 em 18:14
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    ei canal boca do inferno eu acho apenas duas caveira não combinam com esse filme eu daria quatro caveiras e uma quinta pela metade os efeitos especiais e o CGI são muito boms e os dinossauros são realistas em reações e comportamento e o filme teve até 2 jogos oficiais contando com o LEGO jurassic world e brinquedos que estão venendo continuamente ou ja venderam eu acho

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  • 31/01/2016 em 08:24
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    Com todo o respeito ao jornalista Flávio Falcão, mas tenho que discordar dele em muitos pontos. Pra começar,

    o maior erro do articulista: “diferentemente do primeiro a sensação que se tem a o ver mais esse filme é a de que vimos mais um filme de elefantes gigantes”, isto além de ser uma afirmação irracional e carregada de saudosismo influenciada pelo marketing e nada mais que isso, também é coisa de quem não presta atenção no que está assistindo, o que fica evidente quando vemos que Felipe Falcão não sabe nem mesmo o nome do “monstro marinho”, tratando-se obviamente do mosassauro. Outra coisa, ao descrever as duas sequencias, ele diz que as histórias não pareciam tão boas ou mesmo originais e sobrava pessoas perseguidas por dinossauros, o que teoricamente explicaria a sucessiva queda nas bilheterias com o passar das sequencias. Na verdade a queda nas bilheterias ocorreu por causa do marketing que foi avassalador no primeiro filme por causa da revolução que o CGI trouxe, nas sequencias o marketing foi caindo muito e consequentemente a bilheteria, o que não tem nada haver com a qualidade do roteiro. O fato de uma história não ser tão original, não quer dizer, que as sequencias não mostrem acontecimentos que ocorreriam se a história do original fosse real. Elefantes gigantes? Só se for na cabeça do autor.

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    • 31/01/2016 em 08:33
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      Olha eu tenho que concordar, esse filme tem uma variedade maior de espécies pré-históricas do que no primeiro filme, empatando com o segundo e só perdendo para o terceiro. O fato de ninguém hoje se impressionar no sentido de se surpreender com os dinossauros não elimina o interesse por eles, tanto que no próprio filme o parque continua atraindo 20 mil visitantes por dia, isso é tédio? O dinossauro híbrido, só foi criado para fins militares como revelado no final Jurassic World nem precisava de dinossauro mutante e sim de espécies novas, a falta que fez um troodonte como substituto do velociraptor e o giganotossauro como substituto para o tiranossauro não está no gibi, fora as demais espécies do site oficial que ficaram de fora do filme e dariam ótimas cenas de ação, não precisava de nenhuma mutação, apesar disso pra mim, esse foi o melhor da franquia, tanto que superou o primeiro filme.

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      • 15/06/2017 em 20:35
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        Chamou o cara de Flávio, depois de Felipe. O nome é Filipe.

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  • 27/07/2015 em 19:55
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    Só de ler os comentários defedendo este filme só confirma que estamos vivendo em uma era de emburrecimento das massas. Onde o efeito digital supera um bom roteiro.

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  • 01/07/2015 em 09:06
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    Como assim não tem nenhum ator do original e o cientista do primeiro tá nesse?

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  • 25/06/2015 em 20:30
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    Olha, eu realmente achei o filme bem bacana, pois, meu primeiro filme na vida, no cinema, foi justamente este! E eu fiquei com medo (hehehehe…), e fui com a mesma irmã que hj, foi comigo neste aqui e minha mãe.
    Ele realmente cumpre e muito bem o que veio fazer: DIVERTIMENTO!
    Embora, não consegui gostar do muleque mais velho! Mas, a sensação de NOSTALGIA foi maravilhosa! Realmente, eu curti e muito o filme…

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  • 24/06/2015 em 23:19
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    Exatamente, o filme cumpre o que se propõem a realizar. Se você ficou maravilhado com o primeiro, vc vai ficar muito próximo desse estado quando ver o Jurassic World.
    Um aspecto negativo do filme na minha opinião é as crianças, gostava muito delas no primeiro filme – era possível ver o terror nos olhos delas. Nesse filme, as crianças parecem não temer uma situação, que de fato, faria qualquer um tremer nas bases. Achei muito artificial a relação dos irmãos, não é possível desenvolver empatia por eles, principalmente pelo o mais velho.

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    • 25/06/2015 em 21:17
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      Também não gostei dos irmãos, creio que faltou elaborar melhor os personagem, talvez esse foi o ponto mais fraco do filme. Todavia, o que me surpreendeu foi o personagem Owen, pelos trailers parecia ser boba a historia de treinar Velociraptor, porem, ficou muito legal e foi a principal inovação do filme!

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  • 24/06/2015 em 13:33
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    Respeito integralmente a crítica do colaborador do Boca e, em que pese a livre e pessoal manifestação de mérito do mesmo crítico, considero a resenha um pouco injusto. Acredito que o filme cumpriu fielmente o seu papel, ou seja, de divertir, de forma digna, ainda que de maneira pouco esforçada e investindo abusivamente nos clichês ora relatados.

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  • 22/06/2015 em 22:41
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    Eu fui para o cinema e adorei o filme, sei que foi “mais do mesmo”, mas, já era esperado isso. Tenho consciência que nenhum jamais se igualara ao primeiro. Vejo que a critica foi muito injusta, pois até que teve cenas originais SIM e o roteiro possui seus autos e baixos. Pra uma amante da franquia como eu, tenho certeza que ficou satisfeito quando viu o filme e se emocionou na bela homenagem ao original de Steven Spielberg!
    Na moral, já foi ÓTIMO ver os dinos de novo e tomara que eles voltem mais vezes, chega de criticas desnecessárias!

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    • 22/06/2015 em 22:43
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      Concordo plenamente! O filme me agradou e muito #ChegaDeCriticasDesnecessárias

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    • 24/06/2015 em 13:29
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      Marcelo, também gostei muito do filme; entretanto, acredito que todas as críticas são necessárias, visto que terceiros que ainda não assistiram ao filme possam, com base em depoimentos diversos deste espaço, decidir se vai ou não aos cinemas, haja visto o explorador valor dos ingressos em nosso país.

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    • 25/06/2015 em 21:09
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      O filme superou as minhas expectativas, também achei essas criticas desnecessárias!

      Resposta
  • 22/06/2015 em 22:25
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    Eu fui para o cinema e adorei o filme, sei que foi “mais do mesmo”, mas, já era esperado isso. Tenho consciência que nenhum jamais se igualara ao primeiro. Vejo que a critica foi muito injusta, pois até que teve cenas originais SIM e o roteiro possui seus autos e baixos. Pra uma amante da franquia como eu, tenho certeza que ficou satisfeito quando viu o filme e se emocionou na bela homenagem ao original de Steven Spielberg!
    Na moral, já foi ÓTIMO ver os dinos de novo, chega de criticas desnecessárias!

    Resposta
  • 22/06/2015 em 15:04
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    “Este é o primeiro filme da série que não traz nenhum ator do original.”, O BD Wong participou do original. Ele é o responsável pelo laboratório que cria os dinossauros.

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