Lua Sangrenta (1997)

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Lua Sangrenta (1997) (5)

Lua Sangrenta
Original:The Burning Moon
Ano:1997•País:Alemanha
Direção:Olaf Ittenbach
Roteiro:Olaf Ittenbach
Produção:Olaf Ittenbach
Elenco:Beate Neumeyer, Bernd Muggenthaler, Ellen Fischer, Alfons Sigllechner, Barbara Woderschek, Helmut Neumeyer, Andrea Arbter, Herbert Holzapfel, Thomas Deby, Karl-Heinz Nebbe

Eu deveria ter desconfiado quando o VHS de Lua Sangrenta conseguiu a façanha de travar dentro de meu video-cassete, me obrigando a desparafusar o aparelho para retirar a fita e depois emendá-la com fita durex. Nem House of The Dead tinha conseguido essa proeza. E pensar que atravessei cidades para trazer essa fita entre vários outros filmes, durante uma viagem a Piracicaba, interior de São Paulo, para conhecer uma amiga de internet.

Serei curto e grosso. Lua Sangrenta é uma porcaria. Só vale mesmo para fãs do Olaf Ittenbach, um cineasta alemão também responsável pelo péssimo Legião dos Mortos, com o Mathias Hues – o loirão “astro” de dezenas de filmes B de luta como o inesquecível Garras de Águia, onde apanha do Billy Blanks – como vilão. Dizem os entendidos em Ittenbach que ele tem em seu currículo pelo menos um filme bom, chamado Premutos, mas como não vi esse não posso opinar. Mas este Lua Sangrenta é uma porcaria! Não sei se estou sendo cruel demais, mas depois que vi a primeira história do filme que é composto por dois segmentos de histórias sem ligação (assim como Creepshow e derivados) atrasei em uma semana para ver a restante, pois achei tamanha porcaria que nem me animei a ver.

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O filme começa com Peter (o próprio Ittenbach, usando um brinco ridículo que me fez rir), um adolescente problema que adora vagabundear e nem está aí pra trabalho. Não demora e o cara já se mete em uma briga de gangues, talvez uma das mais toscas já filmadas com direito a socos que passam longe da cara e até uma tétrica névoa cenográfica totalmente desnecessária… sem contar o visual dos desordeiros.

Não demora também pro jovem arrumar briga com os pais, que saem de casa e o deixam cuidando da irmã menor. O maluco então o que faz? Droga-se e, pra fazer a menina dormir, conta as mais macabras histórias. Elas são: O Amor de Julia (Julia´s Love) e A Pureza (The Purity) .

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Na primeira, um louco fugido do manicômio se apaixona por Julie, uma mulher que conheceu em um bar. Aparentemente um homem normal, ele persegue a garota até sua casa, logo depois que esta descobre que o tal é um assassino fugitivo. Em uma cena meio engraçada, o tal assassino corta a cabeça de uma prostituta que estava fazendo sexo oral nele no carro e a joga pra fora do veículo atingido o carro que estava parado atrás pra desespero do outro motorista- num momento que foi homenageado no francês Alta Tensão.

Chegando à casa da moça, trucida sem piedade sua mãe cortando os dedos e degolando a coitada. Em seguida é a vez do pai que tem a mão cortada com um facão e o mesmo trespassando sua boca e saindo pela parte de trás da cabeça. Ai. Como se não bastasse tem mais uma amiga na casa (sabe como é, só pra aumentar o número de vítimas e mostrar mais sangue) que logo parte dessa pra melhor. O engraçado é que o assassino ao invés de ser discreto e matar suas vítimas logo e sem barulho, é totalmente o oposto e suas vítimas fazem um escândalo tremendo ao morrer! O pior é que a mocinha Julie nem percebe! As paredes devem ser à prova de som! Não demora e há a clássica perseguição à mocinha, que, conforme corre do matador e passa pelos lugares onde sua família foi assassinada,  vê que o psicopata não se contentava só em deixar as pessoas mortas, ainda fazia mais estragos no corpo. Em um até incendeia! É mole?

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E quem chega? Mais uma vítima! Um rapaz, vendo que a moça está em perigo no segundo andar, tenta salvá-la mas é decapitado pelo assassino com um só golpe de facão! Como se fosse fácil decapitar alguém assim! Nem se fosse um facão Ginsu! Não demora pro louco capturar a mocinha e reservá-la uma pequena sessão de tortura que inclui um olho humano sendo empurrado goela abaixo da moça! Numa cena interessante, vemos a boca da moça pelo lado de dentro e o olho sendo colocado ; e logo depois o mesmo descendo pelo esôfago! Com certeza a cena mais inventiva do longa. Outra cena interessante é a morte do assassino onde tem a cabeça explodida por um tiro de um policial. Como Peter Jackson fez em Fome Animal, Ittenbach enquadra a cabeça do ator, faz o corte na cena e a substitui por uma cenográfica no mesmo enquadramento que logo depois é explodida. Um efeito bem produzido, mas totalmente exagerado, inclusive levando-se em conta que a arma é simplesmente uma pistola automática.

Na segunda, um padre estuprador ataca várias meninas da cidade e, depois de estuprá-las, mata-as e ainda tem a cara-de-pau de rezar a missa de sétimo dia – olha só! E o tal padre comete mais atrocidades. No meio da noite invade uma casa e mata um senhor. E mais uma vez, Ittenbach exagera na dose! O padre descarrega o revólver no senhor e, não bastando isso, recarrega e novamente descarrega o revólver no coitado! E não é só! Ainda acorrenta a esposa dele e durante um ritual satânico (Nada de mais, só um pentagrama e umas velinhas…) corta o pescoço da coitada e bebe o seu sangue!

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Mas quem sofre o efeito das mortes é um trabalhador local que nada tem a ver com isso, afinal quem desconfiaria do padre? Não demora para um grupo de amigos se juntar e fazer justiça. Contratam um matador de aluguel pra dar cabo do infeliz. Só que ao invés do tal matador ser mais direto e dar um tiro na cabeça do cara, “simplesmente” começa dando uma pedrada na cabeça do pobre trabalhador, depois diversas marteladas em sua cabeça e finalizando com um ancinho na barriga do pobre rapaz! No meio da noite, o tal matador de aluguel tem uma “viagem” onde se vê preso e torturado no Inferno! E o tal lugar não poderia ser pior (nos dois sentidos). O Inferno na visão de Ittenbach (ou de acordo com a pouca verba) é um casebre cheio de corpos mutilados pelo chão, tripas, partes de corpos, pessoas incendiadas, zumbis, e até um carrasco de roupa sado-masoquista estourando cabeças com um martelo. Uma sessão de tortura que ocupa 8 minutos do filme, sendo que os últimos dedicados à tortura do tal matador de aluguel. Aqui, Ittenbach exercita todo seu lado sádico. O rapaz é pregado em uma mesa, tem seu olho arrancado por um saca-rolha, e uma furadeira pulveriza seus dentes. Sem contar que suas pernas são amarradas e separadas lentamente, até que o homem é praticamente rasgado ao meio. Um efeito de maquiagem até bem feito.

Infelizmente (ou felizmente, depende do que você estiver buscando), Lua Sangrenta é só isso: um filme onde o que importa é somente o gore em detrimento de uma história bem contada. Afinal pra que na primeira história o assassino demora tanto para matar as vítimas e na segunda o padre tem que dar tantos tiros (12!!!) no senhor ao invés de um bem dado na cabeça? Ittenbach nem se importa com isso, quer ver mesmo é sangue jorrar! As atuações são canastras, a direção na maioria das vezes amadora, sem contar a péssima iluminação que evidencia mais ainda que foi filmado com câmeras de video e não de cinema.

Pra quem procura somente gore é uma maravilha, mas se for ver Lua Sangrenta como cinema mesmo, é uma porcaria! Lento, cansativo (tanto sangue nesse caso enjoa) tendo mais erros que acertos . Ittenbach só se preocupa mesmo com a maquiagem e efeitos sanguinolentos, nisso ele me lembra o americano J.R. Bookwalter (Robot Ninja; A Morte) outro que prefere dar mais ênfase na sanguinolência do que tentar contar uma história. Pelo menos seu A Morte é divertido de tão ruim, diferente desse Lua Sangrenta que é somente ruim.

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Bruno C. Martino

É escritor e ator. E tem uma predileção por filmes de vampiros saltitantes chineses.

2 thoughts on “Lua Sangrenta (1997)

  • 25/07/2015 em 03:43
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    ” The Burning Moon ” é tão extremo que foi banido no seu próprio país e é capaz de surpreender até nós Gorehounds e uma das principais referências do Mestre Olaf Ittenbach que pra mim é o melhor de todos !
    Mais ” The Burning Moon ” apesar de ter momentos inesquecíveis e o principal deles é a visão do inferno com o gore extremo mostrado nele , é uma das cenas copiadas do seu primeiro filme mais isso não tira o seu mérito , pelo contrário este filme está entre os melhores do Mestre Ittenbach .
    Apesar de muita gente odiar e falar que tem muito gore que até enjoa e é uma porcaria , quem é um gorehound igual eu , sempre vai dizer ” quanto mais Gore é Melhor ” , e considera este gorefest uma pérola e tem orgulho de ter na coleção , tenho o seu VHS original e também baixei seu DVD de edição especial que é a versão uncut !
    São muitas palavras e frases que dão nome a ” The Burning Moon ” , como a do seu VHS que é : Não importa o que você já tenha visto … você nunca viu nada como isto !!

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  • 24/07/2015 em 21:56
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    Esse filme é incrível… bom demais. Agora copiando um trecho da crítica “mas se for ver Lua Sangrenta como cinema mesmo”. Sério. Quem assiste um filme do Ittenbach esperando direção e roteiro? Estranho… Na verdade, cada filme e/ou diretor tem sua proposta. E a proposta desse é passar o tempo com boas doses de gore. E isso ele o faz com “competência”.

    Resposta

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