Djinn (2013)

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Djinn
Original:Djinn
Ano:2013•País:Emirados Árabes
Direção:Tobe Hooper
Roteiro:David Tully
Produção:Tim Smythe, Daniela Tully
Elenco:Aiysha Hart, Razane Jammal, Ahd, Paul Luebke, Khalid Laith, Soumaya Akaaboune Carol Abboud, Saoud Al Kaabi, Rajeev Daswani

O Oriente Médio é uma região rica em cultura, mistérios e igualmente rica por conta do petróleo abundante, mas por ser um lugar extremamente fechado e conservador, a indústria de cinema nunca foi algo muito relevante ou, pior, visto como algo subversivo do ocidente. Não é de se admirar que somente em 2011 os Emirados Árabes resolveram rodar sua primeira película de terror, denominada Djinn, contudo é surpreendente saber que foi um diretor ocidental que foi contratado para esta tarefa: o notório e sumido Tobe Hooper, de O Massacre da Serra Elétrica.

Hooper, que estava praticamente no ostracismo desde sua participação na série de telefilmes Mestres do Terror, em 2006, tem sua própria história de tropeços e problemas em sua carreira… Gostaria de dizer que com Djinn é diferente, só que o karma do diretor novamente deu às caras. Djinn não é apenas um filme muito ruim, mas tão problemático que ficou engavetado por mais de um ano!

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Diferente do que você vê no desenho do Aladin, segundo o Alcorão, os Djinns são uma criação divina: o homem foi criado do barro e os Djinns pelo fogo vivo, como também foram os Anjos. Orientados por Deus a prostrar-se a Adão, o primeiro homem, Iblis (Lúcifer, que era um Djinn) rebelou-se, foi expulso e passou a ser um coletor de almas dos pecadores.

O prólogo do filme apresenta um bebê que é meio-humano, meio-djinn, furtado de sua mãe. Corta para Nova York onde a jovem Salama (Razane Jammal) sente-se culpada pela morte prematura de seu primeiro filho. Seu marido Hubby Khalid (Khalid Laith), um órfão sem lembranças dos pais (surpresa, surpresa!), consegue uma transferência de seu trabalho na América para retornar para os Emirados. O pretexto é o de que Salana fique mais próxima da família e ela, inicialmente relutante, aceita a oferta e é recebida calorosamente por seus pais e irmã.

Um flashback mostra uma vila abandonada no meio do deserto, que, segundo a lenda, foi assombrada por djinns no passado. Um gigantesco edifício de apartamentos foi construído no lugar e, obviamente, é onde o casal se hospeda quando chegam ao país. Rapidamente Salama fica desconfortável no local: seja pela névoa constante, pelo estranho zelador/recepcionista (Malik McCall), que parece ser o único funcionário do lugar, ou a bizarra e sedutora vizinha Sara (Aiysha Hart), que parece ser a única habitante do prédio além do próprio casal.

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Os dias passam e vemos acidentes bizarros, todo o tipo de visões e gemidos pelos dutos de ventilação. A ausência e o comportamento alterado de Khalid não ajudam… Será que Salama está perdendo a sanidade ou há uma conexão entre o filho perdido e os eventos atuais?

O “roteiro” escrito pelo iniciante David Tully, trabalha com elementos e cenas inteiras claramente inspiradas/plagiadas de O Bebê de Rosemary, O Iluminado e de fantasmas vingativos na linha de O Grito e O Chamado. Djinn não traz um mínimo sequer de originalidade em sua concepção… Pelo contrário, existem tantos buracos e falhas de continuidade que nem como cópia mal feita serve. Tudo, e eu digo absolutamente tudo, que você vê remete a outro filme, com a diferença que aqui os atores são ruins, os cenários são pobres e não existe qualquer truque do diretor para melhorar esta percepção.

Tobe Hooper deveria saber disso e entregou o seu pior “piloto automático” para Djinn, sem qualquer vestígio de personalidade ou ousadia. Poderia ser qualquer outra pessoa no comando que não faria nenhuma diferença. Praticamente não existem tomadas externas e a trama se passa praticamente toda no hotel, o que não seria exatamente um problema houvesse qualquer tentativa de transforma-lo em um ambiente opressor e claustrofóbico… Nem preciso dizer que isto não acontece.

Uma película sem vida que não entende que barulhos e gritos por si só não são suficientes para construir tensão e que falha sob todos os aspectos, mas mesmo ainda assim foi suficientemente escandaloso para demorar horrores para ver a luz do dia. Rodado em março de 2011 e em pós-produção a partir de agosto, a intenção da distribuidora era fazer a estreia no início do ano seguinte.

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Um evento teste foi agendado para dezembro de 2011 em Londres e depois nada mais se ouviu falar dele. Sucessivos adiamentos foram colocados e houve rumores, negados pela distribuidora, de que o principal motivo seria o veto do lançamento pela família real de Abu Dhabi por considerar a película “politicamente subversiva”. Apenas em devereiro de 2013, no Festival Internacional de Berlin, Djinn foi lançado, seguido por apresentações nos festivais de Cannes e de Abu Dhabi. O grande público pode assisti-lo somente em 31 de outubro de 2013, com sua estreia em diversos países do oriente médio e em circuito limitado nos Estados Unidos.

Se a realeza dos Emirados estavam preocupados com a infâmia de Djinn em relação a sua cultura, eles podem ficar tranquilos, porém não escapará a vergonha de financiar um filme tão meia boca como este.

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Gabriel Paixão

Colaborador e fã de bagaceiras de gosto duvidoso. Um Floydiano de carteirinha que tem em casa estantes repletas de vinis riscados e VHS's embolorados. Co-autor do livro Medo de Palhaço, produz as Horreviews e Fevericídios no Canal do Inferno!

One thought on “Djinn (2013)

  • 12/10/2015 em 15:55
    Permalink

    Minha opinião é que e muito melhor que muitos filmes de terror de 2015,eu realmente gostei mas não entendi essa nota de 1 caveira e meia,na minha opinião como fã de filmes de terror eu daria 3 caveira,mas e como dissem gosto e igual bunda cada um tem a sua,e prbns pelo site entro quase todos os dia pra dar uma olhada.

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