Jesse James Meets Frankenstein’s Daughter (1966)

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Jesse James Meets Frankenstein's Daughter
Original:Jesse James Meets Frankenstein's Daughter
Ano:1966•País:EUA
Direção:William Beaudine
Roteiro:Carl K. Hittleman
Produção:Carroll Case
Elenco:John Lupton, Narda Onyx, Cal Bolder, Estelita Rodriguez, Jim Davis, Steven Geray, Rayford Barnes, William Fawcett

Quando escrevi sobre Scream Bloody Murder citei a importância da propaganda para a sobrevivência dos cinema Drive-in. Muitos destes artifícios são chamados de “gimmicks“, atrativos feitos unicamente para levar os frequentadores ao cinema. Dentre vários possíveis, existe um em que o diretor William Beaudine (falecido em 1970) tornou-se notório: os crossovers improváveis.

Beaudine trabalhou em centenas de filmes e produções para a televisão… Literalmente… E após seus anos mais ativos (entre os anos 1910 e 1940), foi diminuindo o ritmo quando dirigiu um crossover entre Bela Lugosi e um Gorila do Brooklyn (tradução literal do título original de O Satânico Dr. Zabor de 1952) e, anos depois, uma mistura entre Western e terror em Billy the Kid Versus Dracula de 1966 – curiosamente Drácula é interpretado por John Carradine, e Chuck Courtney, de Cemitério Maldito, como Billy the Kid. Outro crossover entre um monstro clássico no velho oeste é o alvo desta análise, que olhará para Jesse James Meets Frankenstein’s Daughter, também de 1966.

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Descrever o roteiro é um exercício de redundância: tudo o que você precisa saber está no título! Jesse James (John Lupton) é um fora da lei conhecido e procurado pelas autoridades pela prática de assaltos junto com seu parceiro Hank Tracy (Cal Bolder).

Em seu último trabalho Hank é mortalmente ferido e na fuga encontram em seu caminho em uma família de latinos que está correndo em sentido oposto. A família está fugindo do vilarejo onde passaram toda sua vida, devido aos rumores de que a proprietária de um castelo próximo estaria fazendo experiências com cadáveres frescos e assim espalhando uma contaminação mortal aos habitantes.

Juanita (Estelita Rodriguez, que morreu de gripe pouco tempo após o lançamento do filme), filha do casal de latinos, decide ajudar Hank e Jesse, mas Hank está além de qualquer ajuda que ela consiga dar. Recomenda, portanto, que eles se dirijam ao vilarejo e conversem com a dona do castelo, que é reconhecida por ser médica.

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Assim a dupla o faz, mas tal é a surpresa que estão se dirigindo ao castelo de Maria Frankenstein (Narda Onyx), neta de você-sabe-quem, que fugiu da Europa e resolveu se instalar na fronteira mexicana, local de constantes tempestades de raios, pra continuar o legado do avô.

Agora, além de ter um espécime fresco para trabalhar com o moribundo Hank, Maria ainda formará um estranho triângulo amoroso, quando ela mesma se afeiçoa a Jesse James, enquanto Juanita descobre que está apaixonada e resolve voltar sozinha ao vilarejo para ficar também ao lado dele.

O filme é paupérrimo e não faz muita questão de esconder. Os equipamentos do laboratório de Maria Frankenstein, por exemplo, poderiam ter saído do set do Chapolin Colorado. As atuações são primárias, risíveis, mas o que incomoda de fato é a forma porca como o roteiro é tratado. Ser previsível ao extremo não é exatamente o problema, é inclusive esperado, porém as atitudes que motivam os personagens chegam a beira do surreal.

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Os agentes da lei são tão inocentes que jamais chegam a confrontar Jesse James ou ter uma relevância na trama. Não dá para entender especialmente porque Juanita – e por tabela, Maria Frankenstein – cai de amores pelo fora da lei Jesse James (eles mal conversam durante o filme).

É de se considerar que foi uma tentativa americanizada de emular os populares filmes da Hammer e ainda ganhar uns trocos colocando nomes populares do velho oeste no meio, contudo acabou sendo muitos elementos para a produção administrar adequadamente.

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Como todo bom gimmick, novamente o cartaz é o destaque e dá uma volta imensa no incauto público, ao sugerir uma chuva de balas (que não ocorre) e a presença inclusive de vampiros, que jamais sequer é sugerido. Até o título é falso, já que a antagonista é a NETA de Frankenstein e não sua FILHA.

Sem o charme de “bons filmes ruins” como os de Ed Wood, Manos – The Hands of Fate e congêneres, Jesse James Meets Frankenstein’s Daughter é a típica punga que William Beaudine quase sempre colocou em seus filmes, como se dissesse: Obrigado por seu dinheiro, otário!

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Gabriel Paixão

Colaborador e fã de bagaceiras de gosto duvidoso. Um Floydiano de carteirinha que tem em casa estantes repletas de vinis riscados e VHS's embolorados. Co-autor do livro Medo de Palhaço, produz as Horreviews e Fevericídios no Canal do Inferno!

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