Resident Evil 6 – O Capítulo Final (2016)

1.5
(2)

Resident Evil 6 - O Capítulo Final
Original:Resident Evil: The Final Chapter
Ano:2016•País:França, Alemanha, Canadá, Austrália
Direção:Paul W. S. Anderson
Roteiro:Paul W. S. Anderson
Produção:Paul W. S. Anderson, Jeremy Bolt e Robert Kulzer
Elenco:Milla Jovovich, Ali Larter, William Levy, Shawn Roberts, Fraser James, Ruby Rose e Iain Glen

É muito simples. Se você gostou dos demais filmes da franquia Resident Evil, vai adorar este sexto capítulo. Se você não gostou dos anteriores, nem se dê ao trabalho de ir ao cinema. Isto na verdade não significa que o filme é bom ou ruim dentro de uma análise crítica, mas já deixa claro que a possível última parte foi feita sob medida para agradar aos fãs da saga. Neste aspecto, temos milhares de zumbis, muitos sustos, sequências de ação, barulho, bichos feios, vilões malvados e claro, Milla Jovovich sensualizando enquanto parte para cima dos seus inimigos, sejam eles humanos ou monstros.

Resident Evil 6 surge com um intervalo de quatro anos do quinto e irregular filme da franquia (RE: Retribuição). Apesar de ter chegado ao Brasil em 2017, a estreia internacional aconteceu em 13 de dezembro do ano passado no Japão. Neste meio tempo, a produção do sexto filme atrasou principalmente em função da gravidez da estrela Jovovich. Quatro anos de intervalo no universo zumbi significa uma eternidade e, para garantir que o público ainda tivesse interesse em correr para os cinemas, a opção encontrada pela produção foi de fazer deste filme o capítulo final da franquia.

Para quem não lembra, Resident Evil é baseado no jogo homônimo da empresa de videogames Capcom. O enredo acompanha um grupo de sobreviventes especialmente treinados em uma espécie de apocalipse zumbi provocado pela empresa farmacêutica Umbrella Corporation, localizada em uma base subterrânea chamada de Colmeia, na fictícia Racoon City. A multinacional é responsável por criar um vírus geneticamente modificado chamado T-Virus, que transforma as pessoas infectadas em criaturas mutantes e praticamente indestrutíveis. O filme segue esta premissa, mas cria a personagem Alice (Jovovich), que não existe no jogo, como heroína.

Resident Evil 6 começa no dia seguinte ao final do quinto filme. Engana-se quem pensava que teríamos o começo da parte 6 no exato momento em que nos despedimos de Alice (Jovovich), Jill Valentine (Sienna Guillory), Ada Wong (Bingbing Li), Leon S. Kennedy (Johann Urb), Beck (Aryana Engineer) e Albert Wesker (Shawn Roberts) na Casa Branca. No sexto filme reencontramos Alice vagando sozinha em Washington e logo entendemos que toda a ação do final do quinto filme foi apenas um plano de Wesker contra Alice e seus amigos. No sexto filme não temos as personagens de Jill e Ada. Uma pena.

Mas o roteiro logo compensa esta falha trazendo de volta o malvado Dr Isaacs (Iain Glen, que esteve presente nos RE 2 e 3) e o próprio Wesker. Estes vão responder como super vilões que farão tudo para impedir que Alice consiga cumprir a missão de chegar à Colmeia, em Racoon City. Do time dos aliados, temos o retorno de Clare Redfield (Ali Larter, que esteve nos RE 3 e 4). A ação gira em torno da Rainha Vermelha (Ever Anderson, filha de Jovovich e do diretor Paul W.S. Anderson), tradicional inimiga, mas que desta vez surge como aliada. O motivo da “traição” da personagem será explicado quando e se Alice conseguir chegar em Racoon City.

Tudo não passa de uma desculpa para ótimas cenas de ação, sequências de lutas milimetricamente coreografadas, explosões capazes de jogar para longe os personagens, alguns sustos bastante eficientes e um ótimo trabalho de desenho de som. E por ser um último capítulo, vamos claro voltar aos eventos anteriores ao primeiro filme para compreender o plano maligno dos dirigentes da Umbrella. Desta forma, os fãs vão provavelmente gostar do resultado.

Ponto positivo para o diretor Anderson, que dirigiu o primeiro filme, porém também coleciona no currículo algumas bombas como Alien Vs Predador, além dos RE 4 e 5. Ele também produziu os RE 2 e 3. A sensação que temos no sexto filme é que ele novamente acertou a mão como no capítulo de estreia. Prova disso é que além das ótimas sequências de ação, como a luta de Alice contra Isaacs em cima de um tanque em movimento, também temos aqui alguns interessantes momentos em lugares escuros e que escondem inimigos exatamente como nos jogos.

Claro que existem problemas no filme, como alguns buracos e situações mal explicadas do roteiro ou aqueles personagens que estão lá apenas para morrer. Mas que em um filme da franquia Resident Evil, estes acabam pesando menos na balança na qual o público quer ver Alice enfrentar zumbis seja na base da porrada ou se esgueirando sozinha em quartos escuros.

No entanto, somente o tempo vai responder se vamos realmente nos despedir de Alice. Mesmo com o título de O Capítulo Final, já fica claro na própria conclusão que algumas portas ficaram propositalmente abertas seja para um sétimo filme ou para uma série para TV. Afinal, o nome dela é Alice e já estamos com saudades.

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Filipe Falcão

Jornalista formado e Doutor em Comunicação. Fã de filmes de terror, pesquisa academicamente o gênero desde 2006. Autor dos livros Fronteiras do Medo e A Aceleração do Medo e co-autor do livro Medo de Palhaço.

5 thoughts on “Resident Evil 6 – O Capítulo Final (2016)

  • 22/04/2018 em 19:47
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    O que mais me incomodou foi varios personagens que desapareceram nessa sequencia, como aquela menina do Resident Evil 5 Retribuition que achava que a Alice era mãe dela. O que aconteceu com ela ? E o Leon, Ada, Chris ? Também Não achei a historia lá muito convincente. tomara que tenha acabado mesmo e que tenha um reboot que seja mais fiel aos jogos e sem tantos furos no roteiro.

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  • 05/02/2017 em 03:22
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    Fiquei muito revoltado com a mudança na história por trás da criação do T-Vírus feita tão somente para justificar o que foi revelado no final do filme. É querer fazer a gente de bobo, porque não houve alteração temporal que justificasse. Simplesmente explicaram como se nunca tivesse sido feito antes em Apocalypse. Com os vários furos que para mim foi pior do que os anteriores.———- ALERTA SPOILER———–Os personagens somem e aparentemente ninguém se importa. Fica subentendido que Jill, Ada, Leon e Beck morreram, mas em nenhum momento algo é mencionado. Pior que isso foi a Alice reencontrar a Claire e nem para perguntar pelo Chris. Não tinha nada de tão absurdo em um diálogo dizer: “ele morreu no confronto de Arcadia”, “fomos separados quando a Umbrella nos capturou”, “ele não conseguiu fugir”…. exatamente nada! K-Mart que o diga. Fica parecendo que os personagens nunca existiram. Isso me incomoda desde o Extinction quando a Alice reencontra o Carlos e ninguém fala sobre a Jill ou Angela. ————- FIM SPOILER———–E para finalizar o 3D dessa vez foi convertido. Foi uma decepção assistir em 3D no cinema, pois o filme é muito escuro e nas cenas de ação não dava para ver nada!
    Vamos ver qual será minha opinião quando assistir novamente em casa, porque sinceramente, a princípio gostei mais do Retribution do que desse!

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    • 24/05/2017 em 19:22
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      Então, Alice salvou ela mesma em RE:Apocalipse? Alice conheceu o pai dela, Dr ashford? Ainda n entendi oq aconteceu com angie ashford, ela era um clone?

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    • 21/06/2017 em 13:37
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      Concordo 100% com você. Principalmente com relação aos personagens. esta para mim foi o maior erro de continuidade. E até porquê eram personagens que o público gostava, alguns bem mais do que a própria Alice…

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    • 23/10/2017 em 03:09
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      Vc disse tudo. Eu achei que havia furo, e vim procurar aqui. MUITOS furos. O filme em si é razoável, mas é tão furado que é broxante.

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