They’re Watching (2016)

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They´re Watching
Original:They´re Watching
Ano:2016•País:EUA, Romênia
Direção:Jay Lender, Micah Wright
Roteiro:Jay Lender, Micah Wright
Produção:Mark Lagrimas
Elenco:Mia Marcon, Kris Lemche, David Alpay, Brigid Brannagh, Carrie Genzel, Dimitri Diatchenko, Cristian Balint, Paul Cioran, Andrei Morariu

Se você compartilha a minha opinião (e da metade da torcida do Flamengo) de que não há nada mais nos Found Footages que possam apresentar algo minimamente interessante, ainda tem produtores que não acham. Mesmo fracassando na sua grande maioria e sem trazer nada de novo, eles continuam aparecendo com insistência, a procura de dinheiro do rápido que algumas almas esperançadas e entediadas podem fornecer.

They’re Watching é um destas obras desta safra e é tão esquecível como qualquer instalação anterior deste subgênero. Ainda que os diretores e roteiristas Jay Lender e Micah Wright tentem colocar uma pitada de humor ao estilo de Evil Dead 2 e Cabana do Inferno, a falta de carisma e de novidade apenas fazem seu filme ser mais irritante e perto do esquecimento eterno.

O roteiro é bem estúpido e segue uma equipe de televisão que está filmando um reality show de compra de casas, ao estilo de House Hunters ou qualquer outro que passe no Discovery Home & Health, e no episódio mais atual estão no leste europeu, em uma pequena cidade em Moldavia, para acompanhar a compra de uma casa de campo caindo aos pedaços pelo ex-jogador de futebol português e sua esposa, a artesã californiana Becky (Brigid Brannagh). Esta casa cheia de pinturas, sem vizinhos que lembra uma cabana clássica de filme de terror, atrai o casal e é convencido pelo corretor Vladimir (Dimitri Diatchenko, Chernobyl) a comprá-la.

Meses depois a mesma equipe volta ao local para registrar a renovação feita na residência através de uma reforma. É aí que conhecemos melhor Alex (Kris Lemche, Possuída e Premonição 3), o beberrão e sexista cheio de comentários inoportunos, Greg (David Alpay), o óbvio mocinho com um passado transtornado e Sarah (Mia Faith), a lindinha parente do produtor que conseguiu uma boquinha no programa, todos comandados por Kate (Carrie Genzel, Garota Infernal), uma irritante e perturbada produtora que facilmente seria acusada de assédio moral no Brasil. A dinâmica do grupo é de uma excursão de férias de adolescentes, demonstrando pouco profissionalismo e na maioria desrespeitosos com a cultura local. Eles são recepcionados por Vladimir e matam o tempo enquanto não chega a hora de visitar Becky mais uma vez.

Os moradores locais não são simpáticos com os estranhos e, por serem muito apegados a suas tradições, logo entram em conflitos com a equipe de TV. Na data marcada para a filmagem, eles se destinam para a casa de Becky, cujo marido está viajando, e a casa está reformada com tudo seguindo conforme o planejado. Aos poucos são mostradas inscrições e pinturas ocultas nas paredes, encontradas durante as obras de reforma, a qual a dona decidiu preservar pela história da casa. Pinturas que revelam a lenda da existência de uma bruxa que foi queimada centenas de anos atrás pelos habitantes locais.

Não tarda e moradores da cidade são vistos aleatoriamente cercando a casa, a luz é cortada, o carro danificado e a equipe se vê sem possibilidade de voltar para a civilização e pegar seu voo para os Estados Unidos. Será que esta superstição lhes custará a vida, será que é apenas uma represália por seu comportamento ou existe algo além da visão que pode estar acontecendo com eles?

Além de ser uma obra convencional, tanto em sua construção quanto em suas revelações, They’re Watching pesa por ter um cast incrivelmente repulsivo de personagens que de tão xenofóbicos e estereotipados, parecem saídos da franquia O Albergue, com a diferença de que pelo menos nestes filmes de Eli Roth, o castigo é merecido e nenhum esforço é feito para tentar livra-los do suplício. Em uma virada inacreditável e forçada para tentar colocar humanidade em dois dos protagonistas, o roteiro revela um trauma de guerra e um súbito interesse amoroso que não chega nem perto de funcionar.

A primeira metade praticamente nada importante acontece e os personagens ficam rodando pela cidade sendo idiotas; a segunda metade ganha movimento e nos lembra que deveria ser um filme de terror. Com suspense nulo, sustos medianos e um final cheio de efeitos baratos e tão exagerados que são a única coisa que vale a pena conferir, é difícil entender se os realizadores queriam fazer uma sátira ou se era para levar a sério. No meio do caminho entre um e outro, não vale a pena esperar 75 minutos de tédio por causa destes minguados 5 minutos.

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Gabriel Paixão

Colaborador e fã de bagaceiras de gosto duvidoso. Um Floydiano de carteirinha que tem em casa estantes repletas de vinis riscados e VHS's embolorados. Co-autor do livro Medo de Palhaço, produz as Horreviews e Fevericídios no Canal do Inferno!

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