The Horde (2016)

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Você é a doença, eu sou a cura.
The Horde
Original:The Horde
Ano:2016•País:EUA
Direção:Jared Cohn
Roteiro:Paul Logan
Produção:Doreen Bennett, Joel Bennett, Gabriel Campisi, Paul Logan, Devin Reeve, Beth Thuna
Elenco:Vernon Wells, Matthew Willig, Bill Moseley, Costas Mandylor, Nestor Serrano, Tiffany Brouwer, Sydney Sweeney, Paul Logan

Uma comunidade de mutantes canibais, um ex-combatente da SEAL, um grupo de estudantes em uma expedição. Esse encontro resulta em uma série de cenas óbvias e exageradas que constroem a narrativa do longa de horror e ação The Horde, de Jared Cohn. Uma breve conferida no trailer e você já sabe tudo o que vai acontecer, desde os que sobreviverão aos que estão ali apenas para servir de refeição. Se ainda quiser arriscar, talvez pensando na diversão descompromissada, pode ser que a mistura de Rambo com Pânico na Floresta possa lhe agradar temporariamente, para logo depois entrar para o hall dos filmes descartáveis e esquecíveis.

Depois que um casal em acampamento é atacado pelos canibais – com direito ao velho susto do “estou escondido para assustar minha namorada” (!!) -, a narrativa parte para o final de uma aula em alguma faculdade qualquer. A professora Selina (Tiffany Brouwer) propõe aos estudantes que precisam de pontos extras para aprovação a participação em uma expedição de fotografia às margens do lago Sapphire. Há o riquinho intragável Riley (Thomas Ochoa), o casal beijoqueiro – Sheila (Elisabeth Ferrara) e Charlie (Zac Goodspeed) -, e os que se gostam, mas não assumem: Hailey (Sydney Sweeney) e Derrick (John Omohundro). Mas, o passeio não seria o mesmo se Selina não convidasse o namorado John Crenshaw, interpretado pelo fortão Paul Logan, responsável também pelo roteiro e produção.

John é o típico herói romântico que não condiz com sua aparência, como um Arnold Schwarzenegger paizão em Comando para Matar (1985). É claro que existem pessoas assim, marombeiros completamente do bem, mas é impressionante o quanto o ator não combina com o que está tentando mostrar. Por exemplo, no começo, o filme perde uns dez minutos com os viajantes num restaurante de estrada, comandado por Jacob (o sempre mal encarado Bill Moseley). Um grupo de caminhoneiros começa a provocar os jovens, principalmente as garotas – e isso inclui Selina -, finalizando com uma agressão a Riley. John se aproxima e mesmo com toda a ameaça dos encrenqueiros, incluindo sua futura noiva, convida-os a uma bebida. Só parte para a briga de bar, quando não resta outra alternativa.

Assim que decidem acampar e se separam, The Horde parte para o que se espera. Imaginava que a professora seria assassina logo de cara, o que seria ousado, e John se transformaria numa máquina assassina e vingativa…mas, não. Morrerão os que pedem por isso: o casal beijoqueiro, como é fácil prever, e os demais na ordem de importância, com os canibais decidindo capturar Selina para deixá-la presa numa cama, sem estupro ou agressão. Riley, por sua condição de chato da turma, acaba nas mãos de um torturador, o terrível Earl (Vernon Wells), relembrando O Albergue e outros filmes exagerados da década passada.

Os mutantes são liderados por Cylus Atkinson (Costas Mandylor, da franquia Jogos Mortais), um bandido que teria escapado de furgão de prisioneiros, juntamente com o grandalhão Stone (Matthew Willig, de O Despertar do Mal, 2013) e outros. Aliás, todos têm nomes de vilão: Scars (Jeffrey Damnit), Razor (Frankie Ray), Spider (Steven Lambert), Jethro (Jonathan Erickson Eisley)…É realmente uma comunidade, cheia de canibais para John usar suas técnicas de sobrevivência na selva para enfrentá-los como um guerreiro selvagem. E não adianta pedir ajuda da polícia, pois o Xerife (Nestor Serrano, outro veterano que anda em declínio) também faz parte dos inimigos.

The Horde serve apenas para isso mesmo, rever rostos conhecidos de produções B e antigos vilões da década de 80 e 90. Não espere surpresas, alguma reviravolta, ou qualquer coisa que pudesse diferenciá-lo de outros filmes similares. Não tem nada disso, e ainda incomoda por deixar uma sensação de que você iria adorar vê-lo nas décadas passadas, quando esse tipo de produção era bastante comum. Se é uma homenagem ao gênero, não souberam fazê-la de modo que soasse como uma paródia, ou com referências ao que foi feito antes. Trata-se apenas de um longa fraco, com atuações estereotipadas e algumas cenas de violência que não merecem menção.

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

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