Coxinha (2017)

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Coxinha
Original:Coxinha
Ano:2017•País:Brasil
Direção:Cristiano Sousa e Ivan Martins
Roteiro:Cristiano Sousa e Ivan Martins
Produção:Claudio Bosco, Lucas Sanqueta, Hugo Acioli, Eliete Aquino
Elenco:Alex Amaral, Jonatas Tavares, Gabriel Hilario Azambuja

Em 2012, três pessoas foram presas suspeitas de canibalismo na cidade de Garanhuns (PE). O trio atraiu oito mulheres com ofertas de trabalho, as assassinaram e usaram partes de seus corpos para fazerem empadas e coxinhas que eram vendidas por um deles nas ruas da cidade. Confesso que essa premissa traz alguns spoilers. Mas a construção de Coxinha é completamente diferente do caso real e vale muito a pena.

Acompanhamos a história de duas irmãs, Almira (Alex Amaral) e Piedade (Jonatas Tavares), que possuem uma lanchonete onde a especialidade são as coxinhas. Elas tem filas de clientes e a quantidade de recheio parece nunca ser suficiente para suprir à quantidade de pedidos. Em um dia, no final de expediente, aparece um rapaz na lanchonete, João Salgado (Gabriel Hilario Azambuja), que conta sua história e que está a procura de um emprego.

A partir dessa premissa a narrativa se desenrola, como revelei acima, o final não é um mistério. E mesmo assistindo ao filme pela primeira vez, a suspeita dos acontecimentos já fica bem evidente. Entretanto, o ponto alto do curta não é a história, mas a forma como foi dirigido.

Primeiro que as irmãs são engraçadas. Possuem um tom caricato e de naturalidade, ao mesmo tempo. Parece que ter a melhor coxinha da região justifica os meios para conseguir o recheio. Os diálogos e as formas que agem em relação aos acontecimentos trazem um humor negro muito redondo ao filme, não ficando pontas soltas ou exageradas, e convencendo o espectador pela cotidianidade das ações.

Além disso, os tons amarelados e vermelhos trazem um ar setentista e de ironia. Lembra as cores de Delicatessen (1991), apontando para um exagero das cenas, mas ao mesmo tempo cores que não te entristecem ou causam aversão, contribuindo para o efeito de dia-a-dia que o filme quer passar.  E tudo isso culmina numa cena final com metáfora bem sacada.

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Luana Caroline Damião

Graduada em museologia, fã de faroestes e Christopher Lee, deseja que o mundo acabe com um apocalipse zumbi, onde, certamente, será um dos mortos-vivos.

2 thoughts on “Coxinha (2017)

  • 23/11/2017 em 23:28
    Permalink

    É sempre legal conhecer esses curtas e filmes fora do padrão, mas uma coisa que sinto falta aqui no Boca é a falta de fonte de onde vocês assistiram certas produções, como essa, por exemplo. Acho que assim o leitor sabe onde buscar esse material sem ficar só na vontade de conhecer, rs

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    • Avatar photo
      23/11/2017 em 23:56
      Permalink

      No caso, esse curta será exibido no Festival Boca do Inferno! Aliás, todos esses curtas que estão sendo resenhados.

      Abs

      Marcelo

      Resposta

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