O Demônio da Meia-Noite (2016)

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O Demônio da Meia-Noite
Original:The Midnight Man
Ano:2016•País:EUA, Canadá
Direção:Travis Zariwny
Roteiro:Travis Zariwny, Rob Kennedy
Produção:Cassian Elwes, Frankie Lindquist, Kyle Tekiela
Elenco:Logan Creran, Robert Englund, Grayson Gabriel, Emily Haine, Gabrielle Haugh, Summer H. Howell, Callie Lane, Keenan Lehmann, Louise Linton, Abigail Pniowsky, Lin Shaye

Uma entidade conhecida como O Homem da Meia-Noite se alimenta do medo dos participantes de um jogo. Essa é a premissa básica do horror The Midnight Man, produção que tinha grandes chances de ser bem sucedida entre os jovens pela atmosfera construída, a inspiração em uma popular creepypasta e o elenco envolvido. Refilmagem do obscuro irlandês Midnight Man, de 2013, o longa é estrelado pela experiente Lin Shaye (Sobrenatural: A Última Chave, 2018) e o popular Robert Englund (o eterno Freddy Krueger), com a direção de Travis Zariwny, do desnecessário remake Cabana do Inferno, lançado em 2016.

Na abertura, em meados dos anos 50, três crianças brincam com um jogo perigoso. Com velas e um círculo de sal, elas se sentem ameaçadas por alguma coisa que se esconde nas sombras do sótão, até que, após cruzar a proteção, uma delas é atacada pelo monstro do título. Os demais – e você reconhece o rosto da pequena Summer H. Howell, de A Maldição de Chucky – fogem pelo casarão escuro entre cômodos, até o garoto infringir uma das regras e sair da casa, e consequentemente do jogo. Nos dias atuais, no mesmo casarão, a bela Alex (Gabrielle Haugh, de Olhos Famintos 3, 2017) está com a responsabilidade de cuidar de sua avó Anna (Lin Shaye), que sofre de demência e tem surtos estranhos e assustadores, tornando-se o principal elemento dos arrepios do longa.

Enquanto aguarda a chegada do namorado Miles (Grayson Gabriel), ela atende um pedido esquisito da avó sobre buscar um espelho de mão no sótão. É ali que a jovem encontra o jogo, e resolve experimentá-lo, mesmo sabendo que a proposta envolve a evocação de um demônio e diversas regras bizarras, como a de furar o dedo com uma agulha, a assinatura em um papel, o acompanhamento de velas, o uso do sal para a formação de círculos, a movimentação constante, o apagar de todas as luzes e 22 batidas na porta de casa.

Assim, sem motivo aparente – no começo até se justifica por serem crianças -, eles permitem que o vilão sobrenatural apareça na casa e fique aguardando o momento de despertar os piores medos dos participantes. Como o ritual acontece depois da meia-noite e eles tem até às 3h33 para sobreviver as investidas do monstro, é difícil entender porque a amiga Kelly (Emily Haine) quis aparecer de súbito e também entrar no jogo. Pior ainda é a chegada sem maiores explicações do Dr. Goodberry (Englund), médico de Anna e que tem uma relação direta com o tal jogo.

São essas desculpas que enfraquecem o enredo de Travis Zariwny, baseado no original de Rob Kennedy. Assim como alguns lugares comuns do gênero, seja na aparência do monstro ou em seu propósito de despertar os medos mais profundos de suas vítimas. Boa parte dos efeitos especiais são aceitáveis, como a aparição de um homem-coelho e as cenas que envolvem mutilação, olhos saltados sobre a face e o banho de sangue. Mas, também há algumas bobagens como a cena da explosão do garoto no prólogo e os efeitos de CGI na áurea negra que circunda a entidade

Contudo, o que chama a atenção positivamente é Lin Shaye. Sua personagem, mesmo com tantas caretas exageradas e gritos, é o que há de mais aterrador no filme, diferente de Englund, que atua sem surpresas como em muitos dos papéis de sua carreira pós-A Hora do Pesadelo. Dr. Goodberry e Kelly não acrescentam muito ao enredo dando apenas mais opções ao Homem da Meia-Noite na recriação dos piores pesadelos dos presentes.

Com uma única ambientação e poucos personagens, The Midnight Man poderia ser um curioso horror teen, mas fica apenas à sombra do original, considerado muito mais eficiente e aterrador. Ainda assim, desperta até uma vontade de buscar mais a respeito da lenda envolvida e conhecer outras produções que se inspiraram nela. Quanto a fazer o ritual, sem chance; meus medos podem ser absolutamente aterrorizantes!

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

One thought on “O Demônio da Meia-Noite (2016)

  • 12/04/2018 em 21:28
    Permalink

    Bom, quando o filme começou com as crianças nos anos 50, achei que seria divertido (Perderam a oportunidade, seria mais interessante ver crianças desafiando essa criatura besta, alias nossa suspensão de descrença aumenta quando os personagem são crianças, fica mais crível vê-las tomar atitudes imaturas e ilógicas. Vide filmes como A Espinha do Diabo e IT ), mas esse foi logo virando mais um filme de terror adolescente genérico. A historia tem alguns pontos fortes, como por exemplo um flash back bem colocado, mas me parece que o roteirista não botou fé no próprio trabalho e deixou muitos erros por pura preguiça. Os efeitos são de filme B e os atores jovens não tem expressão ou talento, serio, parece que eles estão com vontade de rir o tempo todo, mas fingem cara de medo, na verdade cara de quem peidou, mas ta disfarçando. Agora essa parte é pra quem já assistiu,alerta spoiler. 1) por que motivo eles começaram? O jogo tem mil coisas a ser feitas pra se começar a jogar, eles fazem tudo pra jogar, não é igual a outros filmes onde o personagem começa a jogar-amaldiçoar por puro acaso ou por um motivo, nesse filme as personagem não apresentam motivo (são compelidos pelo roteiro preguiçoso. O roteirista cagou em explicar a motivação pra eles começarem um puta jogo chato, complicado e anacrônico (quem diabos vai se furar com agulha pra jogar algo besta????) 2) Por que a tal Kelly quis jogar também?? Não faz sentido, como diabos ela poderia ajudar? Afinal quanto mais idiotas jogando pior seria, ela simplesmente poderia carregar mais sal para eles, mais fósforos, isqueiros e etc. assim ela ajudaria mais que apenas ser mais uma vitima babaca hahha. 3) Por que eles foram para uma sala cheia de goteiras? serio eles queriam mesmo molhar a porra das velas, só pode haha 4) caralho, você pode enfiar a porra de uma vela dentro da água, isso vai apagá-la, mas não vai estragá-la para sempre, basta você dar uma secada na roupa e “cavucar” com a unha ate a base do pavio, e ela acendera dboa, você pode ate fazer isso do lado contraio, mas nesse filme idiota uma gota de água estraga a vela para sempre hahha. 5) por que confiar nos relógios velhos e bizarros da casa, basta você olhar no celular na porra do seu bolso, mas os idiotas confiam em relógios a corda, 6) Poxa vida, sua amiga precisa de ajuda esta correndo risco e você fica perdendo tempo de papinho furado e beijos com o coleguinha, hahah. 7) E a velha que de repente ganha super forca e mata um homem na porrada, afff. 8) tem um erro de continuidade bizarro, prestem atenção entre 50 mim e 20 seg e 50 min e 30, perceberão o erro grotesco de continuidade. Eh isso pra mim me decepcionam mais filmes com ideias boas e mal feitos que filmes sem ideia boa que não tinha chance de ser bom. Esse filme tinha chance, mas cagaram ele.

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