Re: Mind (2017)

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Re: Mind
Original:Re: Mind
Ano:2017•País:Japão
Direção:Yusuke Ishida, Yûsuke Koroyasu, Akira Uchikata
Roteiro:Yasushi Akimoto, Daisuke Hosaka, Yoshimiko Murooka, Hiroshi Tanaka
Produção:Toshiya Nomura
Elenco:Mirei Sasaki, Sarina Ushio, Mei Higashimura, Ayaka Takamoto, Kyoko Saito, Kumi Sasaki, Shiho Kato, Yuuka Kageyama, Mao Iguchi, Mana Tasake

Não é de hoje que o Japão faz a festa dos fãs de horror. No entanto, infelizmente boa parte das produções vindas da terra do sol nascente ainda se mostra com fraca ou até mesmo nula distribuição aqui no ocidente. Aos fãs destes filmes, resta procurar por filmes nos torrents da vida. A carência é tão grande que quando algum título consegue ser lançado oficialmente por aqui, a notícia já é recebida com festa pelos fãs mesmo quando o produto não é dos melhores.

Um exemplo que tem gerado certo burburinho nos fãs do gênero é a série Re:mind. Produção da TV Tokyo, foi ao ar originalmente entre 20 de outubro e 29 de dezembro de 2017. A série foi comprada para distribuição pela Netflix, recebendo o duvidoso tratamento de “uma produção Netflix”. No Brasil, todos os episódios da primeira e por enquanto única temporada foram lançados de uma só vez.

A série acompanha um grupo de 11 estudantes de ensino médio que acorda em uma grande mesa em um lugar desconhecido por todas. Além de não saberem onde estão, a sala é decorada com estranhos objetos, alguns colocados na mesa enquanto outros estão espalhados pelos móveis e paredes. Para piorar, todas estão com os pés presos em uma espécie de compartimento que impede que elas deixem o lugar ou mesmo possam se levantar. Outro detalhe perturbador é que existe uma cadeira vazia em uma das cabeceiras da mesa.

Após o choque inicial, as jovens tentam entender por qual motivo estão lá. Todas se conhecem e são da mesma sala e aquela noite seria a formatura da turma delas. Com o avançar das horas, as situações ficam cada vez mais estranhas e bizarras. Logo o grupo percebe que algo ou alguém está “dirigindo” a situação justificando que ratos apareçam na sala ou óleo seja derramado do teto em cima delas.

Para piorar, o lugar é repleto de relógios e quando algum destes toca, a sala tem a luz cortada. Quando as luzes são acesas novamente, uma das garotas misteriosamente sumiu aumentando ainda mais o mistério do que está acontecendo.

A série possui 13 capítulos, sendo os primeiros os melhores. Depois a série perde um pouco de fôlego até chegar ao seu final. Aqui não temos um excelente produto, mas é possível que a série prenda atenção do público até a sua conclusão até pelo fato dos episódios serem curtos. O roteiro de Yasushi Akimoto, que assinou em 2006 Uma chamada perdida, tem bons momentos e cria boas situações, mas talvez o principal problema da série seja a quantidade de personagens, em um total de 11 garotas. Isto acaba diminuindo o ritmo. Além disso, por todas serem colegiais, no começo da série é até difícil identificar quem é quem.

Além disso, a série passa a ter viradas desnecessárias de roteiro, algumas bem pouco convincentes, o que também faz com que o ritmo seja comprometido. Na verdade Re:mind seria uma série mais interessante se tivesse menos episódios e menos personagens.

Uma curiosidade é que todas as atrizes são integrantes da girlband japonesa Hiragana Keyakizaka46. O grupo surgiu em um show de talentos que procurava garotas para a sua formação. O single de estreia, Hiragana Keyaki, foi lançado em 10 de agosto de 2016. O grupo é composto na verdade por 20 cantoras, que são divididas em “duas gerações”. As 11 sequestradas em Re:mind são da primeira geração. Ou seja, não esperem grandes interpretações do elenco.

De qualquer forma Re:mind se mostra uma opção interessante dentro do extenso e por vezes repetitivo catálogo da Netflix. Não se trata do melhor produto vindo do Japão, mas vale o entretenimento.

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Filipe Falcão

Jornalista formado e Doutor em Comunicação. Fã de filmes de terror, pesquisa academicamente o gênero desde 2006. Autor dos livros Fronteiras do Medo e A Aceleração do Medo e co-autor do livro Medo de Palhaço.

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