The Black Cat / Demons 6: De Profundis (1989)

5
(1)

Original:The Black Cat / Il Gatto Nero
Ano:1989•País:Itália
Direção:Luigi Cozzi
Roteiro:Luigi Cozzi, Thomas De Quincey, Edgar Allan Poe
Produção:Lucio Lucidi
Elenco:Florence Guérin, Urbano Barberini, Caroline Munro, Brett Halsey, Luisa Maneri, Karina Huff, Maurizio Fardo

O cineasta Luigi Cozzi é um nome lembrado no cinema fantástico italiano, por seus filmes bagaceiros como Starcrash (1978), Alien – O Monstro Assassino (1980) e Paganini Horror (1989), entre outros. Também em 1989 ele dirigiu e escreveu o roteiro (sob o pseudônimo Lewis Coates), da tranqueira The Black Cat (Il Gatto Nero), que recebeu o título picareta alternativo internacional “Demons 6: De Profundis”.

Na história, o diretor de cinema Marc Ravenna (Urbano Barberini) e seu sócio, o roteirista Dan Grudzinski (Maurizio Fardo, não creditado), envolvem-se num projeto para a realização de um grande filme de horror, inspirados pela lenda da bruxa Levana, a terceira de três deusas da dor, também conhecida como “mãe das lágrimas”, uma criatura maligna saída das profundezas (“De Profundis”). Marc é casado com a atriz Anne Ravenna (Florence Guérin) e Dan é o namorado da atriz Nora (a inglesa Caroline Munro, um rosto conhecido por vários filmes bagaceiros divertidos do gênero fantástico como Drácula no Mundo da Minissaia, 1972, No Coração da Terra, 1976, e O Maníaco, 1980).

Para conseguir financiamento para o projeto, eles recorrem ao famoso produtor Leonard Levin (Brett Halsey), um arrogante homem de negócios que decide fazer o filme com seu dinheiro. Porém, ninguém esperava que a bruxa Levana se materializasse e por não querer a produção do filme, passasse a aterrorizar Anne com pesadelos perturbadores, além de espalhar sangue e mortes aos envolvidos direta ou indiretamente na realização do filme, como a babá Sara (Luisa Maneri) ou a estudiosa de ocultismo Esther Semerani (Karina Huff).

The Black Cat” ou “Il Gatto Nero” tem inspiração no conto “O Gato Preto”, de Edgar Allan Poe, e o roteiro de Luigi Cozzi mostra uma história exagerada na fantasia, com exercícios de metalinguagem (filme dentro de filme) e cujo resultado final não empolga muito. Tudo é muito datado dos anos 80, desde a trilha sonora aos efeitos bagaceiros de raios coloridos saindo dos olhos e mãos da bruxa. Tem até bons momentos de cenas “gore”, com tripas saindo de televisão, corpo explodindo, sangue e vômitos espalhados, além da interessante caracterização da bruxa, numa época sem CGI. Mas, o sangue derramado é insuficiente para garantir um interesse maior, já que a história é bem fraca.

Curiosamente, o cineasta independente gaúcho Felipe M Guerra lançou um documentário em 2016 sobre a obra de Luigi Cozzi, que recebeu o título “FantastiCozzi”, trazendo depoimentos do diretor e trechos de seus filmes.

Outras curiosidades incluem citações em diálogos sobre o poeta dos malditos “Baudelaire” e do diretor Dario Argento e seu filme mais cultuado, Suspiria (1977), sobre a bruxa “Mãe dos Suspiros”.

Ainda tem a participação não creditada do cineasta Michele Soavi (de O Pássaro Sangrento, 1987, A Catedral, 1989, e Pelo Amor e Pela Morte, 1994), fazendo o papel de um diretor de cinema.

A atriz Giada Cozzi fez o papel da adolescente Sybil, uma espécie de fada mirim que orienta a perseguida atriz Anne a combater o mal da bruxa Levana. Ela é filha do diretor Luigi e participou de alguns filmes dele em 1989.

O que você achou disso?

Clique nas estrelas

Média da classificação 5 / 5. Número de votos: 1

Nenhum voto até agora! Seja o primeiro a avaliar este post.

Avatar photo

Juvenatrix

Uma criatura da noite tão antiga quanto seu próprio poder sombrio. As palavras são suas servas e sua paixão pelo Horror é a sua motivação nesse Inferno Digital.

3 thoughts on “The Black Cat / Demons 6: De Profundis (1989)

  • 04/06/2022 em 15:52
    Permalink

    no Brasil, o filme foi lançado com o título “Filmagem Macabra”, em lançamento em VHS da Top Tape.

    Resposta
  • 29/11/2018 em 12:35
    Permalink

    “Na história, o diretor de cinema Marc Ravenna (Urbano Barberini) e seu sócio, o roteirista Dan Grudzinski (Maurizio Fardo, não creditado), envolvem-se num projeto para a realização de um grande filme de horror, inspirados pela lenda da bruxa Levana, ***a terceira de três deusas da dor, também conhecida como “mãe das lágrimas”, uma criatura maligna saída das profundezas*** (“De Profundis”)”.

    Eu li direito? O diretor desse filme usou referencias a Suspira do Argelo e criou a mãe das lagrimas em 1989????
    A materia não falou mais o próprio ANGELO fez um filme em 2007 CHAMADO ‘MÃE DAS LAGRIMAS’ SOBRE UMA BRUXA DE TRÊS…

    Resumindo Dario Argelo PLAGIOU um filme que tinha referencias de um filme dele mesmo????????????

    Resposta
    • 30/11/2018 em 10:55
      Permalink

      Não exatamente, Marcos. Dario Argento se inspirou em um livro do século XIX (Suspiria de Profundis), que cita três representações de arquétipos sombrios (as três Mães ou bruxas, incluindo a mãe das lagrimas. Elas seriam três contrapontos as três irmãs que representam o destino, da mitologia grega), e sempre planejou fazer uma trilogia com todas, começando por Suspiria. A Mãe das Lagrimas é citada e aparece, inclusive, na sequência Inferno, do próprio Argento, de 1980, e que foca na mãe das Trevas.

      Acontece que o diretor Luigi Cozzi, desse filme do artigo, era roteirista e colaborador ocasional do Argento. Quando ficou aparente a demora do Dario em fechar a trilogia das bruxas dele, o Cozzi resolveu assumir direção para apaziguar os fãs mais afoitos e fez uma continuação não oficial das obras do Argento, com a bruxa que faltava ser o foco, e sai esse The Black Cat/Demons 6 (cuja nome piora a bagunça, fazendo parecer uma continuação da série Demons).

      Como você falou, o Argento resolve finalizar o que começou em 2007 e lança a sequência real do que ele pretendia contar.

      Resposta

Deixe um comentário para Eduardo Port Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *