Fortuna Maldita (2018)

2.6
(5)

Fortuna Maldita
Original:Sebelum Iblis Menjemput / May the Devil Take You
Ano:2018•País:Indonésia
Direção:Timo Tjahjanto
Roteiro:Timo Tjahjanto
Produção:Wicky V. Olindo, Sukdev Singh
Elenco:Chelsea Islan, Pevita Pearce, Ray Sahetapy, Karina Suwandhi, Samo Rafael, Hadijah Shahab, Ruth Marini, Kinaryosih, Clara Bernadeth, Nicole Rossi

Na composição da dupla The Mo Brothers, Timo Tjahjanto já havia mostrado sua força como cineasta de horror sangrento e ousado, concebendo o interessante Macabre, em 2009, com base no curta Dara. Participou do melhor segmento de V/H/S/2, Safe Haven, além do violento Assassinos (2014), antes de retornar para o gênero com Fortuna Maldita (Sebelum Iblis Menjemput / May The Devil Take You), produção demoníaca da Netflix que se une a Boneca Maldita como representantes da Indonésia. Com um enredo simples ao estilo Fausto, com pitadas de Evil Dead, o longa se sai bem em sua proposta, conquistando bons arrepios do espectador.

Na expectativa de melhorar financeiramente de vida, Lesmana (Ray Sahetapy, de The Raid, 2011) faz um pacto com o demônio na cena de abertura. Recebe a visita de uma estranha (Ruth Marini) que sugere o sótão para o ritual que envolverá, além de símbolo, recitação e corte na mão, a cabeça de um bode. Durante os créditos, notícias de jornais apontam um enriquecimento imediato, a perda da esposa e um novo casamento, até culminar no infortúnio também acelerado. Hospitalizado, com machas pustulentas pelo corpo e falência de órgãos, Lesmana recebe a visita de sua filha Alfie (Chelsea Islan) e dos bastardos Maya (Pevita Pearce), Ruben (Samo Rafael) e a pequena Nara (Hadijah Shahab), filhos de Laksmi (Karina Suwandhi).

Atormentada por uma visão aterrorizante no hospital, Alfie, que se afastara do pai após a morte da mãe, não se interessando pelos bens adquiridos, resolve visitar sua antiga casa rural, onde tiveram bons momentos juntos. Os demais membros da família também vão ao local, já pensando em anunciar uma venda o quanto antes para pagar as dívidas adquiridas com a falência de Lesmana. Ao investigar o ambiente, eles retiram um selo que protegia o porão e libertam uma nuvem demoníaca – em um efeito muito interessante -, que possui o corpo de Laksmi, causando terror e vômitos antes de saltar para a janela. O mal se espalhará pela mata e aos poucos consumirá os demais, um a um, testando a resistência dos sobreviventes.

Dívidas se pagam com almas“. Além do grupo que se divide pela floresta escura e os que se mantém em casa, Ruben pede ajuda para a namorada Lily (Clara Bernadeth), que terá problemas para chegar ao local, rendendo mais sangue em profusão e momentos de violência. Além de bonita, Maya se destaca pela interpretação surpreendente em diversas ocasiões, atraindo mais olhares do que a protagonista Alfie. Esta passa distante de qualquer comparação com Ash, procurando apenas encontrar meios de escapar com vida da cabana maldita.

Ainda que os efeitos sejam bons, a direção segura e a claustrofobia prevista seja intensa, Fortuna Maldita perde pontos em dois quesitos que poderiam ser facilmente corrigidos: o primeiro envolve a cena com bonecos vudus, cujos ferimentos muitas vezes são esquecidos pelo elenco em momentos oportunos (algo que também acontecia em Boneca Maldita); o segundo se refere à longa duração. Como o enredo é bem simples, sem muitas reviravoltas ou justificativas, alguns episódios se alongam em demasia, como a própria exagerada conclusão.

Bons sustos, um bode alado e eficiente caracterização dos possuídos tornam Fortuna Maldita uma interessante pedida para os fãs de horror. Bem melhor do que seu co-irmão e muitas outras produções da Netflix, é possível recomendá-la com grandes chances que você se sinta também envolvido nesse enredo satanista.

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

3 thoughts on “Fortuna Maldita (2018)

  • 04/01/2019 em 23:19
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    Achei o filme muito bom para a indonésia que tem pouca presença cinematográfica por aqui, gostei muito da maquiagem, do enredo e das criaturas, que ficam na cabeça da gente, a história é bem padrão mas se encaixa e no final faz sentido, detalhe para o bode que foi uma sacada muito boa e suas (poucas) cenas me deixaram fascinado, aliás, acho que fiquei mais fascinado com o clima do filme do que assustado, tenho um certo carinho por filmes de terror asiático que não sejam Japão/Coréia, então Fortuna Maldita me agradou por ser um filme tentando sobreviver no meio dos ”Ringus” da vida.
    Eu daria 4 caveiras fácil.

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    • 02/11/2021 em 10:10
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      Eu e minhas amigas adoramos o filme! Fomos assistir se pretensão e ao fim não dormimos. Direção impecável, efeitos especiais incríveis e muito mais. Tudo isso vc encontra no filme Fortuna Maldita

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  • 13/12/2018 em 00:35
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    Achei no inicio que seria um filme honesto,me entregando sustos e situações não previsiveis,engano meu! porque insistir em vomitos que não lembram vomitos e os possuidos o que mais fazem para assustar são caretas?pqp. Ai voltamos para os cliches,uma possuida na mata e la vai a filha correr e ficar só, o espirito [e tão poderoso e não consegue empurrar uma porta presa por um movél,depois de ver que o clima está bem tenso,os caras vão e deixam a menina dormir sozinha no quarto,a noite toca o terror e de dia parace que está tudo normal,onde pessoas normais iriam embora na mesma hora ou no primeiro raio de sol,a mulher engole determinada coisa e anos depois ainda se encontra no que era p ser um esqueleto,mas não,o defunto ainda tem tripas e o produto intacto no estomago,como se não houvesse suco gastrico pqp. E um final preguiçoso, 2 caveiras no maximo

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