Victoria Maurette, uma das apostas de Albert Pyun

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Victoria Maurette

por Osvaldo Neto

Boca do Inferno: Como o interesse em ser uma artista apareceu pela primeira vez para você, inclusive cantando e atuando?

Victoria Maurette: Meu interesse em ser uma artista começou na escola. Eu estava nas aulas de teatro e participava do coro também e notei que aquelas eram as aulas que mais amava. Fiz várias peças e todas as vezes que podia, eu cantava na frente da escola. O palco era o meu vício. As pessoas respondiam com minhas perfomances, elas iam até os meus pais para falar o quanto boa eu fui na peça. Penso que sabia de coração que atuar e cantar era o meu caminho. Depois que me formei, passei a cantar em bares e foi assim que fui descoberta. Alguns produtores estavam no bar e me chamaram para uma audição.

Boca do Inferno: Como a música se tornou uma parte tão importante de sua vida artística?

Victoria Maurette: A música me ajudou bastante em minha vida artística. Depois que acabei a novela Rebelde Way, tive uma certa crise existencial. O programa foi uma experiência muito intensa para mim e também o meu primeiro trabalho como profissional durante dois anos. Aquele Mundo das Maravilhas que tinha criado em minha mente simplesmente sumiu. Para mim, aquilo não foi um emprego, mas sim a minha vida. E de repente, eu não sabia aonde ir e o que fazer. Foi quando peguei o meu violão uma noite e comecei a escrever canções. Todo o processo foi uma tremenda experiência artística. Desde quando você imagina a canção até a hora em que irá gravá-la e então mixar o áudio você a vê subitamente tomando forma.

Elas mudam e eu também estava mudando junto. Foi uma grande maneira de retirar os meus sentimentos da escuridão e levá-los a luz. Eu evolui durante aquele tempo, consegui passar por todas as teias de aranha e seguir em frente. E foi assim que o meu disco Victoria começou. Você pode escutá-lo em minha página no Myspace ou se quiser, comprá-lo no itunes ou cdbaby.com.

Boca do Inferno: Você gostaria de dividir algumas influências que tem em atuações? Atores, atrizes, personagens…

Victoria Maurette: Tenho muito interesse em fortes personagens femininas. Amo Hillary Swank. Ela é uma grande atriz, admiro a maneira como ela se prepara para os seus personagens, ela transforma completamente seu corpo e mente para dar vida a uma outra pessoa. Eu tento e faço isso com minhas personagens. Gostaria de ser um pouco como Kate Winslet, ela faz tudo parecer tão natural e eu simplesmente a adoro. Atores masculinos, amo Sean Penn. Ele é um ator extremamente diverso e completo. Eu aspiro atingir o nível de profissionalismo que esses atores colocam em seus trabalhos.

Boca do Inferno: Você é fã de cinema? Caso sim, quais são os seus favoritos?

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Victoria Maurette: Adoro assistir uma boa história. Eu realmente não tenho nenhum favorito de todos os tempos… sou péssima escolhendo favoritos. Tenho diferentes fases em minha vida, às vezes curto filmes de ação, às vezes românticos, suspenses ou independentes… depende do momento que vivo.

Boca do Inferno: As atenções se voltaram ao seu trabalho como atriz pela primeira vez fazendo Vico em Rebelde Way e outra novela chamada No hay 2 sin 3. Existem atuações na TV e atuações em filmes… o quanto você está aprendendo com as diferenças em estilos e conteúdos, especialmente sobre os seus personagens em Left for Dead e Bulletface, ambos de Albert Pyun?

Victoria Maurette: Atuar em filmes e TV são duas coisas totalmente diferentes. Quando você está em um filme, você sabe que existe uma razão para tudo que está no set. Tudo é pensado até o último detalhe. O cabelo, maquiagem, guarda-roupa, fotografia etc. É uma experiência mágica porque você sabe que é peça essencial no tabuleiro de xadrez. Todo mundo é parte dele. Você tem mais tempo para preparar o seu personagem, enquanto que na TV seu papel passa por tantas mudanças durante uma série ou novela que é difícil se preparar antes quando você realmente não sabe como algo irá acontecer. Isso te dá uma chance para tentar coisas diferentes e saber que um dia você não irá gostar do que vez, mas no dia seguinte você tenta outra vez, e no seguinte e no seguinte. É um longo processo, algumas séries estão no ar por seis anos. Penso que tanto o cinema quando a TV tem as suas coisas boas e ruins. Para mim, tudo depende do projeto, do personagem e tenho de me apaixonar por um desses dois.

Boca do Inferno: 2007 e 2008 foram ótimos para você, aparecendo em dois filmes de terror feitos na Argentina: Left for Dead e Dying God. O primeiro foi um ‘horror-western‘. Você curte os gêneros? Como foi fazer os dois filmes?

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Victoria Maurette: Amo os dois gêneros. Nunca pensei que faria um desses filmes. Foi um grande tempo fazendo eles, Left for Dead foi uma experiência poderosa. Amei tudo sobre ele. As roupas, as lutas, as armas, o sangue. Sou muito interessada em efeitos especiais e maquiagem, penso que esse pessoal é muito talentoso. É impressionante o que eles conseguem fazer. Meus amigos e família me perguntam que tipo de personagem farei antes de fazer cada filme. E quando a resposta é sou uma ‘cowgirl‘ à procura do marido que me abandonou e eu ando com o feto morto do meu bebê num saco… você pode imaginar qual foi a reação deles. É muito engraçado ver as suas expressões quando conto a eles o que farei a seguir e isso também me surpreende! Em Dying God, tive um papel pequeno, mas escolhi ser aquela personagem em particular. Achei a cena tão profunda que eu quis me ver naquela situação. Os dois filmes foram grandes experiências, aprendi muito sobre mim mesma durante as filmagens.

Boca do Inferno: Como foi fazer o seu segundo filme com Pyun, Bulletface? Ele parece ser um filme particularmente intenso e extremo. O que te fez encarar o desafio de entrar no trágico mundo de sua personagem, Dara Marren?

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Victoria Maurette: Quando terminamos Left for Dead, Albert veio e me contou que tinha esse projeto em Hollywood e que me queria como protagonista. Entrei em êxtase! Não acreditei naquela incrível oportunidade que ele tinha acabado de me dar. O maior desafio do Bulletface é que iríamos filmar tudo em 5 dias. Antes de começar, estava nervosa porque não sabia como nós faríamos o filme. Mas assim que ele teve início, Albert fez tudo parecer tão fácil e tranquilo que os dias voaram e de repente me dei conta que tinhamos acabado as filmagens! Eu amei Dara, ela é uma personagem tão forte. O tipo de pessoa que parece ser inofensiva quando se encontra com ela, mas logo em seguida você nota que é alguém com quem não se deve mexer. A maneira que ela protege sua família é admirável, Dara faria tudo por eles. Eu realmente entrei na pele dela e senti a sua dor.

Boca do Inferno: Em Bulletface, você divide cenas com atores mais experientes como Steven Bauer, Eddie Velez e Scott Paulin, mas também com novos talentos como Morgan Weisser, Jenny Dare Paulin e Michael Esparza. Como foi trabalhar no set com estilos e maneiras tão diferentes de atuar?

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Victoria Maurette: Foi demais ter conseguido me encontrar com todos esses atores diferentes. Steven Bauer, Eddie Velez e Scott Paulin foram ótimos de se trabalhar. Eles contribuíram tanto com o filme e me ajudaram a sentir como Dara realmente era. Steven é um cara muito simpático, uma companhia divertida. Sobre Jenny Dare Paulin, Morgan Weisser e Michael Esparza, não senti que eles eram novos atores. Simplesmente entramos nos personagens e fizemos acontecer. Foi difícil para mim porque não conhecia ninguém antes das filmagens, então é desafiador conseguir aquela química em tão pouco tempo. Senti que todos esses atores foram fáceis de trabalhar e abertos a tudo que poderia acontecer na cena no calor do momento. Eu sou muito grata a todos por ficarem ao meu lado durante aqueles dias e fazerem me sentir em casa. Espero trabalhar com eles novamente.

Boca do Inferno: Albert Pyun noticiou em seu site que você foi escalada em Tales of an Ancient Empire. Ele revelou para mim que sua personagem aparecerá inteiramente nua, similar a Rebecca Romjin em X-Men. Pyun contou que você estava excitada com o papel, como você está se preparando? O quanto você pensa que pode ir física e psicologicamente com ele?

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Victoria Maurette: Eu estou extremamente excitada com esse papel! Não posso esperar! Estou me preparando para a personagem agora mesmo, tenho de treinar bastante. A cena de nudez é um desafio para mim, mas estou na expectativa por essa experiência. Confio em Albert e já fizemos dois filmes juntos. Me sinto confortável com ele, então penso que será muito divertido, pois minha personagem é muito interessante e não vejo a hora de estar no set. Já vi o corte bruto de algumas cenas e tudo parece sensacional. Quero muito me encontrar com o elenco, todos esses atores incríveis que Albert fala tão carinhosamente deles. Nós dois temos enviado e-mails constantes ao outro com idéias, fotos, vídeos. É intenso, mas não posso fazer de outro jeito. Falamos também da psicologia do personagem, ele me envia artigos para estudar, é um processo interessante. Sou muito grata a Albert por ele me dar outra grande oportunidade, ele tem sido nada além de gentil comigo.

Victoria (7)

Boca do Inferno: Esse é o seu espaço para enviar uma mensagem aos fãs brasileiros do cinema fantástico e de Albert Pyun que estão lendo essa entrevista e para quem não conhecia o seu trabalho, mas agora o conhece.

Victoria Maurette: Brazil!! Tenho tanto carinho pelo seu país. Meu pai mora em São Paulo, então eu o visito com uma boa frequência. Obrigada pelo apoio! E obrigada a todos, estou extremamente feliz e tudo que consigo pensar em dizer é OBRIGADA!!!!

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Um infernauta com talentos sobrenaturais convidado a ter seu texto publicado no Boca do Inferno!

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