Afinal, tivemos grandes jogos de terror em 2016?

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De fato, 2016 não foi um ano muito marcante para os jogos de terror. Em parte por causa de adiamentos de jogos bastante aguardados como Outlast 2 e Friday the 13th: The Game, que contribuíram para o resultado pouco expressivo do gênero no ano passado. Ainda assim, jogos indies se destacaram muito com sucesso de crítica e público, além de algumas superproduções que fizeram sim a diferença.

Para se ter uma ideia de como o ano foi pouco badalado para o setor de produções AAA, um dos maiores destaques de 2016 foi o lançamento da remasterização de Resident Evil 0 e do remake de Resident Evil para a atual geração de consoles. Os dois jogos da Capcom foram criados exclusivamente para o extinto Nintendo Game Cube em 2002 e só agora puderam ser lançados em outras plataformas, dando aos fãs da franquia um gostinho de saudosismo da franquia que não anda muito bem das pernas depois de Resident Evil 6.

Entre jogos lançados este ano, alguns que apostaram na visão em primeira pessoa também se destacaram. Layers of Fear é um deles. No jogo controlamos um personagem que não consegue distinguir realidade de insanidade, enquanto tenta concluir a obra da sua vida, ao mesmo tempo que precisa descobrir o que priorizar em sua existência.

Until Dawn: Rush of Blood foi outro que se despontou, apostando na realidade virtual do Playstation 4. Aliás, poucos gêneros podem se adaptar melhor à proposta de realidade virtual do que o terror e Rush of Blood usa isso razoavelmente bem, com o jogador dentro de um tipo de montanha russa onde irá confrontar seus piores pesadelos.

E se faltou Friday the 13th, tivemos Dead by Daylight. O título exclusivo para PC trouxe o conceito de uma partida multiplayer em que um jogador assume o papel do psicopata assassino e outros os das vítimas que precisam sobreviver. Já Dead Rising 4 trouxe para Xbox One e PC mais uma vez o personagem Frank West numa matança animal de zumbis (dá pra matar três mil em uns dez minutos). E embora o jogo tenha obtido uma crítica boa, muitos jogadores não gostaram da ideia do verdadeiro final do modo história vir através de DLC.

Indies fizeram história

2016 foi na verdade o ano dos indies quando o assunto foram os jogos de terror. A começar por Inside – da mesma produtora do sensacional Limbo – que arrebentou na crítica, conquistando até a honrada média acima de 90 pontos no Metacritic.

No jogo de plataforma em 2D (mas que usa elementos em 3D), você controla um garoto que precisa fugir e se esconder de adultos que estão lhe caçando. O clima muito sombrio e as revelações explosivas do enredo transformaram esse jogo num clássico automaticamente, que cativa e prende o jogador em sua impressionante narrativa.

Destaque semelhante conquistou Oxenfree. Também de plataforma e em 2D, o jogo é um thriller adolescente sobrenatural onde cada escolha traz uma consequência para o desenrolar da aventura, numa onda meio Life is Strange. O título surpreendeu pela história e foi indicado a categoria de melhor narrativa no The Game Awards 2016.

E o jogo do ano?

Particularmente, o jogo do ano para mim no gênero de terror não foi aquele que mais me aterrorizou, mas o que mais me divertiu. Doom conseguiu fazer do macabro e do horror algo viciante, principalmente levando em consideração que ele é um FPS e não um survival horror, com o detalhe de que se passa no inferno.

O reboot de Doom lançado em 2016 superou todas as expectativas, alcançando o status de um dos melhores e mais premiados do ano, num dos jogos de tiro em primeira pessoa mais divertidos, viciantes e inovadores dos últimos tempos.

E se o roteiro é bastante simples e sem grandes aprofundamentos, é a jogabilidade desse jogo que se mostra avassaladora. A campanha apresenta mapas que dão liberdade para explorar e montar nossas próprias estratégias de batalha, a variação de armas e forma de aniquilar os inimigos é enorme e até a recuperação da vida por itens (ao invés do automático) faz a diferença.

Já apresentamos o que 2017 nos reserva quando o assunto são jogos de terror e esperamos sinceramente que esse ano se torne bem mais marcante do que 2016 foi.

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Samuel Bryan

Jornalista, acreano, tão fã de filmes, games, livros e HQs de terror, que se não fosse ateu, teria sérios problemas com o ocultismo. Contato: games@bocadoinferno.com.br

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