5 Assustadoras Performances que Mereciam o Oscar

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Quando você pensa na premiação do Oscar, a primeira relação é a de que os Melhores Filmes estão entre os selecionados? É claro que não. Há muitas produções que são simplesmente ignoradas por não fazerem parte do “formato Oscar“, tanto que isso justifica a preferência quase que anual por dramas e biografias, havendo poucas oportunidades para produções de outros gêneros. O terror já teve algumas boas indicações – como visto neste artigo -, mas são raras exceções e que só comprovam o quanto o gênero é ainda considerado um estilo marginal mesmo na América, com mais possibilidades do que por aqui. Se os filmes de horror são deixados de lado, o que dizer, então, das atuações?

O Massacre da Serra Elétrica (1974)

Você não acha que Marilyn Burns merecia uma indicação por sua performance absoluta em O Massacre da Serra Elétrica? E Angela Bettis com a problemática May de May – Obsessão Assassina? E Bill Paxton (falecido hoje) como um terrível pai em A Mão do Diabo (2001)? Houve exceções, claro, como as indicações recebidas por Piper Laurie e Sissy Spacek por Carrie, a Estranha (1976); a estatueta levada por Kathy Bates por Louca Obsessão (1990); e o merecido reconhecimento a Anthony Hopkins e Jodie Foster com o essencial O Silêncio dos Inocentes (1991). Assim, confira 5 Atuações Merecedoras de – pelo menos – uma indicação ao Oscar, mas que foram completamente ignoradas.

Jeff Goldblum, por A Mosca (1986)

O remake impressionante de David Cronenberg teve duas indicações ao prêmio, Maquiagem e Efeitos Especiais, mas acabou somente levando o primeiro. Ainda que tenha levado o horror á cerimônia, por que simplesmente ignoraram a atuação de Jeff Goldblum como o cientista louco Seth Brundle, cujos experimentos com teletransporte o fundiram com uma mosca. Aos poucos, o personagem foi se transformando em um gigante inseto, mas, além da caracterização repulsiva, é preciso levar em consideração que Seth também passou a se transformar. Olhos ágeis, movimentos rápidos do pescoço, uma leve curvada na coluna e atenção a tudo o que acontecia ao redor, Goldblum convenceu o público mesmo com sua performance incrível, num misto de pena e aflição, acentuado pela loucura crescente. Geena Davis também está bem no papel, mas é ele que atrai os olhares como se a maquiagem fosse apenas um detalhe na sua alteração kafkaniana.

Christopher Walken, por A Hora da Zona Morta (1983)

Considerado por muitas pessoas como a melhor adaptação de uma obra de Stephen King, é Christopher Walken que rouba todos os holofotes no papel do professor Johnny Smith, que, após um grave acidente de carro, perde tudo: namorada, profissão e o movimento das pernas, no tempo em que ficou em coma. Ao despertar, volta com o incrível dom de ver o futuro das pessoas com o toque. E ele sofre por conta de tudo isso. Walken permite que toda a sua dor seja visível pela brilhante atuação, muito mais elogiada do que a que lhe deu a estatueta em O Franco Atirador (1978). É um divisor de águas da carreira do ator que depois iniciaria uma fase de personagens insanos como o que fez em Caminhos Violentos (1986), sempre bem conceituados em uma carreira de sucesso.

Jack Nicholson, por O Iluminado (1980)

O Iluminado (1980)

A primeira versão da obra de Stephen King, comandado por Stanley Kubrick, não foi bem vista pelo autor, mas o público a considera um trabalho genuíno sobre casas assombradas. O gigantesco Hotel Overlook abriga fantasmas aterrorizantes, mas nada é mais perturbador do que o olhar agressivo de seu habitante mais ilustre: o escritor Jack Torrance, interpretado por Jack Nicholson. Desde o caminho gélido até o ambiente de inverno, Torrance, ao narrar um fato assustador ao filho Danny, já evidencia traços do que ele trará em sua personalidade com a bebida. De um pai preocupado, ele se transforma em um monstro, um homem louco e absolutamente incontrolável. Incomoda a cada aparição em cena em sua gradual alteração de comportamento! Assusta e convence nas mesmas proporções! Johnny está aqui, mas deveria ter caminhado pelo tapete vermelho!

Nastassja Kinski, em A Marca da Pantera (1982)

Acerca de toda a mitologia sobre mulheres que eram sacrificadas a leopardos, mas acabaram desenvolvendo uma nova raça, o brilhante filme de Paul Schrader não teria o mesmo reconhecimento se não houvesse ali uma carismática Nastassja Kinski. Sua Irena é sensual e perigosa, mantendo o olhar da criatura, passando de uma jovem tímida para algo realmente apaixonante e ameaçador. Ela viaja para New Orleans em busca de seu irmão, vivido por Malcolm McDowell, que a explica sobre a necessidade de uma relação incestuosa com o propósito de libertá-los, mas ela se apaixona por um homem que trabalha no zoológico (John Heard), que, mesmo sabendo sobre seu lado animal ainda se permite levar pela paixão. Kinski, na melhor forma!

Jamie Lee Curtis, por Halloween – A Noite do Terror (1978)

A atriz não queria realmente assumir o apelido de “scream queen“, mas não podia evitar pelo que fez com a sua Laurie Strode. O clássico de John Carpenter deu o pontapé para o formato dos slashers, com datas festivas, mas tem em boa parte de seu elenco personagens estereotipados. A babá e o psiquiatra Dr.Loomis (Donald Pleasence) fizeram a grande diferença para o sucesso de Michael Myers, principalmente com o sofrimento de Curtis na perseguição incansável do assassino de Haddonfield. Ela é um survivor girl que mantém sua ingenuidade diante do mal absoluto, levando o espectador a realmente se preocupar com seu destino. Não é imortal, nem possui a agressividade necessária para enfrentar o vilão, como muitas outras heroínas dos slashers! É claro que, com a maturidade, ela passaria a agir com mais agressividade para o infortúnio do psicopata!

Quem mais merecia uma oportunidade no tapete vermelho?

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

3 thoughts on “5 Assustadoras Performances que Mereciam o Oscar

  • 26/06/2017 em 20:57
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    Quem mais merecia um Oscar? Vamos lá:
    1- Mia Farrow, por O Bebê de Rosemary ( mas Ruth Gordon levou o de o Atriz Coadjuvante) ;
    2- Charlize Theron, por O Advogado do Diabo;
    3- Linda Blair, por O Exorcista;
    4- Gregore Peck, por A Profecia
    5- kirsten Dunst, por Entrevista com Vampiro
    e mais um montão, mas o gênero sempre fica a margem de outros!

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    • 15/06/2018 em 20:15
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      na verdade todo o elenco de o exorcista merecia o oscar, ellen burstyn, linda blair, jason miller e Max von Sydow, na verdade o filme merecia ganhar os dez oscars que foi indicado

      Resposta
  • 28/02/2017 em 21:30
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    bah! quem dera o Oscar fosse legal assim!!!

    Resposta

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