Fear the Walking Dead – 2ª Temporada (2016)

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Fear the Walking Dead (2016) – 2×03: Ouroboros

Fear the Walking Dead (2016) (1)

Fear the Walking Dead: Monster
Original:Fear the Walking Dead: Monster
Ano:2016•País:EUA
Direção:Stefan Schwartz
Roteiro:Alan Page
Produção:Pablo Cruz, Avram 'Butch' Kaplan, Alan Page, Arturo Sampson
Elenco:Kim Dickens, Cliff Curtis, Frank Dillane, Alycia Debnam-Carey, Colman Domingo, Mercedes Mason, Lorenzo James Henrie, Rubén Blades, Arturo del Puerto, David Warshofsky, Catherine Dent, Jeremiah Clayton, Aria Lyric Leabu, Jake Austin Walker, Michelle Ang, Brendan Meyer

A queda de um avião, observada por Nick (Frank Dillane) na primeira temporada, é o motor propulsor das ações do terceiro episódio da segunda temporada de Fear the Walking Dead, Ouroboros. O título pode ser uma referência às atitudes de Strand (Colman Domingo), uma vez que sua vontade de chegar ao México e o gesto final podem ser as pás que cavarão seu túmulo na série. A palavra “Ouroboros” remete ao símbolo da eternidade, da repetição ou até mesmo do fim de um ciclo – dependendo da interpretação -, representado por uma serpente que devora o próprio rabo.

Enquanto a embarcação Abigail começa a apresentar problemas de movimentação, alguns dos tripulantes decidem chegar a uma ilha onde há malas e bagagens expostas, por consequência de um acidente aéreo. Nick, Alicia (Alycia Debnam-Carey), Chris (Lorenzo James Henrie) e Daniel (Rubén Blades) atracam no local pela curiosidade de encontrar roupas e equipamentos – incluindo remédios para a ferida de Ofelia (Mercedes Mason) -, deixando Travis (Cliff Curtis) com a função de corrigir o problema do barco e Madison (Kim Dickens) para questionar as atitudes do condutor.

E é no novo ambiente que acontecem as melhores situações até o momento da temporada. Chris encontra uma parte da aeronave, com algumas pessoas ainda presas ao assento, incluindo zumbis e um moribundo que pede ajuda ao garoto. É claro que situações assim, como a da cerca no episódio anterior, vão aos poucos esculpindo o seu caráter, podendo transformá-lo tanto num guerreiro e herói, como em um vilão insensível. Por outro lado, é inevitável a confusão (ou furo no roteiro de Alan Page?) apresentada por Daniel: ao mesmo tempo em que lidera o passeio ao desastre, questiona Nick pelo uso de “coisas dos mortos“, pois “dá azar“. Ora, a viagem até o local não foi para o propósito de buscar medicamentos para a filha dele e roupas dos mortos? Se a serpente se interessou pela própria cauda é porque a fome foi maior do que a razão, correto?

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Travis mergulha para tentar descobrir o que está impedindo a movimentação do barco, e encontra um corpo preso ao motor – alguém já mostrado no começo do epísódio com a aparição na série da nova integrante, Alex (Michelle Ang), vista na minissérie Flight 462. Durante o voo, ela fez amizade com o garoto Jake (Brendan Meyer), que também sobreviveu à queda, mas muito ferido, com o rosto queimado. Um outro sobrevivente sugere que ela acelere a morte do garoto, tendo como consequência a primeira evidência de que a japonesa pode não ser assim tão inocente.

Contudo, o ponto alto do episódio envolve a chegada dos outros passageiros do avião, todos mortos. A aparição na duna de uma fileira da morte irá remeter o fã de horror ao filme Oásis dos Zumbis (1982), de Jesús Franco, embora os efeitos de maquiagem não sejam o forte de Fear the Walking Dead. A diferença chega a ser constrangedora para um subproduto da principal série de zumbis da TV. E a direção de Stefan Schwartz é bem limitada, como na sequência em que Nick cai em um buraco com um zumbi e acaba descobrindo um modo de ficar invisível para as criaturas.

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Apesar das falhas, Ouroboros foi, até o momento, o ponto alto da temporada. Só não espero que os autores considerem a movimentação deste como contraponto de outros momentos sonolentos que virão nos próximos episódios, pois aí, sim, a serpente estará longe de simbolizar a eternidade, mas o fim de um ciclo.

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

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