Fear the Walking Dead – 2ª Temporada (2016)

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Fear the Walking Dead (2016) – 2×10: Do Not Disturb

Fear the Walking Dead (2016) (2)

Fear the Walking Dead: Monster
Original:Fear the Walking Dead: Monster
Ano:2016•País:EUA
Direção:Michael McDonough
Roteiro:Lauren Signorino
Produção:Pablo Cruz, Avram 'Butch' Kaplan, Alan Page, Arturo Sampson
Elenco:Kim Dickens, Cliff Curtis, Frank Dillane, Alycia Debnam-Carey, Colman Domingo, Mercedes Mason, Lorenzo James Henrie, Karen Bethzabe, Kelly Blatz, Israel Broussard, Raul Casso, Schuyler Fisk, David Grant Wright

Desde o retorno da temporada, quando a colônia de Célia fora incendiada, ainda faltava descobrir onde estariam Travis (Cliff Curtis) e Chris (Lorenzo James Henrie), afastados do grupo devido a algumas atitudes agressivas do garoto. Havia uma necessidade de conduzi-lo a um retiro quase espiritual, para que o pai pudesse mostrar ao filho sua importância no novo cenário e tentar controlar sua frieza e curiosidade pela morte. “Do Not Disturb“, título do décimo episódio da segunda temporada e também uma referência ao comunicado deixado nos quartos do hotel, onde mortos estariam habitando, dá uma continuidade ao destino da dupla e também traz mais detalhes do ambiente onde Madison (Kim Dickens), Strand (Colman Domingo), Ofelia (Mercedes Mason) e Alicia (Alycia Debnam-Carey) atualmente estão.

O episódio remete inicialmente a [REC]³ Gênesis (2012), com as cenas de um casamento no hotel até o momento dos sonhos de um casal se transformar num pesadelo de sangue e violência. A família americana parece incomodada pela festividade, consciente de que precisam voltar para os Estados Unidos, em decorrência das notícias sobre a doença que se espalha rapidamente. Durante a dança da noiva e seu pai, o homem sofre de um mau súbito e retorna rapidamente como um zumbi, arrancando um naco do rosto da própria filha. Em meio ao caos, uma funcionária do hotel, Elena Reyes (Karen Bethzabe) e seu sobrinho Hector (Ramses Jimenez) isolam a família no local para evitar que o contágio se espalhe.

É Elena quem ajuda Alicia, pendurada nos cabos de aço do elevador para tentar escapar de uma legião de criaturas vorazes. Ambas decidem se unir para encontrar a família de Alicia no saguão do hotel e, ao mesmo tempo, procurar Hector desaparecido, com outros sobreviventes, irritados pela atitude de Elena. Apesar da verborragia tradicional e da involução em alguns momentos, o modo de fuga pela janela e os confrontos pelos corredores mantém uma dinâmica interessante no episódio, perdendo força apenas quando a ação se volta para Travis e Chris: o primeiro não quer se afastar muito da região, na esperança de reencontrar Madison; já o segundo, quer se aventurar pelo México, formar um grupo de sobreviventes e talvez voltar para os EUA.

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Chris inicia uma confusão com um grupo de rapazes, ao roubar feijões, encontrando-os mais tarde para uma junção improvável. O conflito entre pai e filho continuam nos desejos opostos: Travis quer se afastar dos jovens, enquanto Chris enxerga uma possibilidade de fazer amigos da mesma idade. Brandon (Kelly Blatz) parece ser o que mais se identifica com o rapaz, nutrindo uma curiosidade pela sua competência em matar zumbis, assim como James (Israel Broussard), admirando a condição ousada de Chris. Nessa aventura pelas estradas mexicanas, o grupo buscará abrigo numa fazenda, sem imaginar que não está desabitada, culminando em um assassinato que comprova para Travis que seus problemas estão distantes de se ajeitar.

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Sem a mesma intensidade do episódio anterior, Do Not Disturb ainda concentra muita qualidade na movimentação entre os sobreviventes. A direção de Michael McDonough, que havia feito um trabalho sem grandes atrativos na minissérie Fear the Walking Dead: Flight 462, é dinâmica na divisão dos núcleos, beneficiado pelo roteiro correto de Lauren Signorino. É importante ressaltar que essa metade da temporada está no melhor momento de Fear the Walking Dead, desde seu início, aproximando-se bastante da série original. Pena que a demora para encontrar seu caminho tenha afastado muitos espectadores!

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

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