Supermax (2016)

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Supermax (2016) – Episódio Piloto

Supermax (2016)

Supermax
Original:Supermax
Ano:2016•País:Brasil
Direção:José Alvarenga Jr.
Roteiro:José Alvarenga Jr., Marçal Aquino, Fernando Bonassi, Raphael Draccon, Carolina Kotscho, Bráulio Mantovani, Dennison Ramalho
Produção:
Elenco:Ravel Andrade, Bruno Belarmino, Pedro Bial, Erom Cordeiro, Vânia de Brito, Harildo Deda, Rui Ricardo Diaz, Ademir Emboava, Fabiana Gugli, Cleo Pires, Maria Clara Spinelli, Nicolas Trevijano, Mariana Ximenes

Dentre todos os reality shows adaptados para o formato brasileiro, o Big Brother é que mais deu certo. Funcionou porque ficou sob os domínios da poderosa Rede Globo, e sua edição eficiente e parcerias lucrativas, associadas ao carisma verborrágico do apresentador e poeta Pedro Bial, fizeram a diferença que manteve a audiência sempre em alta no primeiro trimestre dos últimos 16 anos. Apesar da qualidade técnica e da ambientação sempre inovadora, a versão brasileira não conseguiu escapar das contínuas críticas a seu conteúdo vazio, personagens repetitivos e mal exemplo dos participantes, que, ainda assim, transformam-se em sub-celebridades, aparecendo constantemente em notícias da internet. Por toda essa má fama e desgaste de sua estrutura, fica difícil não entortar os olhos para a produção de uma minissérie, inspirada no reality show, mesmo que as informações, entrevistas, trailers e imagens liberadas aos poucos nas últimas semanas apontem um recheio assustador.

Supermax teve sua estreia oficial na TV aberta ontem, dia 20 de setembro, com as expectativas da emissora elevadas pela tendência atual de admiração pelo gênero. Produções de terror estão chegando aos cinemas praticamente todas as semanas nesse ano, e muitos atores conceituados da TV, com currículos repletos de peças de teatro e novelas, estão aproveitando do filão. A nova série está sendo considerada por muitos como um divisor de águas da produção brasileira na televisão, possivelmente a porta aberta para que novos produtos explorem o medo e o sobrenatural. Analisando como uma obra do gênero, o primeiro episódio não conseguiu evitar as comparações com o reality show, assustando qualquer boa expectativa fomentada pela equipe responsável, desde a liberdade dada ao diretor José Alvarenga Jr. quanto ao conteúdo desenvolvido pelo time de roteiristas: Raphael Draccon, da série de livros fantásticos “Dragões de Éter”; Fernando Bonassi, de Carandiru; Carolina Kotscho, da série A Teia; Bráulio Mantovani, de Tropa de Elite 2; Marçal Aquino, de O Invasor; e Dennison Ramalho, o único com experiência em terror, tendo no currículo os curtas Amor Só de Mãe, Ninjas e um segmento de O ABC da Morte 2.

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Um grupo, composto por 12 pessoas desconhecidas, é levado de helicóptero a uma prisão de segurança máxima, localizada no centro da Amazônia, para competir por um prêmio milionário. Durante três meses – felizmente, para nós, apenas 12 episódios – os participantes ficarão confinados em celas e terão que respeitar determinadas regras e provas eliminatórias até restar um único competidor. Nada diferente do que já foi mostrado inúmeras vezes em disputas na televisão, até mesmo nas inúmeras câmeras em evidência e na aparição do apresentador Pedro Bial, com seus trejeitos de costume. E a fórmula Big Brother permanece reconhecível no formato de apresentação dos competidores e em termos comuns expressos como “paredão” e “liderança“. Se isso já desanima, a presença de atores populares da TV como Mariana Ximenes e Cleo Pires também contribuem para que o espectador se mantenha afastado dos personagens, mesmo que o enredo indique uma profundidade sombria.

Bial indica que os confinados possuem graves ocorrências no passado, crimes que os fizeram enfrentar o julgamento da lei. Seus atos serão apresentados aos poucos nas provas para que o público de casa possa também decidir quem merece absolvição. Ora, se os participantes do Big Brother não conseguem esconder suas participações em programas de TV e sua condição de rosto conhecido, por que o telespectador teria dificuldade em descobrir os erros dos 12 participantes? E os conflitos internos já surgem no episódio inicial, com o estranhamento de Sabrina (Cleo Pires) e o doutor Timóteo (Mario César Camargo) e até mesmo o bate-boca entre Sérgio (Erom Cordeiro) e Artur (Rui Ricardo Diaz), levado ao extremo na primeira prova, a “de resistência“.

Supermax (2016) (2)

O terror é quase sutil no primeiro capítulo, mas é possível senti-lo através de inquietação dos participantes. Gritos e choros durante a noite, o sangue digital que escorre pela porta da cela e uma aparição sinistra já mostram que a prisão esconde segredos obscuros. Pelo horário de exibição e pelas palavras dos roteiristas, a série promete cenas perturbadoras nunca antes vistas na TV aberta. Teria um resultado melhor, com possibilidades de incomodar o público ainda ingênuo para o gênero, se desvinculasse totalmente de sua inspiração, se o elenco fosse completamente desconhecido e se o ambiente fosse mais sujo, com uma fotografia mais escura e sem efeitos digitais. Foi um começo morno, distante de suas promessas ousadas, mas, por enquanto, ainda vale uma espiada.

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

25 thoughts on “Supermax (2016)

  • 17/12/2016 em 19:59
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    A gente até admira a iniciativa. Mas o elenco tornava impossível assistir a série com gosto, os diálogos e atuações eram sofríveis, curiosamente até dos atores mais experientes em TV e cinema para o grande público. E um enredo confuso, sem pé nem cabeça, até agora não se sabe se o Baal realmente era um demonio ou se a caverna tem alguma parada radioativa e o pastor só se autodenominou como tal demonio de forma a se por como um líder natural, um messias ou algo semelhante. Não se sabe também até onde ia a tal doença e em que medida ela ou a radiação da caverna afetaram o “vilão” pra ficar daquele jeito, tendo em vista que os seus asseclas também ficaram assim e não estavam possuídos. Tudo é muito confuso, jogado e gratuito.
    Uma pena, por que eu gostei da ideia claustrifóbica do reality show que dava merda e deixava o povo preso numa cadeia de segurança máxima com alguma ameaça ao redor. Pena que foi tão mal executado.

    Tomara que aprendam com os erros e produzam algo melhor na mesma pegada. Aguardemos pra ver.

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  • 16/12/2016 em 11:21
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    Na minha opinião, a série não foi além de um pastiche de vários filmes de terror norte americanos, inclusive o final previsível. Durante os trailers, as imagens me levaram direto ao filme Chernobil Diaries, mas dá pra perceber influência de outros dentro do mesmo estilo. Personagens antipáticos que não deixam saudades ao serem eliminados. Para o público médio que vai pouco ao cinema pode ter sido interessante.

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  • 30/11/2016 em 10:32
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    Não vinha acompanhando muito regularmente porquê começava a assistir e logo já não estava prestando atenção… Até ontem (29/ 11/ 2016). Um episódio arrebatador cuja história daria um filme por si só. Muito bom!

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  • 03/11/2016 em 08:49
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    a serie é boa!. uma pena q parece nao ser aceita ne, pois o ultimo cap nao deu o esperado no ibope e parece q nao vai ter 2 temp.

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  • 24/10/2016 em 17:43
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    Vi o primeiro episódio …não deu gostinho de quero mais…mas vi o segundo…. decepcionante !!!! Parei de assistir….

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  • 22/10/2016 em 19:42
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    Supermax é mais produto superficial da Venus Platinada ,agora tentando conquistar o publico de terror ,algo que ela alcançava quando exibia filmes de terror na decada de 80 e 90 e depois disso nunca mais passou filme nenhum em sua programação que cada vez beira á decadencia com repaginação de programas antigos da casa como : A Grande Familia ,Escolinha do Prof .Raimundo e em brevemente ” Os Trapalhões “, nossa á criatividade deles esta cada vez melhor e as novelas ruins que ela exibe, sem texto que prenda o telespectador mais antigo.. por que sinto muito essas novelas são um pé no saco e agora ela vem com essa produto de terrorzinho de quinta categoria que e inves de prender o telespectador com misterio e uma boa trama faz ao contrario o telespectador fugir para outro canal ,por que é muito chato a trama é imbecil .. os atores estão mais confusos do que á serie em si …Outra por que não foge todo mundo dessa cadeia cheia de cameras nessa falso reality show que de show não tem nada tem show..nolêcia.. zero pra Globo e os produtos que ela nos ( eu não assisto mais ,por que faz 5 anos que não assisti á sua programação horrenda ) coloca pra assistir.

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  • 15/10/2016 em 16:31
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    Por enquanto achei bom o programa. Aguardo, os próximos capítulos, para ver se melhora!!

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  • 12/10/2016 em 10:38
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    Até agora a série pra mim não engajou! Se o 4º episódio for a mesma sonolência, desisto!

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  • 10/10/2016 em 22:43
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    Eu estou gostando de assistir, lembrei do Caso dos dez negrinhos de Agatha Christie.

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  • 29/09/2016 em 23:05
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    Pessoal, assistam tudo antes de darem seu parecer, a série vai melhorando a cada capítulo (apesar de eu achar que eles misturaram muita coisa na série, mas no final das contas é muito bom, nada que uma segunda temporada não resolva)

    Sò lembrando que a Globo já disponibilizou 11 capítulos, mas o último só no dia 13 de dezembro

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      30/09/2016 em 00:58
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      Até o momento, o que mais me irritou foram as atitudes dos personagens. Eles não são interessantes. Não geram empatia e possuem as atitudes mais estúpidas possíveis. Qual a dificuldade em se colocar uma mesa no meio da porta automática?

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  • 28/09/2016 em 10:47
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    Realmente, atores conhecidos demais (principalmente da TV aberta brasileira, que temos acesso a qualquer momento, da sala de espera do médico à tv ligada no comodo ao lado de seu quarto), fica difícil pra qualquer produção trazer a profundidade que um roteiro em si teria em potencial.
    Fora isso, estávamos tão animados com uma produção de terror para os fãs do gênero que talvez tenhamos sido ingênuos demais. Entre público específico e grande massa, quem será que a Globo escolhe?
    Pena que por “grande massa” podemos entender que se trata de um público que não aguenta uma boa produção de terror como nós. 😉
    Se a série não tá com cara de ser ótima, que seja pelo menos boa (vamos torcer).

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  • 26/09/2016 em 11:50
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    Você não curte Big Brother. Já entendemos. Agora seria bacana se a crítica se focasse em algum outro aspecto do programa, o Big Brother foi só uma das inspirações (a MTV passou há muitos anos um reality em que pessoas tinham que passar uma noite num presídio abandonado, por exemplo) e nem merecia ser tão citado, já que é só um tipo de formato (manjado, nenhuma novidade revoltante) que inúmeras produções utilizam.

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    • 28/09/2016 em 10:53
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      Mas pelo que deu pra entender, a série se inspira em reality shows e se inspira MUITO em Big Brother.
      Outras séries tem eliminações, mas nem todas tem paredão. Outras têm apresentadores, mas só uma tem o Bial (que com certeza trará todos os seus trejeitos e “poemas”).
      A comparação pareceu bem fiel, na verdade, apesar existirem outros reality que podem ser usados para traçar os mesmos paralelos.

      E, sim, ele não deve curtir Big Brother, hahaha… =P

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      • 28/09/2016 em 11:45
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        O problema é que o rapaz ficou só com Big Brother na cabeça, sendo que é só uma série que usa esse modelo e já deu pra perceber que os acontecimentos vão ser mais importantes que o reality fictício (se não houver um plot twist em que tudo seja revelado no fim como uma grande pegadinha do reality).

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  • 25/09/2016 em 18:51
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    Achei bem ruim a direção, eles poderiam ter usado os flashbacks de mil maneiras pra que a história fosse andando e você fosse conhecendo os personagens – Mostrar daquela forma, dentro de um “vídeo de BBB” deixou tudo até mais ridículo – Mariana Ximenes empostando a voz e dizendo que adora cemitérios foi risível. Globo mirou na Fox/AMC e acertou no máximo ESTOURANDO no Syfy huahuahua

    Roteiro forçado pra fazer personagem brigar com personagem pra que no primeiro capítulo tudo saia “resolvido” em como vai ser a dinâmica : x pega y, a é antagônico a b.
    Típico da rede em que está sendo exibido, eu esperava mais por saber que havia uma equipe de roteiristas brasileiros de fantasia/terror por trás mas foi um grande banho de água fria.

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    • 27/09/2016 em 10:22
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      A maioria dos atores desconhecidos está se se saindo melhor do que as estrelas, que, verdade seja dita, estão “sobrando” ali. Poderiam ter feito toda a série com rostos desconhecidos.

      Medo de que aumentem os rumores de que os participantes dos BBB’s são atores?

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    • 27/09/2016 em 10:47
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      O roteiro também me incomodou, algumas personagens se comportam de modo estúpido e atraem simpatia de outros. Essa cara de novela é mesmo típica do modo como se escreve entretenimento pras massas no Brasil.

      Mas eu acho que já é um bom começo.

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  • 22/09/2016 em 10:14
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    Desconfiei (fortemente) sobre qual seria o “mistério” de Supermax nas propagandas de TV, e matei a charada de vez no primeiro bloco deste episódio, como imagino que muitos já tenham feito – alguém ainda tem dúvidas do que está acontecendo?

    Em tempos, mesmo com o excesso de pistas, t’aí a chance da TV aberta brasileira fazer uma grande série, com um final arrebatador (Terror, afinal, não é só surpresa…).

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  • 21/09/2016 em 20:30
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    Lembrei do filme O Cubo, de 1997 com pitadas de AHS. Sei não, tá com cara de um grande FLOP!

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