The 100 – 3ª Temporada (2016)

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The 100 - Terceira Temporada
Original:The 100 - Third Season
Ano:2016•País:EUA
Direção:Dean White, Mairzee Almas, Antonio Negret, Ed Fraiman, Tim Scanlan, John F. Showalter, Uta Briesewitz, Matt Barber, P.J. Pesce
Roteiro:Jason Rothenberg, Aaron Ginsburg, Wade McIntyre, Kim Shumway, Dorothy Fortenberry, Charles Grant Craig, Kira Snyder, Javier Grillo-Marxuach, Heidi Cole McAdams, Charmaine De Grate , Justine Juel Gillmer, Lauren Muir
Produção:Dean White, Aaron Ginsburg, Jae Marchant, Tim Scanlan
Elenco:Eliza Taylor, Paige Turco, Bob Morley, Marie Avgeropoulos, Devon Bostick, Christopher Larkin, Lindsey Morgan, Richard Harmon, Isaiah Washington, Henry Ian Cusick, Michael Beach, Alycia Debnam-Carey, Erica Cerra, Jarod Joseph, Chelsey Reist, Sachin Sahel, Luisa D'Oliveira, Rhiannon Fish, Jonathan Whitesell

Começou como uma série adolescente, embriagada pelas referências a Lost, envolvendo um grupo de 100 jovens que voltam ao Planeta Terra como cobaias de uma experiência de resistência e conferência do solo após uma guerra nuclear. Paqueras bobas e a vontade de se tornar prematuramente popular eram os principais obstáculos “daqueles que vieram do Céu“, enquanto no espaço a estação conhecida como Arca encarava conflitos de liderança e punição, decidindo sobre o futuro dos jovens e dos próprios residentes. Dois personagens se destacavam entre os novos, Clarke (Eliza Taylor) e Bellamy Blake (Bob Morley), por razões opostas, tentando se aproximar d”os outros“, aqueles que sobreviveram ao apocalipse, como Lincoln (Ricky Whittle), do “povo das árvores“.

Provavelmente pelo potencial existente e busca de um novo público, The 100 foi aos poucos mudando sua estrutura, principalmente na segunda temporada. Com a ambientação quase que completa na terra firme, e a chegada dos adultos Dra. Abigail (Paige Turco), mãe de Clarke, Marcus Kane (Henry Ian Cusick) e posteriormente Thelonious Jaha (Isaiah Washington), entre outros, foram apresentados novos clãs – como a Nação do Gelo – e uma estranha estrutura moderna conhecida como Monte Weather, um refúgio de uma comunidade em sua busca pela cura do contato radioativo. Toda a temporada foi concentrada nos conflitos internos, nos novos vilões – Presidente Dante Wallace (Raymond J. Barry) e seu filho Cage (Johnny Whitworth) – e na tentativa de Arcádia, local que abriga os novos visitantes do Céu, de se estabelecer na nova realidade, enxergando os terrestres como inimigos. E, discretamente, Jaha e Murphy (Richard Harmon) buscavam a esperança de novos tempos na misteriosa e escondida Cidade das Luzes. A chegada a esse “templo” é a principal condução dos acontecimentos da terceira temporada.

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Em 21 de janeiro de 2016, foi exibido o primeiro episódio, Wanheda: Part 1, sob o comando de Dean White, já com novidades. Veículos sendo usados para locomoção, apesar de Octávia (Marie Avgeropoulos) preferir os cavalos, e a aceitação dos nativos em Arcádia. Clarke, desaparecida por meses desde quando causou a morte de todos os moradores do Monte Weather, agora é procurada pelos clãs como uma guerreira poderosa, apelidada de Wanheda. Arcádia perde a liderança consciente com a ascensão de Pike (Michael Beach) e seu desejo de exterminar os terrestres. Apesar da insanidade de suas ações, culminando com o extermínio de um povo, deixando viva apenas Indra (Adina Porter), alguns dos heróis das outras temporadas acabam se aproximando do ditador como Bellamy e Monty (Christopher Larkin), este por influência de sua mãe e também pelo distanciamento de seu amigo Jasper (Devon Bostick), completamente abalado pela morte de Maya (Eve Harlow), do Monte Weather.

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Enquanto Pike conduz seu genocídio e investe contra os traidores, como Abigail e Kane, um inimigo invisível começa a se espalhar como um vírus. Trata-se da inteligência artificial A.L.I.E (Erica Cerra), despertada por Jaha na utópica Cidade das Luzes. A partir de uma pastilha orgânica, ela leva o hospedeiro a um estado de dormência e controle absoluto, tendo um envolvimento direto com o lançamento das bombas nucleares que dizimaram o Planeta. Agora ela busca mais adeptos e uma atualização que seja capaz de mais uma vez exterminar a raça humana. Jaha assume um papel de líder espiritual, oferecendo ao povo uma possibilidade de se livrar das dores e esquecer os problemas, ainda que envolva até mesmo não se lembrar dos filhos, amigos e parceiros afetivos.

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Desta vez, The 100 busca inspirações em outras produções de ficção científica como Matrix – pelo estado de catatonia dos “infectados” numa realidade artificial – e Invasores de Corpos, com a sensação de insegurança diante de um inimigo controlador. Essas mesmas referências foram vistas também em Under the Dome, série horrorosa baseada em excelente obra de Stephen King, mas de forma caricatural. Aqui, os possuídos agem conscientemente, como se fossem realmente convencidos dos melhores caminhos a serem tomados, trazendo metáforas para os cultos religiosos. E houve espaço também para citações a Game of Thrones e ao Planeta dos Macacos como uma sigla moderna servindo como inspiração para os nativos!

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Apesar das boas ideias desenvolvidas, a separação de episódios em núcleos, como acontece em The Walking Dead, não funcionou muito bem. Também é preciso ressaltar mais uma vez a artificialidade da transfusão de sangue, sem conferência do tipo sanguíneo, algo que já era incômodo na segunda temporada. Mas é preciso louvar a ousadia da série em mais uma vez eliminar seus personagens, ignorando sua importância na temporada. É provável que a mais chocante desta tenha sido a de Lexa (Alycia Debnam-Carey), que estabelecia uma química impressionante com a protagonista Clarke. Vale um elogio mais uma vez a alternância de caráter das personagens, comum desde a primeira temporada. Aqueles anteriormente odiados – como o próprio Murphy e Pike – mudam de lado de forma surpreendente, ainda que deixem vestígios de suas ações incorretas.

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Com o encerramento da terceira temporada, fica a expectativa para as novidades que serão apresentadas no próximo ano. Parece que os conflitos envolverão as tentativas de salvar o Planeta Terra de uma iminente onda radioativa. Se mantiver as promessas de uma narrativa camaleão, com alternâncias criativas no enredo, é bem provável que tenhamos novamente acertos, convidando novos espectadores para curtir as aventuras de Clarke e outros heróis vindos do céu. Estaremos lá para conferir!

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

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