Vampiros no Cinema

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Vampiros Armados

Uma tendência da virada do milênio foi armar os vampiros. Seja com automáticas ou com espadas de samurai, como o caso de Blade – O Caçador de Vampiros (1998). Wesley Snipes interpreta uma espécie de guerreiro vampiro que caça outros de sua espécie num mundo dominado secretamente por criaturas da noite. A fórmula de realizar um filme de ação onde os personagens centrais são vampiros é repetida na franquia iniciada com Anjos da Noite (2003), que mostra uma guerra secular entre lobisomens e vampiros, que além de seus dons sobrenaturais usam todo tipo de armamento.

Blade 2 (2002)

Um Vampiro para as Meninas

Eis que surge o mais recente fenômeno vampírico e comercial, a série literária Crepúsculo, criada pela escritora americana Stephenie Meyer, cuja adaptação cinematográfica arrastou milhões de adolescentes eufóricas aos cinemas. Edward, o vampiro criado por Meyer, é o sonho de consumo de qualquer garota: bonito, bonzinho, rico e corajoso.

Crepúsculo (2008)

Mas que não nos enganemos, os atores Bela Lugosi e Christopher Lee também foram considerados símbolos sexuais no auge de suas carreiras. Aliás, a ligação entre o vampirismo e a sexualidade sempre existiu, seja no cinema ou na literatura.

Vampiras Lésbicas

Em 1971, o cineasta amalucado Jess Franco rodou uma versão lésbica e semi-erótica de Drácula chamada Vampyros Lesbos. Na trama, uma advogada de Istambul é enviada para um castelo para formalizar os documentos de uma herança. O detalhe é que o proprietário do castelo era o próprio Drácula e a herdeira é a bela Condessa Nadine Carody. O esperado acontece, a advogada tem uma noite de amor com a sedutora Condessa e acaba mordida. Dias depois a vítima acorda sem memórias num sanatório, mas recebendo visitas da Condessa em sonhos eróticos.

Matadores de Vampiras Lésbicas (2009)

Outra produção semelhante é a comédia Matadores de Vampiras Lésbicas (Lesbian Vampire Killers, 2008), que mostra um pequeno vilarejo rural no interior da Europa que sofre com uma maldição ancestral: há séculos todas as mulheres do local são escravizadas por vampiras lésbicas. Isso até a chegada de dois nerds que só pensam em mulher.

Sem dúvida o filme de vampiros mais infame já produzido é Jesus Christ Vampire Hunter (algo como Jesus Cristo, O Caçador de Vampiros), de 2001. Na trama, os vampiros estão dizimando com a população de lésbicas no planeta. Ninguém menos que Jesus Cristo em pessoa desce a Terra para exterminar com os sangue-sugas. O mais insano é que Jesus não usa seus poderes divinos para acabar com os vampiros e sim sua habilidade em Kung Fu!

Vampiros Brasileiros

Ivan Cardoso, o mestre do terrir brasileiro, deixou sua colaboração para o gênero vampiros no cinema. Em 1987, o cineasta rodou o delicioso As Sete Vampiras. No roteiro de R.F. Luchetti, a mulher de um botânico é mordida por uma planta carnívora trazida da Amazônia, tornando-se uma vampira.Tempos depois ela cria um espetáculo de horror erótico chamado As Sete Vampiras, enquanto um detetive atrapalhado investiga um série de mortes que acontecem próximas ao local.

Outros Vampiros

Buscando atrair o público negro, os estúdios americanos iniciaram nos anos 70 um movimento que acabou sendo chamado de blacksploitation. Nestes filmes, os protagonistas eram sempre negros, os cenários eram bairros afroamericanos de subúrbio, a trilha sonora abusava do funk e do soul e os vilões eram intencionalmente brancos. Blácula (1972) é um grande clássico deste gênero (assim como o posterior Blackenstein, versão afro de Frankenstein). Na trama, o príncipe nigeriano Mamuwalke é amaldiçoado pelo próprio Conde Drácula, durante uma viagem a Transilvânia em 1780. Quase duzentos anos depois ele acorda em plena Nova York, quando o movimento black está em ebulição. Sim, caros amigos, Blácula é o primeiro vampiro negro do cinema. O filme ainda gerou uma sequência em 1972, chamada Scream Blacula Scream.

Já na década de 80, o diretor Wes Craven (de A Hora do Pesadelo) rodou Um Vampiro no Brooklyn (1995), uma mal sucedida mistura de comédia, ação e terror, que parodiava o universo blacksploitation. Apesar de estrelado por Eddie Murphy, o filme foi um grande fiasco de público e de crítica.

A Dança dos Vampiros (1967) (4)

A mais elogiada sátira ao universo de Drácula foi filmada ainda em 1967, pelo polonês Roman Polanski (de O Bebê de Rosemary). Em A Dança dos Vampiros (The Fearless Vampire Killers), o professor Abronsius, um especialista em vampiros, e seu covarde ajudante, viajam até a Transilvânia, onde esperam aprender sobre as criaturas e se possível, combatê-las. Evitando o humor mais escrachado, Polanski presta uma brilhante homenagem aos filmes do gênero.

Uma versão poética e um tanto melancólica dos vampiros é apresentada em Fome de Viver (The Hunger, 1983). Catherine Deneuve e o camaleão do rock David Bowie interpretam o elegante casal de vampiros Miriam e John. Para manterem-se jovens e belos, eles precisam da energia e do sangue dos seres humanos. O filme esbanja sensualidade e é considerado um dos grandes clássicos do cinema gótico. A trilha sonora conta com a emblemática canção Bela Lugosi is Dead, da banda inglesa Bauhaus.

Um Drink no Inferno (1996)

Dois dos nomes mais celebrados do cinema atual, Quentin Tarantino (de Kill Bill) e Robert Rodriguez (de Sin City) se uniram em 1996 para rodar o cultuado Um Drink no Inferno. No filme, dois bandidos (interpretados por George Cloney e o próprio Tarantino) fazem reféns um ex-pastor e seu casal de filhos. Em fuga, eles cruzam a fronteira com o México e acabam numa boate infestada de vampiros. Um Drink do Inferno exagera em todos os sentidos: na trilha sonora caprichada, nos personagens curiosos, na ação, nos ótimos diálogos, nas lindas vampiras strippers e no humor pra lá de negro. Um dos filmes mais divertidos dos anos 90.

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João Pires Neto

João Pires Neto é apaixonado por livros, filmes e música, formado em Letras, especialista em Literatura pela PUC-SP, colaborador do site Boca do Inferno desde 2005, possui diversos contos e artigos publicados em livros e revistas especializadas no gênero fantástico. Dedica seu pouco tempo livre para continuar os estudos na área de literatura, artes e filosofia

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