Ninjas (2010)
Ninjas
Original:Ninjas
Ano:2010•País:Brasil Direção:Dennison Ramalho Roteiro:Dennison Ramalho, Marcelo Velloso, Marco de Castro Produção:Pablo Torrecillas Elenco:Flavio Bauraqui, Celso 'Not Dead' Camargo, André Ceccato, Eduardo Chagas, Juliana Galdino, Carlos Meceni, André Luís Patrício, Tatiana Ribeiro, Ariê Rodrigues |
Em Tropa de Elite, aquele estrondoso sucesso do cinema nacional dirigido por José Padilha, Wagner Moura interpreta o Capitão Nascimento, comandante do Bope que entra em crise quando sua esposa fica grávida e suas missões cada vez mais perigosas. Se, durante esta crise de nervos, Nascimento começasse a enxergar os fantasmas das vítimas deixadas pelo Bope em cada incursão na favela, o filme não se chamaria Tropa de Elite, mas, sim, Ninjas.
Pois Ninjas, na verdade, é o novo trabalho do diretor-roteirista Dennison Ramalho, que finalmente volta às telas dos grandes festivais depois de um intervalo de oito anos em comparação à sua premiada produção anterior, o curta Amor Só de Mãe, de 2002. Nesta quase uma década de molho, Dennison foi roteirista e assistente de diretor na triunfante volta do Zé do Caixão às telas, Encarnação do Demônio, em 2008. (Não tão triunfante nas bilheterias, é verdade, mas ainda assim triunfante por colocar o lendário José Mojica Marins de volta no mapa da produção cinematográfica brasileira.)
Confesso que não sou um grande fã do curta anterior do diretor, Amor Só de Mãe. Gosto muito da parte técnica do filme, e de alguns momentos envolvendo o misticismo religioso – principalmente a Pomba-Gira encarnada em Débora Muniz -, mas acho a história fraquinha e aquém do potencial das primeiras cenas.
É o extremo oposto do que pensei de Ninjas, esta história fantástica e inspiradíssima escrita por Dennison e Marcelo Veloso, a partir do conto Um Bom Policial, do ex-repórter policial Marco de Castro, o Marcão, que testemunhou barbáries no submundo paulistano e resolveu transformá-las em contos de horror. Um horror ainda mais real porque está próximo da realidade que vivemos – de miséria, violência policial e crimes hediondos.
Apesar do título, Ninjas não têm absolutamente nada a ver com a cultura oriental. É simplesmente o apelido dado a um grupo de extermínio formado por policiais militares paulistas, que, em suas incursões para liquidar suspeitos nas favelas, usavam toucas-Ninjas para não ser identificados.
O conto Um Bom Policial (que você pode ler clicando aqui) trata do drama vivido por Jailton, um policial novato que passa a ser assombrado pelo fantasma de um garoto que matou, vítima inocente durante uma missão de rotina.
A transposição do texto para o cinema é fidelíssima, e, embora tenha diminuído o número de vítimas dos Ninjas numa cena-chave do curta, Dennison quintuplicou a violência da ação do grupo de extermínio, inclusive criando uma tortura violentíssima que um dos policiais chama, ironicamente, de salto alto (não vou dar maiores detalhes; prepare-se para tremer na poltrona do cinema ao ver isso).
O bom policial Jailton é interpretado por Flávio Bauraqui, ator que vem se popularizando em novelas e seriados da Globo, mas volta-e-meia entrega belas atuações no cinema. Entre seus principais filmes, fez Madame Satã, Zuzu Angel e Quincas Berro D’Água. Por sua atuação em Ninjas, Bauraqui faturou, merecidamente, o Kikito de Melhor Ator no Festival de Cinema de Gramado.
Após executar um garoto inocente por engano (como acontecia no conto), o policial novato começa a ser aterrorizado pelo fantasma da vítima indignada, em cenas que remetem aos filmes de horror oriental – embora o diretor Dennison garanta não ter sido essa a sua inspiração principal. Os primeiros sustos, movidos pelo aumento na trilha sonora, incomodam um pouco (parecem imitação do que faz atualmente o cinema de gênero norte-americano); mas as aparições do fantasminha logo rendem algumas ótimas cenas, como a da cama.
Atormentado (ou assombrado), Jailton busca conforto na religião. Inclusive o curta inicia com um frenético culto evangélico que é quase uma visão do inferno – lembrando mais um ritual satânico do que uma cerimônia religiosa. Quando nem a fé dá conta do recado, seus colegas de corporação encontram uma solução mais radical para resolver o problema: transformá-lo num ninja.
Este é o toque genial de Ninjas, que já estava no conto de Marcão: na conclusão, o personagem não encontra uma maneira de livrar-se do fantasma, acabar com a maldição e viver feliz para sempre, como geralmente acontece nas histórias de horror; pelo contrário, Jailton encontra uma solução radical para conseguir conviver com a culpa e com seus fantasmas (literalmente). A última imagem é assustadora e fecha o filme com chave-de-ouro.
Se em Amor Só de Mãe Dennison foi muito elogiado pela sua tentativa de fazer uma história de horror tipicamente nacional, pode-se dizer que Ninjas é uma história de horror nacional muito mais adulta e bem acabada. O diretor-roteirista desfila um amplo repertório de referências, resultado de uma bagagem de fã de cinema de horror. E mesmo quando o próprio Dennison nega estas referências, é impossível não lembrar de clássicos do cinema fantástico como The Devils, de Ken Russell (a cena do Cristo na cruz), e Videodrome, de David Cronenberg (a cena da arma saindo do peito).
Para quem reclama que cinema de horror brasileiro é sinônimo de improviso e baixo custo, tudo em Ninjas é de primeira, da fotografia de José Roberto Eliezer (o Zé Bob, que já havia trabalhado com Dennison em Amor Só de Mãe e Encarnação do Demônio) à montagem de Paulo Sacramento (produtor e editor também em Encarnação…); já os efeitos, fantásticos, são de André Kapel Furman, que também acompanhou o diretor em seus dois trabalhos anteriores.
Talvez o único defeito do curta seja a maquiagem das caveiras por baixo das toucas-Ninjas, simbolizando a encarnação da morte – ideia que ficou melhor desenhada no pôster do que ao vivo. Dá um ar desnecessariamente toscão à coisa, e desvirtua um pouco a proposta realista apresentada até então.
Mas é um probleminha de nada perto de uma obra tão boa, cujo maior defeito MESMO é ser curta demais: quando chega o final, dá até uma pontinha de desgosto por Ninjas não ser um longa-metragem…
Atualmente nos Estados Unidos, estudando cinema com bolsa de estudos em Nova York, Dennison Ramalho promete novos terrores para breve, firmando-se como principal nome da nova geração do terror brasileiro.
Que o intervalo entre Ninjas e seu próximo projeto seja bem mais curto. E que Dennison continue contando e filmando histórias com a cara – e o sangue – do Brasil.
O filme parece ser bom, mas eu preferia não ter lido a entrevista com o diretor. Ele parece ser um boçal idiota.
muito maneiro o curta.
e ótima entrevista! o cara fala direto ao ponto e só.
rindo muito com a primeira foto hahaha.
Como esse blog tem reaça,pqp!!!!
Acontece que a justiça só se aplica com a força policial. O que os esquerdistas ou ptcopatas fazem é negar a necessidade da força e chamar esta mesma força de ‘brutalidade’. Exemplificando, imagine numa ação de despejo a pessoa oficial de justiça dizendo “agora você precisa desocupar o imóvel” o réu provavelmente diria “quem me obriga?” ou uma ordem de busca e apreensão sem o uso da força policial seria impraticável. O que falta aos ptcopatas é a noção de justiça por inversão de valores.
Aos policias: não deem importância a essas pessoas, suas atitudes, pois são pessoas sem cultura, e esquecem que são elas que precisam de vocês. Pois eu dou muito valor aos Policiais, colocam suas vidas em risco para a nossa segurança. Obrigado!
Assim, a acusação de que esses grupos dos “Direitos Humanos” (jocosamente chamados de “Direitos dos Manos”) ignoram os direitos humanos das vítimas e dos policiais que lidam com a bandidagem.
através da ala “defensores dos direitos humanos”, se preocupa mais com os meliantes do que com suas vítimas. Trata-se e uma denúncia altamente pertinente, que não pode ser refutada. Um exemplo disso é o chamado julgamento do Massacre Carandiru. Em 1992, um grupo de policiais foi acionado para conter um motim dentro de um presidio que se chamava “Carandiru”. Durante a ação, os policiais foram obrigados a abrir fogo para defender suas próprias vidas. Pronto: os esquerdistas foram para cima, como urubus na carniça, acusando os policiais de terem “ceifado a vidas de pobres presos indefesos”. O caso foi levado à justiça e o julgamento só veio a acontecer agora, em 2013. A maioria dos policiais foi condenada pelos juízes que julgaram o caso (nenhum deles jamais entrou em um presídio para conter uma rebelião de bandidos). A mídia terminou o linchamento moral dos policiais, retratando-os como carrascos. Esse é o pagamento que a sociedade brasileira dá a quem segue a nobre profissão de policial, que consiste em nada menos do que por a própria vida em risco para defender a vida dos demais. Ninguém se questiona sobre o medo que os policiais sentiram. Ninguém toca no assunto de que, sob condições extremas, o ser humano deixa a racionalidade de lado e age por instinto. O raciocínio é bem simples: como foram os presos que morreram e os policiais que mataram, então os policiais são “do mal” e os presos eram “do bem”. O ponto é que os policiais só foram obrigados a agir porque os presos fizeram uma rebelião. Se tivessem seguidos as regras do confinamento e tivessem se comportado durante o cumprimento da pena, nenhuma rebelião teria acontecido, nenhum policial teria invadido o presídio e todos eles estariam vivos agora. Mas essa parte anterior da equação é suprimida e a atenção é voltada completamente para a REAÇÃO dos policiais, sem jamais levar em conta a ação que causou tal reação.
Mexeu com os policiais os reaças se ofendem kkkkk
Nunca verei filme nenhum desse babaca Dennison Ramalho onde despacha seu ódio aos Policias que dão suas vidas para salvar vidas… é claro que existem maus Policias e corruptos mas fazer generalizações idiotas falando besterias infundadas a uma classe que poem sua vida em risco para salvar babacas como esse Dennison Ramalho para mim é imperdoável. Existe e cesso e violência? sim… o que deve se fazer é punir com rigor para separar joio do trigo, Policias ruins existem mas generalizar colocando policias bons na mesma peneira dos maus é uma tremenda burrice e desonestidade.