Python 2 (2002)

3.7
(3)

Python 2 (2002)

Python 2
Original:Python 2
Ano:2002•País:EUA
Direção:Lee McConnell
Roteiro:Jeff Rank
Produção:Jeffery Beach, Melanie J. Elin, Phillip J. Roth
Elenco:William Zabka, Dana Ashbrook, Alex Jolig, Simmone Mackinnon, Marcus Aurelius, Mike Mitchell, Anthony Nichols, Vladimir Kolev, Raicho Vasilev, Vince Diamond, Velizar Binev

Quando você tem um projeto ruim nas mãos, com orçamento reduzidíssimo e um péssimo roteiro (cobras gigantes?), a pior coisa que você pode fazer é um filme sério. O primeiro Python, dirigido por Richard Clabaugh no ano 2000, tinha um orçamento apertado e um roteiro muito ruim, mas também alguns méritos. Para começar, um elenco repleto de caras conhecidas, sendo que a maioria dos atores famosos (Ed Lauter, Casper Von Dien, Robert Englung) ficavam em cena por alguns minutos e logo morriam; para terminar, o filme não se levava a sério nem por um minuto, fazendo brincadeiras infames e até citações esdrúxulas (como quando os personagens principais dizem, com a maior seriedade, que vão acampar no Campo Crystal Lake!!!). Resumindo: um trash movie divertidíssimo, avacalhado e engraçado.

Não havia motivo para fazerem uma continuação de Python, mas já que fizeram, pelo menos deveriam ter seguido os “ensinamentos” deixados pelo primeiro filme. Não foi o que aconteceu. Com orçamento reduzido e péssimo roteiro, mas infelizmente se levando a sério o tempo inteiro, Python 2 é um fiasco, ruim do começo ao fim, e nem um pouco divertido como o seu predecessor.

Para começar, Python 2 não tem elementos que são importantíssimos neste tipo de tralha, como, por exemplo:

Python 2 (2002) (2)

1-) Mulheres gostosas e nudez gratuita (o primeiro filme tinha até uma cena de lesbianismo!)
2-) Violência e sangreira gratuitas (o primeiro filme tinha corpos digeridos em ácido e pessoas decapitadas pelo rabo da cobrona assassina!)
3-) Diálogos e situações infames (no primeiro filme, o herói diz: “Estamos com um pequeno… ou melhor, GRANDE problema!“)

Muito pelo contrário: Python 2 tem uma única mulher no elenco, que nem ao menos fica pelada; as cenas de violência se resumem a pessoas sendo abocanhadas e engolidas inteiras pela cobra (que medo!!!), sendo o único “bônus” um momento onde duas (isso mesmo, DUAS!) cobras partem uma das suas vítimas ao meio, mas nem ao menos aparece sangue; e por fim, todos os diálogos são infames, mas como a coisa está sendo levada a sério, nem ao menos dá vontade de rir, e sim de chorar!

Python 2 também abdica do elenco de caras conhecidas, que foi a grande sacada do primeiro filme. Os únicos conhecidos aqui são os que formam o trio principal (e mesmo assim, não TÃO conhecidos): Billy Zabka, um dos sobreviventes do primeiro filme; Dana Ashbrook, que tinha papel de destaque na clássica série televisiva Twin Peaks, de David Lynch, e a ruiva gostosa Simmone Mackinnon, da série de TV Baywatch, aqui a única mulher do elenco.

Como picaretagem pouca é bobagem, o filme começa com uma sequência que não tem NADA a ver com o restante do filme. Ela mostra uma operação militar na Rússia, onde soldados russos, liderados por um coronel americano, tentam emboscar uma enorme cobra Python em uma caverna. Embora vários soldados sejam devorados (off-screen), a cobrona leva uma descarga de raios elétricos e “desmaia“, sendo colocada num contêiner para transporte até os Estados Unidos – jamais explicam o que aquela serpente estava fazendo perdida ali na Rússia, se era parte do projeto de uma arma de guerra americana!

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O filme deveria originalmente começar com o contêiner já dentro do avião; entretanto, quando as filmagens do roteiro original terminaram, os produtores descobriram que o material que tinham em mãos não chegava a perfazer um filme de 80 minutos. Como a distribuição ficaria comprometida devido à curta duração, resolveram filmar esta primeira cena com os soldados atrás da cobra para aumentar a duração!!! Logo, os soldados que aparecem no prólogo improvisado não dão as caras no restante do filme, nem a cena tem lá muita lógica ou razão de existir.

A história realmente começa no avião, quando terroristas chechenos, usando uma bazuca, conseguem derrubar a aeronave ainda em solo russo. Mas logo em seguida são mortos pelo exército da Rússia (é um tal de “toma lá, dá cá” que o espectador fica até perdido). Os milicos se apossam do contêiner, que é transportado até um laboratório subterrâneo. Ali, os russos mongolóides abrem a caixa, libertando a gigantesca cobra, que logo devora todo mundo.

Paralelamente, entra em cena Greg Larson (Billy Zabka), um dos sobreviventes do filme original. Tendo enfrentado a imensa Python que atacou a pequena cidade de Ruby, e sobrevivido, de policial do interior Greg passou a ser agente da CIA, enviado para a Rússia com a missão de tentar reaver o contêiner com a nova Python – sabe como é, os cientistas americanos não aprendem e, mesmo depois da tragédia provocada pela primeira, fizeram outra! Larson reúne um grupo de bem treinados mercenários russos e americanos, e contrata o casal ianque Dwight (Dana Ashbrook) e Nadia Stoddard (Simmone Mackinnon) para fazer o transporte da carga, pois a dupla tem uma empresa de caminhões – e nem a CIA nem o Exército americano, aparentemente, têm seus próprios caminhões!!!

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Após uma rápida introdução dos personagens, o grupo parte direto para a tal base militar russa, deserta, obviamente. Eles nem imaginam que a Python está solta dentro do laboratório, e assim vão sendo mortos um a um. Logo, Larson, o casal Stoddard e alguns dos soldados sobreviventes ficam presos no interior da base, sendo perseguidos não por uma, mas por DUAS cobras gigantes! Pois é, aparentemente os russos tinham a sua própria, mas isso nunca fica bem explicado, ou eu que acionei o fast-foward na cena em que explicaram…

Durante a maior parte do tempo, Python 2 lembra um pastiche de outros filmes mostrando militares atrás de monstros nos corredores escuros de um laboratório subterrâneo – tipo Aliens, o Resgate ou Carnossauro 2. O problema é que esta continuação foi feita diretamente para a televisão (para um canal de TV a cabo), e isso implica numa produção mais pobre (não que o primeiro filme fosse uma superprodução!). Por isso, os efeitos em CGI são péssimos (você jamais acredita que as cobras gigantes existem mesmo, pois elas não interagem decentemente com os atores “de verdade“; além disso, os milhares de tiros disparados pelos personagens nunca deixam marcas no corpo das serpentes). Os produtores tentaram economizar em tudo; assim a maior parte do filme se passa nos corredores do laboratório, e veículos como helicópteros e aviões foram todos feitos por computador, para economizar – com resultados embaraçosos.

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Logo o espectador cansa do filme, devido ao roteiro medíocre, que coloca os soldados caminhando por corredores escuros com suas armas em punho durante looooongos minutos. Os personagens não fazem nada de muito interessante, limitando-se a andar de lá para cá, virando comida das criaturas. Infelizmente, as cobras são quase personagens coadjuvantes, aparecendo em menos de 15 dos 90 minutos de filme! E a falta de sangue e sexo deixa o programa ainda mais enfadonho.

Ajuda a piorar tudo o fato de este ser o primeiro filme de Lee Alan McConnell, cuja maior contribuição ao cinema foi ter assumido a direção de segunda unidade no pavoroso Halloween 5. McConnell leva o filme com mão de ferro, e o resultado é que ele parece não terminar nunca, deixando o espectador aliviado quando os créditos iniciais aparecem. Some a tudo isso o péssimo roteiro de Jeff Rank. Ele avacalhou geral, transformando Greg, que era um dos heróis no filme original, em vilão, inclusive fazendo com que ele tenha um comportamento completamente diferente do sujeito gente boa que ele era no primeiro filme. Além disso, Rank não tem a mínima noção de como fazer suspense. Em uma cena, deixa um dos personagens temporariamente cego, mas a falta de visão jamais é explorada para qualquer coisa, e logo o personagem está enxergando direitinho novamente (dãããã!).

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Analisando a fundo, não dá para saber o que é pior: a completa nulidade do filme em comparação com o original ou a total pobreza da produção, que no final mostra uma das cenas mais capengas da história do cinema: caças do Exército jogam enormes mísseis sobre a base militar, mas o resultado é meia dúzia de explosões mixurucas no solo, que nem chegam a sacudir as folhas das árvores mais próximas. Se bem que o pior de tudo talvez seja a imbecilidade do governo americano, que cria Pythons gigantes como arma de guerra (???), mesmo sabendo que é impossível domesticar os bichos!!!

A não ser que você goste muito de filmes sobre cobras gigantes (será que existe tal tipo de ser humano?), fique longe deste filme. Se for um adorador de podreiras cinematográficas e trash movies, mesmo assim fique longe deste filme – prefira assistir o primeiro novamente, e divirta-se!

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Felipe M. Guerra

Jornalista por profissão e Cineasta por paixão. Diretor da saga "Entrei em Pânico...", entre muitos outros. Escreve para o Blog Filmes para Doidos!

4 thoughts on “Python 2 (2002)

  • 17/07/2017 em 19:55
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    so queria saber da onde como quando como quando saiu a segunda cobra preta…da a entender que era uma fêmea e tava buchuda, mas buchuda como se só tinha uma cobra naquele abismo nos montes urais então como ela tava buchuda e só pariu dentro da base kkkkkk

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  • 01/06/2014 em 23:58
    Permalink

    Uma porcaria. A unica curiosidade é o porque o mala do sheriff do primeiro, paga de soldado fodão no segundo.

    Resposta
  • 30/05/2014 em 08:12
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    nem merece nota esse troço.

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  • 28/05/2014 em 20:37
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    Também gosto desse segundo , mas o que estraga muito nesse filme é o uso constante de CGI .

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