Retrato de um Assassino (1986)

2.2
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Henry Lee Lucas: Fatos sobre um Assassino

Retrato de um Assassino é uma adaptação com muita liberdade da história de Henry Lee Lucas, conhecido por confessar mais de 600 assassinatos nos anos em que se manteve ativo: de 1975 a 1983, o que dá por cima um assassinato por semana. O negócio é que a maioria das confissões se provou falsa e o número estimado de mortes cometidas por Henry ficou determinado por volta de 40.

Henry Lee Lucas (1)

A vida conturbada de Henry começa em sua formação: nascido em Blacksburg, Virginia em agosto de 1936, filho de um pai aleijado e mãe prostituta, aos 10 anos teve o olho esquerdo rasgado por uma faca, ferimento ignorado pela mãe por dias até que houve uma infecção e o olho foi substituído por um de vidro, o que consequentemente ocasionou frequentes ataques de bullying pelos colegas, agravado pela atitude da mãe de frequentemente vestir o filho com roupas femininas e forçar o filho a ver suas relações sexuais com seus clientes.

Três anos depois, o pai morre de hipotermia ao voltar para a casa bêbado em meio a uma tempestade de neve. Pouco tempo depois Henry larga a escola e foge de casa até ser condenado a 4 anos de prisão em junho de 1954 por diversos furtos. Após uma fuga em 1957, foi recapturado e finalmente solto em setembro de 1959.

No final daquele ano, Lucas viajou para Tecumseh, Michigan para viver com sua meia irmã, Opal. Nesta época Lucas estava noivo de uma moça que se correspondia enquanto estava encarcerado. No Natal foi visitado pela mãe que desaprovou o romance insistindo que ele voltasse a Blacksburg. Em 11 de janeiro de 1960, Lucas cometeu seu primeiro assassinato, matando a própria mãe a facadas após uma discussão – embora de fato ela não tinha morrido imediatamente, Opal chegou a chamar uma ambulância, mas foi tarde demais. Condenado a 20 anos de prisão, saiu 10 anos depois, em junho de 1970, devido a superlotação na cadeia onde estava.

Frieda "Becky" Powell
Frieda “Becky” Powell

Sem destino, Lucas viajou por diversos estados no sul dos Estados Unidos, vivendo de bicos, quando conheceu Ottis Toole e sua prima Frieda “Becky” Powell em 1976 (no filme Becky é retratada como irmã de Ottis). Ottis tem sua própria cota de conturbação na infância: com moderado retardo mental e epilepsia, ele também foi abusado pela mãe, e após se declarar homossexual sofreu abusos sexuais de parentes próximos e sua avó materna o expôs a vários rituais satânicos, incluindo automutilação e roubo de cadáveres. Depois de fugir de casa, passou a dormir em casas abandonadas e ganhar a vida como michê.

A partir de então, Ottis e Lucas passaram a se relacionar também sexualmente – embora Lucas nunca tenha assumido homossexualidade e também se relacionasse com mulheres, fonte de conflito entre os dois – e passaram a matar juntos, sendo que o interesse de Lucas era puramente sexual – ele gostava de fazer sexo com os cadáveres de suas vítimas. Neste período, eles nunca passaram muito tempo no mesmo Estado e com modus operandi variando, a polícia não tinha qualquer pista. O filme apresenta brevemente todos estes aspectos.

Foto verdadeira de primeira vítima de Henry Lee Lucas
Foto verdadeira de primeira vítima de Henry Lee Lucas

Em 1978 o trio saiu da Flórida e estabeleceu morada em uma comunidade religiosa em Stoneburg, Texas. O ministro da comunidade deu um emprego a Lucas e Becky. Após algum tempo, Lucas decidiu mudar-se com Becky para Flórida, porém após uma discussão ela desapareceu. Lucas foi acusado pelo assassinato dela, porém as provas se mostraram contraditórias.

Henry Lee Lucas (3)

Em abril de 1983 Ottis Toole foi preso por um incêndio criminoso em Jacksonville, Florida. Condenado a 20 anos de prisão, confessou o assassinato de George Sonnenberg (também em Jacksonville) após incendiar sua casa. Em 11 de junho de 1983, Lucas foi preso acusado de assassinar uma senhora de 82 anos em Ringgold, Texas bem como pelo assassinato de Becky.
Conforme as investigações prosseguiram, outros assassinatos foram confirmados e Ottis terminou condenado a duas penas de morte e quatro prisões perpétuas por um total de seis assassinatos.

Henry Lee Lucas foi condenado a pena de morte por 11 homicídios. Com o passar do tempo as penas de morte dos dois foram comutadas em perpétuas e ambos faleceram na prisão: Ottis morreu de cirrose em 1996 e Lucas de ataque cardíaco em 2001. O túmulo de Lucas não está identificado devido a diversos atos de vandalismo e roubo no cemitério Capitain Joe Byrd em Huntsville, Texas.

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Gabriel Paixão

Colaborador e fã de bagaceiras de gosto duvidoso. Um Floydiano de carteirinha que tem em casa estantes repletas de vinis riscados e VHS's embolorados. Co-autor do livro Medo de Palhaço, produz as Horreviews e Fevericídios no Canal do Inferno!

7 thoughts on “Retrato de um Assassino (1986)

  • 03/07/2019 em 17:44
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    Vi no sbt em 96 sem cortes e achei ótimo.

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  • 20/12/2015 em 04:23
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    Ótima crítica! Texto muito bem escrito e com muita informação. Somente um adendo: não é Henry quem fala a Becky sobre o assassinato de sua mãe e sim o seu irmão Otis (somente depois que é focado este assunto, com Henry se abrindo e entrando em contradição quanto a forma em que sua mãe foi morta).

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  • 01/09/2014 em 10:19
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    como faço pra ver esse filme RETRATO DE UM ASSASSINO ja procurei mais não encontro

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  • 17/06/2014 em 09:19
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    procurando pra ver imediatamente.

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  • 16/06/2014 em 10:31
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    Realmente um ótimo filme. A cena em que a família é morta pelos protagonista sempre me incomodou bastante pelo seu realismo.

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  • 15/06/2014 em 15:42
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    Com certeza é merecido ter 5 caveiras , esse filme é muito bom , altamente recomendável . Apesar de não mostrar a brutalidade de todas as mortes sendo executadas , mais é mostrado o resultado nos corpos de suas vítimas que foram espancadas , estupradas , torturadas e cortadas até a morte sem piedade por Henry , vendo isso você pode imaginar a crueldade com que eram feitos os crimes , mais vale destacar a morte do contrabandista obeso e o filme snuff feito pelos 2 sádicos , o filme é bem violento até tendo problemas com sua classificação. ” Henry : Portrait of a serial killer ” com certeza faz parte da minha coleção !

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