A Vampira De Beverly Hills (1989)

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A Vampira de Beverly Hills (1989) (4)

A Vampira de Beverly Hills
Original:Beverly Hills Vamp
Ano:1989•País:EUA
Direção:Fred Olen Ray
Roteiro:Ernest D. Farino
Produção:Grant Austin Waldman
Elenco:Britt Ekland, Eddie Deezen, Tim Conway Jr., Tom Shell, Michelle Bauer, Jillian Kesner, Debra Lamb, Jay Richardson, Brigitte Burdine, Ralph Lucas, Robert Quarry

Se você se considera um fã de trash, terror classe C e porcarias cinematográficas em geral, mas nunca ouviu falar de Fred Olen Ray, pode esquecer; no máximo, você deve ser um fã da franquia Pânico, e olhe lá. Olen Ray, ao lado dos produtores Roger Corman e Charles Band, é um dos mais atuantes diretores/produtores de filmes ruins das décadas de 80 e 90. Seus filmes são repletos de astros de cinema em decadência, belíssimas mulheres com pouca roupa ou totalmente peladas e roteiros sem pé nem cabeça. Entre 1971 e 2014, ele dirigiu 134 filmes, em sua maioria aventuras bagaceiras, pornôs softcore e terror trash de péssima categoria. Dentro da filmografia excêntrica do diretor, A Vampira de Beverly Hills (“Beverly Hlls Vamp”) é um dos filmes mais conhecidos – e, milagrosamente, foi lançado em VHS no Brasil!

Todos os detalhes característicos do cinema de Olen Ray estão aqui: efeitos fraquíssimos, mulheres peladas e atores famosos, porém decadentes, fazendo pontas (em outros filmes, ele já utilizou nomes como John Carradine, Tony Curtis e Lee Van Cleef; aqui a vítima é Robert Quarry, que, no passado, aparecia em filmões como A Câmara de Horrores do Abominável Dr. Phibes).

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A Vampira de Beverly Hills foi rodado em apenas uma semana (!!!), logo depois do clássico absoluto de Olen Ray, Hollywood Chainsaw Hookers (ou “As Prostitutas com Serra Elétrica de Hollywood, título que aqui no Brasil “picaretamente” foi mudado para O Massacre da Serra Elétrica 3, apenas por causa da participação do ator Gunnar Hansen, o primeiro Leatherface, no elenco). Feito em 1988, A Vampira de Beverly Hills aproveita ideias do terror-comédia Vamp, feito dois anos antes (em 1986). Posteriormente, a mesma ideia dos dois filmes seria reaproveitada no superior clássico cult Um Drink no Inferno, de Robert Rodriguez e Quentin Tarantino.

Trata-se da aventura de três jovens nerds (um deles é Eddie Deezen, um dos mais ridículos seres humanos que já pisaram no planeta), que vão a Hollywood na expectativa de fazer um filme. O problema é que Kyle Carpenter (Deezen), Brock (Tim Conway Jr.) e Russell (Tom Shell) são pobres rapazes do interior, que não sabem nada da cidade grande. Eles logo procuram uma produtora de fundo de quintal e falam com o diretor Aaron Pendleton (interpretado por Jay Richardson, que é o ator de estimação de Olen Ray). A produtora de Pendleton, numa auto-referência ao próprio Fred Olen Ray, é especializada em filmes classe Z com muita mulher pelada e títulos apelativos, tipo “As Prostitutas Motociclistas no Deserto do Inferno“. Por isso, ele recusa o roteiro e “intimista” e “dramático” dos jovens, que, frustrados, decidem passar uma noitada na zona, para afogar as mágoas e não perder a viagem.

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O problema é que eles vão parar numa esquisita mansão hollywoodiana, onde um mordomo pálido chamado Balthazar (Ralph Lucas) os encaminha para a linda e sinistra Madame Cassandra (Britt Ekland, outra decadente que começou em produções sérias, como O Homem de Palha, e acabou aqui, antes de abandonar a carreira cinematográfica em 1993). A mansão de Cassandra tem as mais lindas prostitutas já vistas. O detalhe é todas são vampiras, que só querem saber do pescoço dos jovens. Kurt e Russell são atacados e vampirizados, enquanto Kyle consegue escapar e busca a ajuda do cineasta picareta, mais um padre mulherengo, Ferraro (o decadente Robert Quarry, em pequena participação), para destruir as sanguessugas…

Tudo que é bom e que é ruim no cinema de Fred Olen Ray está aqui. O ruim é que o filme é muito barato e mal-feito, sem ritmo, com um péssimo roteiro de Ernest D. Farino, desperdiçando as melhores ideias em prol do corre-corre e das piadas infames. O bom é que tem muita mulher gostosa pelada. O destaque vai para a belíssima Michelle Bauer, que também está em Hollywood Chainsaw Hookers e na maioria dos filmes de Olen Ray, sempre completamente nua. Em A Vampira de Beverly Hills, ela interpreta a gostosíssima Kristina, que tenta seduzir Kyle; mas, como o rapaz é um imbecil, acaba fugindo e escapando de virar vampiro – eu adoraria virar vampiro se fosse graças aos dentinhos de Michelle Bauer… A atriz, que continua na ativa, começou sua carreira fazendo filmes pornográficos nos anos 80 (usando o pseudônimo “Pia Snow“), e depois passou a trabalhar quase que exclusivamente para Fred Olen Ray, aparecendo em diversos dos seus filmes. Ela tem uma “comissão de frente” invejável que deveria ser preservada para a posteridade.

Além de Michelle, o outro atrativo desta tralha são as cenas duras de engolir que caracterizam os bons trash movies. É o caso da cena em que Kristina hipnotiza o imbecil do Kyle e vai tirar suas calças. Porém, o infeliz tem um crucifixo desenhado na cueca!!! hahahahaha. Outro momento especialmente cômico acontece quando o herói atravessa uma estaca (na verdade, um guarda-chuva) no coração de um dos amigos-vampiro, e, enquanto este morre e se desintegra, diz: “Porra, e eu que tinha te emprestado os meus rollers“. Ouvindo isso, o herói, como se aquilo fosse a coisa mais normal, responde: “Puxa, mas você acha que eu já não estou me sentindo péssimo???“. qua qua qua qua!

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De bobagem em bobagem, o filme termina com o final mais óbvio de todos os tempos, embora se encaixe dentro da proposta bagaceira da película. Além disso, os efeitos bagaceiros são tão ruins, mas tão ruins (especialmente o efeito que mostra as vampiras se desintegrando), que dá vontade de puxar cem reais da carteira e mandar como colaboração para o Olen Ray, que deve estar precisando desesperadamente de dinheiro para este setor.

No final, porcarias como este A Vampira de Beverly Hills só servem mesmo para nos fazer pensar em algumas coisas. Vamos a elas:

1-) Filmes ruins de quinta categoria, como este, às vezes são mais divertidos que superproduções pretensiosas, como AI – Inteligência Artificial e Titanic, e mais interessantes que muitos vencedores do Oscar.

2-) Filmes ruins de quinta categoria com muitas mulheres peladas em cena geralmente ficam mais interessantes!

3-) Michelle Bauer é uma das mulheres mais lindas do cinema e é uma pena que nunca tenha ficado famosa ou ganhado uma pontinha que seja em algum grande blockbuster.

4-) Fred Olen Ray deve continuar fazendo filmes de baixo orçamento em apenas sete dias, pois se melhorar, estraga!

Então, procurem esta tralha nas suas locadoras, ou qualquer outro dirigido por Olen Ray (destaque para Evil Toons, Hollywood Chainsaw Hookers e O Vale da Morte), e boa diversão!

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Felipe M. Guerra

Jornalista por profissão e Cineasta por paixão. Diretor da saga "Entrei em Pânico...", entre muitos outros. Escreve para o Blog Filmes para Doidos!

One thought on “A Vampira De Beverly Hills (1989)

  • 17/08/2014 em 10:54
    Permalink

    Não concordo em colocar Olen Ray no mesmo barril de Corman e Band. Os dois últimos tem o seu charme e revelaram cineastas promissores(principalmente Corman), já o Fred…

    Resposta

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