The Walking Dead – 4ª Temporada (2013/2014)

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The Walking Dead (2014)

The Walking Dead - Temporada 4
Original:The Walking Dead - Season 4
Ano:2013/2014•País:EUA
Direção:Greg Nicotero, Guy Ferland, Dan Sackheim, Tricia Brock, David Boyd, Michael Uppendahl, Jeremy Podeswa, Ernest Dickerson, Seith Mann, Julius Ramsa, Michael E. Satrazemis, Michelle MacLaren
Roteiro:Scott M. Gimple, Angela Kang, Nichole Beattie, Seth Hoffman, Curtis Gwinn, Matthew Negrete, Channing Powell, Robert Kirkman
Produção:Jolly Dale, Paul Gadd, Angela Kang
Elenco:Andrew Lincoln, Norman Reedus, Steven Yeun, Chandler Riggs, Danai Gurira, Melissa McBride, Scott Wilson, David Morrissey, Emily Kinney, Chad L. Coleman, Sonequa Martin-Green, Lawrence Gilliard, Jr., Michael Cudlitz, Christian Serratos, Josh McDermitt,

O clima de guerrilha da terceira temporada, fazendo dos errantes como meros instrumentos bélicos, agradou a crítica. É claro que o público estava mais disposto a encarar um survivor horror, com as personagens caminhando por cidades abandonadas e ambientes em ruínas, com alta frequência de derramamento de sangue, mas o que diferencia The Walking Dead de produções rasas é o seu enredo contextualizado, suas personagens fortes e, principalmente, as transformações. Mostrar que o Homem é fruto do meio em que vive, podendo transformar um xerife boa praça num assassino frio e insano, é o que o seriado traz de melhor.

Em 13 de outubro de 2013, entrou no ar pela AMC a quarta temporada da série, partindo do ponto onde havia terminado, quando cidadãos de Woodbury foram alocados para o presídio. 30 Days Without an Accident, dirigido por Greg Nicotero, apresenta um Rick (Andrew Lincoln) mais comedido, mais família, tentando transmitir bons exemplos para o alterado Carl (Chandler Riggs), enquanto Michonne (Danai Gurira) está em sua busca pessoal pelo Governador (David Morrissey), consciente de que ele ainda anda pela região, formando um novo exército. Durante uma caminhada pela mata, Rick conhece Clara (Kerry Condon), uma mulher que planeja matá-lo para alimentar seu marido zumbi – numa bela construção de personagem. Mas, o destaque do episódio fica por conta da “chuva de zumbis” ocorrida num mercado, quando Daryl (Norman Reedus), o médico Bob Stookey (Lawrence Gilliard Jr.) e Zach (Kyle Gallner), namorado de Betty, vão ao locar buscar suprimentos. Uma situação que remete à caminhada dos mortos da segunda temporada, como um dos melhores momentos da série.

The Walking Dead (4)

Com o excesso de sobreviventes no presídio, uma forte gripe atinge o grupo, levando muitos à morte e, consequentemente, transformação em errantes. Começa com Patrick (Vincent Martella), amigo de Carl, e, aos poucos, vai se espalhando pelos demais, colocando alguns como médicos improvisados. Carol (Melissa McBride) resolve cuidar das filhas do falecido Ryan (Victor McCay), as esquisitas Lizzie (Brighton Sharbino) e Mika (Kyla Kenedy), e desobedece o pedido de Rick, ensinando-as a usar armas. Com a doença avançando, Sasha (Sonequa Martin-Green), Glenn (Steven Yeun) e Lizzie sucumbem ao mal, mas nada é mais chocante do que o fim destinado à namorada de Tyreese (Chad L. Coleman), Karen (Melissa Ponzio), e David (Brandon Carroll), ambos encontrados carbonizados. Cria-se uma quarentena no presídio, com o isolamento das
crianças, e Hershel aconselha Rick a ir em busca de medicamentos que possam salvar a vida dos enfermos.

Forma-se um grupo, composto por Daryl, Michonne, o alcoólatra Bob e o furioso Tyreese, para a busca de remédios numa faculdade de veterinária próxima dali. No caminho, uma voz no rádio anuncia um local de abrigo para sobreviventes chamado Santuário. Já Rick descobre que a culpa pelo assassinato de Karen e David é de Carol, que procurava evitar que a doença se espalhasse. Na verdade, desde a morte de sua filha, na primeira temporada, ela passou a agir com “indiferença” (título do quarto episódio), tanto que nada poderia ser mais frio do que suas atitudes contra duas crianças de uma área rural próxima, Ana (Brina Palencia) e Sam (Robin Lord Taylor), além de um ato que será cometido nos episódios finais. Temendo pelas ações de Carol, Rick a expulsa do convívio dos demais, deixando-a à própria sorte.

The Walking Dead (2)

Envolto num clima de desolação pela doença, Internment traz mais desespero no presídio, e uma sensação constante de claustrofobia e impotência. Para piorar, o episódio termina com a aparição do Governador à espreita, incitando o espectador a esperar por mais momentos de tensão. Live Bait e o episódio seguinte, Dead Weight, são centrados apenas no Governador e suas ações após a queda de Woodbury – uma daquelas escolhas sempre erradas da série. Vale apenas pelo encontro dele com a família Chamblers, uma versão alterada da família Chalmers do livro The Walking Dead: A Ascensão do Governador. A família – duas irmas adultas, Lilly (Audrey Marie Anderson) e Tara, o pai delas, de cadeira de rodas, David (Danny Vinson), e a pequena Meghan (Meyrick Murphy), que faz o Governador lembra de Penny – acolhe Brian, nome adotado por ele, e tem a sua proteção assegurada, contra os errantes que surgem, como o próprio David, e um fosso de mortos.

Em sua jornada pela ascensão, o Governador reencontra o velho conhecido Martinez (Jose Pablo Cantillo), e seus braços direitos, Mitch (Kirk Acevedo) e Pete (Enver Gjokaj). Não demorará muito e ele logo se tornará líder do grupo, sugerindo que os Chamblers o acompanhe até o presídio, o lugar ideal para se estabelecerem, desde que consigam dominá-lo. O último episódio de 2013, Too Far Gone, é o ponto alto dessa temporada, num confronto entre os soldados do Governador e os residentes na prisão. Se os dois anteriores serviram para trazer um pouco de humanidade para o vilão, o oitavo mostrou que suas atitudes continuam na mesma proporção anterior, desde atirar na
cabeça de Meghan até decapitar Hershel num dos momentos mais gore de toda a série.

The Walking Dead (2)

Com a prisão comprometida, após a morte do Governador, os sobreviventes se espalham pela região. O episódio After, exibido em 9 de fevereiro de 2014, tenta organizar os núcleos, mostrando, por exemplo, como Rick estaria depois da surra que levou no último episódio. Carl quase o mata, acreditando que o pai se transformou num errante, e perde toda a sua fé nele, resgatando aos poucos com reaparição de Michonne. Em Inmates, as ações são conduzidas por outros núcleos, como o composto por Beth e Dary; Tyreese, Lizzie e Mika, com a pequena Judith; Maggie, Sasha e Bob; e Glenn com Tara. Este último conhece novas personagens, vindas em seu próprio veículo: o sargento Abraham Ford (Michael Cudlitz), o visionário Eugene Porter (Josh McDermitt) e Rosita (Christian Serratos).

Em Claimed, o décimo primeiro da temporada, vemos um pouco mais do passado de Michonne: ela teve um filho, Andre Anthony, falecido com o início do apocalipse, e também testemunhamos um lado mais simpático da personagem. Enquanto Glenn descobre que os novos amigos estão indo em direção de Washington, D.C., porque Eugene parece que sabe o que originou o apocalipse e tem ideias de como encerrá-lo, Rick encontra vestígios de que o melhor caminho é o Santuário, seguindo pela linha do trem em direção ao terminal.

The Walking Dead (3)

Se a temporada já não caminhava muito bem, com essas alternâncias de núcleos e poucos momentos de destaque, o pior episódio é, com certeza, Still, centrado apenas em Daryl e Beth, suas bebedeiras e reflexões. Até o próprio Daryl, um dos personagens mais legais da série, aparece aqui completamente desfigurado, irritante. Felizmente, as emoções retornam em Alone, episódio 13, com Maggie, Bob e Sasha, e os conflitos psicológicos enfrentados por esta última, que acredita que Tyreese possa estar morto. Beth é levada por um misterioso veículo, deixando Daryl com a sensação de não ter agido corretamente para protegê-la.

The Grove traz o núcleo de Tyreese, com Lizzie, Mika e Judith, além da reencontrada Carol, a caminho do Santuário. Poderia ser mais um momento descartável da temporada, se as ações não apresentassem um desfecho tão impressionante, quando Carol percebe que a índole de Lizzie é extremamente perigosa, principalmente pelo que ela fez com Mika. Na sequência final, Carol, a personagem mais evoluída da série, resolve contar para Tyreese sobre os atos cometidos com Karen e David.

The Walking Dead (2013)

Todas as expectativas sobre o terminal se findam nos últimos dois episódios, Us e A. Daryl se aproxima de um grupo isolado, sem falar muito, atendendo as regras de convivência. Ele até segue os procedimentos até perceber que os forasteiros estão à caça de Rick. O penúltimo episódio traz uma cena parecida com a vista em Extermínio, ocorrida em um túnel. A sequência é bem interessante, e permite a reaproximação dos núcleos Glenn e Tara com Maggie, Sasha e Bob e o grupo de Abraham. Eles chegam ao terminal e são bem recebidos por uma estranha e simpática mulher. Em A, há o embate entre os novos conhecidos de Daryl com Michonne, Carl e Rick. Todos finalmente encontram o tal Santuário, e descobrem que os moradores têm um jeito peculiar para se manterem vivos.

Extremamente inferior às demais, a quarta temporada manteve a boa aceitação da crítica, mas teve momentos sonolentos e incômodos. Essa intenção de alternar núcleos, como o do Governador, conduzido em dois episódios, foi corretamente criticado, mesmo que tenha se espelhado nos livros lançados. No geral, uma temporada razoável, com episódios descartáveis que poderiam ter sido apresentados em uma série isolada. Ainda assim manteve o fôlego para a quinta temporada, que viria seis meses depois!

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

4 thoughts on “The Walking Dead – 4ª Temporada (2013/2014)

  • 03/02/2014 em 19:07
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    THE WALKING DEAD É MUITO BOM E EU AMO SUSPENSE E ESSES VIADINHOS VÃO FALAR QUE É RUIM SÓ PORQUE TEM MEDO DA PORRA DO ZUMBI OK ME PROUCURA NO FACE Gabriel Tezza BEIJOS REKALKE

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  • 06/11/2013 em 18:25
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    “Hershel também chega perto de protagonizar outro drama eficaz ao arriscar-se levando um chá aos enfermos, para amenizar sua dor, mas não sinto que funcionou como desejavam. O vi mais como burro do que altruísta.”

    Realmente foi patética essa cena. Deu até vontade de mudar de canal quando aconteceu isso.
    Personagens burros em filmes(séries) de horror me deixam puto.

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  • 20/10/2013 em 23:54
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    começou bem,espero que continue assim.

    Resposta

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