The Strain
Original:The Strain
Ano:2015•País:EUA, Canadá Direção:Gregory Hoblit, Guillermo del Toro, T.J. Scott, Guy Ferland, J. Miles Dale, uillermo del Toro, T.J. Scott, Guy Ferland, J. Miles Dale, uillermo del Toro, T.J. Scott, Guy Ferland, J. Miles Dale, uillermo del Toro, T.J. Scott, Guy Ferland, J. Miles Dale, Howard Deutch, Kevin Dowling, Phil Abraham, Vincenzo Natali, Roteiro:Gregory Hoblit, Guillermo del Toro, Chuck Hogan, Justin Britt-Gibson, Carlton Cuse, David Weddle, Regina Corrado, Bradley Thompson Produção:Ra'uf Glasgow, Cory Bird Elenco:Corey Stoll, David Bradley, Mía Maestro, Kevin Durand, Jonathan Hyde, Richard Sammel, Jack Kesy, Natalie Brown, Miguel Gomez, Max Charles, Ruta Gedmintas, Robin Atkin Downes, Lizzie Brocheré, Ron Canada |
por Marcos Brolia
A segunda temporada da série The Strain, baseada na trilogia de livros sobre vampiros virais escrita por Guillermo Del Toro e Chuck Hogan, exibido simultaneamente aqui no Brasil este ano, deixou muito a desejar e não chegou nem perto do que poderia entregar.
Night Train, o último episódio foi tudo aquilo que a série poderia ter sido desde o começo, quando Del Toro dirigiu o prelúdio do primeiro episódio ao nos mostrar como o gigante romeno Jusef Sardu se transformou no hospedeiro do Mestre, uma história folclórica de terror contada para assustar as crianças incautas, inclusive pela babushka de um infante Abraham Setrakian, exatamente o primeiro capítulo de Noturno, primeiro livro da trilogia.
O que poderia ter sido uma temporada memorável, tendo em vista a qualidade da primeira, ficou no medíocre, sem empolgar, com apenas uma ou outra sequência grandiosa. O grande erro foi tentar se descolar demais do texto escrito, enxertando uma grande leva de personagens sem qualquer verdadeira profundidade e com relações interpessoais fraquíssimas calcadas em romances aos borbotões que quase descambaram para o cafona e o piegas.
Eu falo mais precisamente do erro no tom ao “tentar falar de amor”, um tema que deveria ser de extrema importância, uma vez que uma das regras malditas dos Strigoi é que eles sempre voltam para transformar sua “pessoa amada”. Em detrimento, tivemos grande parte do tempo gasto no relacionamento raso de um recém-curado Eldritch Palmer com sua nova (em todos os sentidos) secretária, Coco Marchand, do ucraniano durão Vasily Fet com a hacker Dutch Velders e por sua vez sua relação birrenta com a namorada Nikki e até Gus Elizalde se envolve com a filha do dono de um restaurante tailandês num flerte igualmente sem graça e descartável.
Em contrapartida não houve nenhum esmero nas cenas de terror ou de ação, sempre repetitivas, parecendo seguir a escola The Walking Dead, com as investidas dos vampiros seguindo incansavelmente o mesmo modus operandi e todos os ataques ao grupo parecendo cópias das mesmas sequências anteriores.
Aliás, a expectativa principal era que, tal qual nos livros, a situação da epidemia vampírica estivesse bem fora de controle, como uma verdadeira situação de calamidade pública e uma crônica de tragédia anunciada. Mas não foi o que se viu. Na verdade, nem parecia tanto assim que a humanidade estava indo para o buraco, e que os Strigoi representavam um perigo de fácil controle: só você chegar com sua espada, um vergalhão de prata e uma lanterna UV que eles eram abatidos como moscas.
Nosso herói falho, Eph Goodweather deveria ter crescido quanto personagem, mas a interpretação de Corey Stoll estava sempre no automático. Sua relação com o álcool, sua verdadeira “queda”, não foi explorada da forma que deveria. Assim como o relacionamento com seu insuportável filho Zach, muito por conta da troca de ator mirim, de Ben Hyland para o absolutamente péssimo Max Charles, tornou-se frio, não gerava a menor empatia pai-filho para o espectador, nem mesmo quando Kelly se aproximava do objetivo de capturá-lo, sob influência pesada do Mestre para desestabilizar o grupo que quase acabara com ele e o obrigara a conseguir um novo hospedeiro, tendo o roqueiro poser Gabriel Bolivar como seu novo corpo.
O lance de Eph com Nora Martinez foi cada vez mais se deteriorando, algo que quem já leu os livros esperava num futuro próximo, com a moça cansada das mentiras e das atitudes do parceiro, sua obsessão e seus meios escusos e egoístas que vinha encontrando em tentar resolver seus problemas (somado ao vício pela bebida). Porém, o esperado florescer de um novo amor com outro personagem, como nas páginas, não vai acontecer, por conta do destino de Nora no último capítulo, que surpreendeu tanto quanto revoltou na mesma medida.
Já Setrakian acabou se tornando um personagem caricato de si mesmo, assim como o próprio Fet, o que mostrou-se uma gritante involução de personagens. A incessante busca do velho caçador de vampiros pelo Occido Lumem, uma espécie de grimório de capa de prata que conta a origem dos Strigoi, incluindo aí o Mestre e os demais Anciões, e a possível forma de destruí-la, foi arrastada até seu limite, numa série de acontecimentos e coincidências bem tacanhas do roteiro, que envolveu até uma conspiração da própria Igreja Católica que foi reduzida a um pastiche, quase tão inócua quanto a trama política, centrada numa disputa de poder do prefeito de Nova York com uma determinada vereadora, Justine Faraldo, outra cara nova em relação ao livro (mas uma adição forte e interessante pelo menos).
Falando nisso, o ponto crucial para os leitores da “Trilogia da Escuridão”, foi como a série se descolou do livro em relação “A Queda”. Enquanto a primeira temporada se manteve fiel, com algumas mudanças pontuais e liberdade de roteiro interessante, praticamente 80% do material dessa temporada era novo e desinteressante, dando a nítida impressão da tentativa de encher linguiça.
E o futuro da série é preocupante para aqueles que leram os livros, já que o grande calcanhar de Aquiles da “Trilogia da Escuridão” é exatamente o terceiro livro, “Noite Eterna”, e a forma como “A Queda” termina foi ignorada, ou pelo menos, adiada pelos realizadores, como deu a entender na construção dos complexos que servirão como abatedouro de humanos, supervisionada de perto pro Thomas Eichrost, crudelíssimo vampiro nazista e capanga do Mestre.
Aliás, Richard Sammel coloca a série toda embaixo do braço no meio de um bando de atores atuando de forma medíocre. Sua maldade, arrogância, diálogos e sarcasmo que transbordavam pelos poros são o grande destaque desta temporada, como uma flor que nasce em uma lata de lixo, tendo seu ponto alto ao raptar Dutch Veders e sua história pré-alistamento na SS contada em flashback.
Alguns breves momentos de respiro de genialidade fizeram com que a segunda temporada de The Strain só desse ainda mais uma sensação de frustração pelo seu potencial desperdiçado. Entre elas, a pérfida falange de crianças cegas farejadoras controladas por Kelly na busca por Zach, o segmento P&B de introdução do personagem Angel de La Plata, e a chegada de Quinlan, o Nascido, um híbrido entre humano e Strigoi nascido durante o Império Romano, que possui uma ligação de sangue com o Mestre.
A minha esperança é que tenhamos assistido uma espécie de temporada ½ em The Strain, um daqueles ínterins sem graça, e que a terceira se aproxime muito mais do que foi a primeira, e reencontre seu caminho para não cair de vez na noite eterna para os fãs.
O que incomoda nessa temporada é o fato de a cidade estar a beira do caos, a epidemia Strigoi se espalhando, e as pessoas continuarem com as suas vidas normalmente como, por exemplo, indo em bares e fazendo compras.
Mas para quem viu a 1ª e 2ª temporada, um alento, a 3ª temporada é fantástica e o caos domina Nova York.
Aguentem firme!!!
Até parece que quem escrevei a critica fui eu!kkkk…concordo em tudo que vc disse meu amigo,decepcionante essa temporada!forte abraço e parabéns pela critica!
Não conhecia os livros , mas quando assisti a 1ª temporada me agradou muito . Concordo com a critica no texto a 2ª temporada caiu bastante a qualidade , espero que a 3 ª Temporada seja melhor.