4.2
(18)
Pague para Entrar Reze para Sair (1981)
Um Passeio pelo Inferno!
Pague para Entrar, Reze para Sair
Original:The Funhouse
Ano:1981•País:EUA
Direção:Tobe Hooper
Roteiro:Lawrence Block
Produção:Steven Bernhardt , Derek Power
Elenco:Elizabeth Berridge, Shawn Carson, Jeanne Austin, Jack McDermott, Cooper Huckabee, Largo Woodruff, Miles Chapin, David Carson, Sonia Zomina, Kevin Conway

Criador de clássicos como O Massacre da Serra Elétrica (The Texas Chain Saw Massacre, 1974) e Poltergeist – O Fenômeno (Poltergeist, 1982), o diretor Tobe Hooper também foi responsável por uma pequena produção realizada em 1981, que não virou referência, não marcou época e nem alcançou sucesso nas bilheterias. Recebendo no Brasil o título de Pague Para Entrar, Reze Para Sair (The Funhouse), o filme pode não ter feito história como os grandes sucessos de Hooper, mas é lembrado até hoje pelo público por contar uma história simples e interessante que é a cara dos anos 80, além de utilizar como cenário um parque de diversões. Desenvolvendo essa ideia, Hooper mostra como diferente e aterrador pode se tornar um local que passa a ser conhecido a partir de quando as luzes são apagadas.

No começo do filme conhecemos a jovem Amy (Elizabeth Berridge), que ao lado do namorado Buzz (Cooper Huckabee) e de um outro casal de amigos (Largo Woodruff e Miles Chapin) procura alguma forma de entretenimento para passar a noite. Logo o lugar escolhido será um parque de diversões que acabou de chegar na cidade. Primeiramente Amy se mostra contrária à ideia de seguir com o grupo por causa de uma história envolvendo duas garotas que desapareceram após terem ido para o tal parque alguns anos antes. Ela acaba sendo convencida pelos amigos do contrário e segue escondida dos pais. Uma vez no local, os amigos começam a se divertir com as atrações até que Buzz tem a ideia do grupo descer dos carrinhos do trem fantasma durante o percurso do brinquedo e se esconder dentro do mesmo para passar a noite no parque fechado.

O plano é executado com sucesso e o grupo permanece no interior do trem fantasma sem ser notado no momento em que o parque já está encerrando as suas atividades. Os quatro amigos saem de seus esconderijos e começam a explorar o local, até que, curiosos, começam a observar através de uma janela o que está acontecendo dentro de uma sala. Eles verão então que nem todos os funcionários do local têm aparência ou comportamento como o de pessoas normais, como o filho mutante do dono do parque que possui rosto deformado e comportamento insano. E o que seria uma noite de diversão vai se transformando aos poucos no mais real dos pesadelos para os amigos.

Claro que em pouco tempo o grupo será descoberto, claro que serão perseguidos e mortos um por um, claro que quase todos vão morrer, restando apenas um sobrevivente e não será difícil descobrir quem será essa pessoa sortuda. Pague Para Entrar não é um filme para se ter grandes surpresas. Trata-se de uma produção ruim por isso? Claro que não. Tobe Hooper consegue criar um interessante clima de medo dentro do parque, aliás, um dos grandes acertos do diretor foi o de pegar o conceito de parque de diversões e reinventá-lo de forma a causar medo. Algo na verdade não muito difícil de ser feito. Você já esteve em um parque de diversões fechado e durante a noite? Trata-se de um local realmente assustador! No lugar de risos e barulho temos silêncio, escuridão, vazio. Em outras palavras, um ambiente realmente macabro e será nesse novo universo que os quatro amigos vão passar a noite tentando sobreviver a algo que eles não sabem ao certo o que é.

Visto hoje pela primeira vez, o filme seria capaz de provocar risos ou constrangimento em uma plateia acostumada com grandes produções do terror atual, repleto de cenas editadas especialmente para provocar susto e de efeitos digitais bem realizados. Para essas pessoas, a já longínqua década de 80 parece ter acontecido na verdade há mais de 100 anos tamanha a evolução que o gênero tenha passado até hoje. Claro que atualmente vemos excelentes produções assim como grandes porcarias, mas seria injusto renegar o valor que os filmes de terror dos anos 80 tiveram para a época e como influenciaram parte das atuais produções. E Pague Para Entrar tem justamente esse estilo anos 80, seja na própria forma da história ser conduzida ou simplesmente no figurino usado pelo elenco. Mas engana-se quem pensa que dar a um filme o rótulo de anos 80 é algo negativo. Para o cinema do terror foi uma época de boas obras e na qual as produções se tornaram bastantes populares para o grande público.

Pague para Entrar Reze para Sair (1981) (2)

O cinema de terror sempre apostou em monstros e situações de medo para vender seus produtos. Desde a primeira vez que filmes com múmias, homens lagartos e criaturas de Frankenstein foram realizados, o cinema simplesmente passou a aprimorar cada vez mais este conceito. Tudo na vida acontece na forma de evolução e no cinema não poderia ser diferente, seja na forma de filmar, de editar e até mesmo de lançar um filme. E no começo dos anos 80, novas produções estavam sendo apresentadas ao mundo, como as séries Halloween (1978) e Sexta-feira 13 (Friday the 13th, 1980). E durante toda a década várias obras de peso foram surgindo como A Hora do Pesadelo (Nightmare on Elm Street, 1984), Hellraiser (1987), entre várias outras. Trabalhos que existem e são cultuados até hoje, independente da qualidade de cada um. E foi nesse contexto que Pague Para Entrar, Reze Para Sair foi concebido. Uma época onde vários filmes foram produzidos com orçamentos pequenos, elenco pouco conhecido ou iniciante, personagens com pouca ou sem nenhuma profundidade e diretores criativos. O resultado podia ser positivo ou negativo.

Em Pague Para Entrar, o diretor Tobe Hooper vai conduzindo a trama de forma a criar um ambiente claustrofóbico para os personagens. Salas escuras e apertadas são exploradas para causar a sensação de que as vítimas em potenciais não têm para onde fugir. Cada corredor pode significar morte certa e em alguns momentos os personagens se veem literalmente sem terem para onde fugir. Hooper consegue criar esse clima aos poucos e de forma interessante.

Pague para Entrar Reze para Sair (1981) (1)

Natural do Texas, Hooper dirigiu em 1974 o clássico Massacre da Serra Elétrica, realizando um dos filmes mais perturbadores e violentos do gênero conseguindo impressionar até hoje. Por esse motivo já pôde gravar seu nome na calçada da fama do terror. Dono de uma carreira irregular, Hooper dirigiu bons exemplares do gênero, como Eaten Alive (1976), Poltergeist (1982), além de episódios de séries como Freddy´s Nightmare (1988) e Tales from the Crypt (1989). Como ninguém é perfeito, ele também deu algumas mancadas durante a carreira como A Morte Veste Vermelho (I´m Dangerour Tonight, 1990) e Noites do Terror (Tobe Hooper’s Night Terrors, 1993). A pior delas, no entanto foi ter dirigido a bomba cômica chamada O Massacre da Serra Elétrica 2 (The Texas Chain Saw Massacre 2, 1986).

Podemos dizer então que Pague Para Entrar seria o meio termo do diretor. Um bom filme, mas com falhas e limitações, talvez financeiras, criativas ou simplesmente da época. Visto hoje por alguém pela primeira vez, passaria despercebido, mas que marcou quem o assistiu nos saudosos anos 80. Para esse público, é impossível ir a um parque de diversões e não se lembrar em algum momento do filme e principalmente se sentir um pouco temeroso por caminhar neste mesmo lugar sozinho caso esteja fechado e vazio. Sentir certo receio de andar por esse espaço acontece graças à lembrança do filme. Não que Pague Para Entrar seja inesquecível, mas algo desta produção permanece e fica marcado para o telespectador. Quase como um trauma de infância.

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22 Comentários

  1. Concordo com seu comentário, é exatamente isso. por incrível que pareça o que ficou marcado pra mim além do Parque de diversões foi a Risada da alegoria na mulher gorda. pra mim, aquela rizada dela no final me parece querer dizer muitas coisas; isso foi de uma sutileza interessante.

  2. prefiro mil vezes esse filme do que esses filmes de hoje amarrotado de efeitos visuais, esses filmes de hohe são sem conteudo algum..

  3. Sabe Eu Fico Pensando Exorcista teve 500 mil péssimas imitações escrotas no Cinema copias baratas e chegamos a um ponto que filme de possessão já não é mais filme e terror mas tem adolescente que acha isso legal como Funk ambos são Abaixo da Porcaria eu fico pensando vi pouquíssimos filmes nesses estilo com a Genialidade de Tobe Hooper que juntou um monte coisa que parece simples mas mostra como se faz um filme de terror mostra algo alem do assustador e nos faz pensar que a noite é uma criança mas também um Labirinto do Horror e que não é bom Inventar Moda aonde você estiver para não ter consequências Graves Porem Pague para entrar Reze Para sair vai alem disso mostra algo bem simples do começo ao fim porem o Clima e o Cenário vão fazendo a pessoa pensar nossa o que vai acontecer com Um Circo e um clima Obscuro sem apelar para retardadices de espíritos e sim um lugar que iria se Torna um palco de Terror pois se você comete um erro ainda mais em um Lugar que você não conhece e não tem para aonde fugir é meu amigo a coisa ta feia ainda mais com um elemento Surpresa sabe eu fico pensando ninguém tentou Fazer Algo Parecido e Graças a Deus que nenhum sem noção tentou fazer Remake pois estragaria essa obra e mais pelo menos ninguém pegou a ideia desse filme e quem sabe fazer algo que possa ser Melhor ou do mesmo Nível/Estilo Por fim Jamais Me esqueço dessa época inicio dos anos 90 época que não existia algo pobre que cada vez mais hoje em dia mata o ser Humano Celular/Whatsapp pois na época você Batia na casa dos seus amigos e combinava algo bacana que a criançada não faz mais se juntar par ver um filme de terror ou caso então você assistia na melhor companhia a da sua mãe ou seu pai deixando a Diversão mais completa ainda ,que época boa que não volta Pague Para Entrar Reze Pra sair Um Filme Na minha Opinião Injustiçado Merecia mais Reconhecimento pela Critica e o mais Legal Ótimos Atores que Passaram Desapercebidos e o Mais legal Um Dos Vilões do filme que Apresenta Atrações Do Circo Quase em todo filme que depois se mostra um Bandidão Classe A Kevin Conway fez varias pontas em filmes inclusive até Chefe de Policia no Filme Justiça Sob Tutela com Nosso Bom Ator que fez Batman no inicio dos anos 90 (Michael Keaton)quando vi aquele Olhar Rude e de Poucos Amigos não Acreditei que era o Cara Muito Legal uma pena Um Ótimo Ator que passou desapercebido pelo cinema Lamentável Mas são coisas que acontece Porem Nada Tira o Brilho desse filme e das Atuações convincentes no Filme Pague Para Entrar Reze Para Sair Merecia Uma Nota Máxima !!!!

  4. Filme clássico e maravilhoso!! Saudades e nostalgia se misturam nessa obra cult do gênero de terror!

  5. Filme fraco. Não entendo porque a má vontade com o clássico People under the stairs é tanta benevolência com essa porcaria mal escrita.

    1. Deve ser porque People Under The Stairs é uma bosta, mano!

    1. Filme incrivelmente assustador para a época…Sem tecnologias, mais bem elaborado dentro do objetivo que era.

  6. Filme chato! Custei acreditar que foi Tobe Hooper quem dirigiu isso!!!

  7. Eu já estou há muito tempo procurando pelo nome deste filme pra mim baixar. Eu queria mesmo é rever as cenas das personagens adolescentes nuas! Uh! que tesão!

  8. Um pequeno clássico de Tobe Hooper, e sem duvida, um de seus filmes mais interessantes.
    A ideia de um filme de Terror ambientado é simplesmente original, uma pena que foi estragada com o passar das décadas…
    Mas “PAGUE PARA ENTRAR, REZE PARA SAIR” tem muitos atrativos, a começar pela sequencia dos títulos: os bonecos são simplesmente aterrorizantes, tão aterrorizantes, que de inicio, pensamos que se trata de um filme ambientado em uma casa de bonecos assassinos.
    Depois, a cena da morte da falsa vidente é tensa, assustadora, e o melhor, sem trilha sonora!!!! Mas o momento clássico, sem duvida, é quando vemos a face do monstro!!!! Um momento tão antológico que nos surpreende, pois pensamos que o garoto é algum deficiente, ou tem o rosto deformado, mas não que fosse um monstro!!!!! Simplesmente fantástico.
    O filme tem vários momentos sem trilha sonora, o que o torna ainda mais assustador. E também, os “freak animals” do parque são de verdade, o que nos deixa ainda mais perplexos.
    Cada uma das mortes é diferente e consegue superar a anterior.
    A morte do monstro é sem, duvida, o momento de maior tensão do filme todo. Você não sabe quando vai terminar, ou se ele morreu de verdade.
    O final é a cereja desse bolo assustador, É completamente silencioso, não ouvimos absolutamente nada, a não ser a risada daquela boneca gigantesca horrorosa. A expressão de pavor no rosto de Amy (Elizabeth Berridge) torna-se a nossa expressão de pavor. E sem duvida, quando ela finalmente consegue ir embora, sentimos vontade de ir embora com ela e nunca mais pisar em um Parque de Diversões na vida!!!!!!!!!
    Mas é por tudo isso que “PAGUE PARA ENTRAR, REZE PARA SAIR” merece um lugar na lista dos Melhores Filmes de Terror de todos os tempos.
    Um filme com trama simples, efeitos especiais simples, direção correta, elenco afiado… Tudo feito com muita eficiência.
    E para quem não sabe, três depois, Elizabeth Berridge brilharia em outro Clássico do Cinema, “AMADEUS” (1984), obra-prima, vencedora do Oscar, sobre a vida de Mozart, dirigida por Milos Forman.
    Para encerrar, “FUNHOUSE” é, sem duvida, uma pérola do Cinema de Terror dos Anos 80, onde as melhores ideias não vinham de quantidades de dinheiro, e sim, da mente criativa de seus criadores.
    ALTAMENTE RECOMENDÁVEL!!!!!!!!!!!!

    1. A melhor crítica, melhor até que a do boca do inferno!, parabéns! Falou tudo!

  9. Quem foi criança nos anos 80 certamente lembra desse filme. Marcou a infância de muita gente, eu sempre via quando passava na tv. É um daqueles filmes que marcam mais pela nostalgia do que pelas próprias qualidades. Eu revi recentemente, não envelheceu muito bem, mas a ambientação em um parque de diversões continua sendo ótima e tem uma atmosfera legal. Ainda é melhor do que muita produção picareta de hoje em dia.

  10. Um filme bem legal embora em alguns momentos se torne um pouco monótono. Comparado com o próprio Hooper, e seus clássicos torna-se um filme morno, mas se o colocarmos ao “terror” que é feito hoje em dia, trata-se de uma obra acima da média.

  11. Eu assiste esse filme que gostei muito no INtercine da GLobo a uns quatro anos atras.a garota protagonista ate aparece peladinha na cena de banho no inicio do filme!!(essa cena eu gostei mesmo!!).e um filme bom e que me divertiu,gosto dos filmes da decada de 80,e os de terror entao e divertido de ver pela nostalgia,simplicidade e ate inocencia que aquele periodo tinha!!!vida longa e muito sucesso ao BOca do INferno.

    1. Esse filme marcou a infância de muita gente eu tinha medo desse filme quando criança vi o começo no super cine da Globo 1986 depois nos anos 90 no SBT no fim de noite já não dava medo ele envelheceu podia ter uma versão moderna desde que não estraguem como o novo Poltergeist bobo dos anos2000

      1. Eu não sei, assisti ontem, gostei muito; ele me surpreende pelos exatos motivos que a galerinha de hoje (eu me esquecendo que nasci depois dos anos 2000 rsrsr) detesta: Ritmo cadenciado, a ausência de sanguinolência e mortes exageradas e um frenesi constante; ele me impressionou porque eu esperava muito disso, nem nudez ele tem direito, ele subverte muita coisa do slasher, ele gasta 40 só mostrando o parque e os personagens alegres e os outros 56 minutos já são com o parque fechado e sombrio, a própria montagem e a direção do filme é muito bacana, tem vários planos sequências ou as cenas com a grua que são muito bem feitas. Eu gostei bastante, não é uma obra-prima absoluta do cinema que vai mudar vidas, mas é muito bom, o povo que tá muito acostumado com obras vazias.

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