Antiviral
Original:Antiviral
Ano:2012•País:EUA, Canadá Direção:Brandon Cronenberg Roteiro:Brandon Cronenberg Produção:Niv Fichman, Victor Loewy Elenco:Caleb Landry Jones, Sarah Gadon, Douglas Smith, Joe Pingue, Malcon MacDowell, Nicholas Campbell, Sheila McCarthy, Wendy Crewson, Lisa Berry, Salvatore Antonio |
Filhos de grandes jogadores de futebol carregam consigo uma grande responsabilidade e, por que não, um grande fardo, afinal, sempre serão comparados a seus pais. No caso da arte não é diferente: Joe Hill, filho de Stephen King, está se dando muito bem, e sem usar o sobrenome do pai – seus trabalhos abordam, em sua maioria, o mesmo tema de King, porém Hill é mais sutil e vem se destacando por isso. Sofia Coppola já carrega o sobrenome do pai, mas conseguiu uma identidade própria, e já realizou belos trabalhos no cinema. Agora é a vez Brandon Cronenberg, filho de David Cronenberg, um diretor conhecido por grandes filmes, muitos deles do gênero fantástico. Antiviral é o primeiro trabalho de Brandon, e vemos claras influências do pai em sua estreia no cinema.
O filme se passa em um futuro próximo, onde o culto as celebridades chega ao extremo. Nesse cenário, existem empresas especializadas em vender doenças (?) dessas celebridades, com o argumento de que o fã fique mais próximo da intimidade de seu ídolo a partir da enfermidade adquirida. Syd March (Caleb Landry, de X-men: Primeira Classe) trabalha em uma dessas firmas que tem como exclusividade a distribuição de doenças de Hanna Geist, uma das mais famosas celebridades da atualidade. Syd, além de seu emprego, faz por fora da empresa uma espécie de tráfico dos vírus, usando seu corpo como transporte dos mesmos. Quando injeta em seu corpo um vírus de Hanna, ele se vê em uma conspiração cheia de reviravoltas envolvendo as indústrias do comércio das doenças, além de ter que buscar a cura, afinal o vírus que contraiu é letal e está levando-o à morte, assim como a portadora principal.
O roteiro escrito pelo próprio Brandon é ousado pela estranheza do tema: é difícil evitar comparações com os trabalhos do pai! Vemos ali influências de Videodrome, A Mosca, entre outros. O filme tem uma estética interessante, a fotografia puxada para o branco, contrasta com as cenas onde o sangue suja esse visual clean. Infelizmente Brandon não consegue dar ritmo ao filme, que começa com um ideia bem interessante, mas da metade pra frente se torna um thriller conspiratório com reviravoltas demais. A quase ausência de trilha sonora incomoda e atrapalha o andamento da trama. O elenco também não consegue dar vida ao filme; o apático Caleb Landry não retrata a agonia de um personagem a beira da morte, assim como Malcon MacDowell (visto também em Excision), como médico de Hanna Geist.
O tema abordado pelo filme é delicado e se encaixa com nossa realidade atual: esse culto a celebridades leva as pessoas a agirem de forma fútil, sem que isso acrescente algo a suas vidas. Pelo contrário, podem levá-las a um espécie de realidade paralela, onde não existe personalidade própria, vivendo a mercê de seus ídolos, enriquecendo-os, incluindo as empresas que aproveitam dessa fixação coletiva. Talvez pela sombra do pai, que já tem décadas de experiência e vários trabalhos cultuados em seu currículo, esse trabalho de Brandon Cronenberg não seja visto com bons olhos pela maioria – mas fica a promessa de outros que sejam interessantes pela sua estranheza, estilo que David Cronenberg abandonou há alguns anos e pode ser retomado pelo seu filho.
Discordo, a atuação e a trilha estão em seus devidos lugares.
Me surpreendi bastante com a originalidade do roteiro, o clima bizarro, com influências dos trabalhos do pai e a fotografia.
Achei, também, um pouco parecido com Pí, do Darren Aronofsky, por ser centrado em um personagem solitário envolvido em acontecimentos estranhos. Realmente a unica coisa que não me convenceu foi, como em Halloween de Robbie Zombie, a atuação de Malcon MacDowell. Fator totalmente perdoável, tendo em vista os outros pontos positivos.
Nessa época de remakes e clichês, é louvável que ele tenha feito um filme de estreia tão diferente e ousado.
A apatia e a escassez de música no filme são propositais. São dois elementos que reforçam o desconforto do espectador ao ver um mundo em que o termo “desalmado” é levado às últimas consequências.
interessante,tem nos sites de filmes on line que eu frequento,acho que irei assistir esse .