2
(1)

O Herdeiro do Diabo (2014)

O Herdeiro do Diabo
Original:Devil's Due
Ano:2014•País:EUA
Direção:Matt Bettinelli-Olpin, Tyler Gillett
Roteiro:Lindsay Devlin
Produção:John Davis
Elenco:Allison Miller, Zach Gilford, Sam Anderson, Roger Payano, Vanessa Ray, Bill Martin Williams, Geraldine Singer, Julia Denton, Colin Walker, Madison Wolfe, Joshua Shane Brooks, Aimee Carrero

A estética conhecida como found footage sempre dividiu opiniões. Para cada ótimo filme que já foi lançado, como A Bruxa de Blair, de 1998; Noroi, de 2005; REC, de 2007; ou O Último Exorcismo, de 2010, uma série de películas de qualidade duvidosa chegava ao cinema. A ideia de ter uma câmera amadora e tremida manuseada pelo próprio elenco se mostra funcional quando o roteiro consegue justificar que os personagens vão continuar filmando não importa o que aconteça. Ou como a protagonista Ángela Vidal, do excelente REC, explica que as pessoas (de fora do prédio contaminado) precisam saber o que aconteceu ali e por isso, tudo deve ser filmado.

Infelizmente esta lógica não acompanha boa parte das produções do gênero, que muitas vezes trazem tramas até interessantes, mas que não se sustentam como found footage principalmente pelos roteiros não justificarem o fato dos personagens estarem filmando quando deveriam estar tentando se salvar. O mais recente exemplar desta categoria de uma história interessante, mas que teve uso forçado do found footage responde como O Herdeiro do Diabo, de 2014.

A premissa, apesar dos clichês, é até interessante. O casal Zach (Zach Gilford) e Sam (Allison Miller) está em lua de mel na República Dominicana. Na última noite antes de voltarem para os Estados Unidos, eles são levados por um taxista para uma festa estranha com gente esquisita e muita bebida. Sem se lembrar do que aconteceu, o casal acorda no hotel e volta para casa. Não demora muito para Sam descobrir que está grávida. A partir deste momento, coisas estranhas começam a acontecer e logo Zach desconfia de que algo de errado e sobrenatural está acontecendo com o bebê.

O Herdeiro do Diabo (2014) (2)

A temática de um bebê anticristo ou do mal não é novidade no gênero, que tem em O Bebê de Rosemary, de 1968, um dos seus grandes clássicos. Apesar de não chegar nem perto do filme de Roman Polanski, O Herdeiro do Diabo até teria alguns bons momentos se não fosse pela insistência dos diretores Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett pela utilização do found footage.

A justificativa pela utilização da câmera amadora em O Herdeiro do Mal se dá por Zach querer documentar os mais importantes momentos do casal para que as lembranças não se percam com o tempo. A dupla de diretores até é feliz por incluir outras câmeras como as instaladas em estacionamentos de supermercados para oferecer um segundo ponto de vista. Mas de repente os integrantes de uma seita do mal invadem a casa do casal e instalam várias câmeras ao melhor estilo Big Brother.

E de volta ao que Ángela Vidal disse em REC sobre a obrigatoriedade de gravar tudo para que as pessoas soubessem o que aconteceu, O Herdeiro do Diabo falha justamente neste aspecto. Até a metade do filme, é até plausível acompanhar Zach e sua câmera, mas a partir de certas crises da esposa, o público começa a se perguntar o porque da câmera continuar ligada. Em alguns casos ela poderia até ter esquecido de desligar, mas logo torna-se mais do que previsível saber o que vai ser filmado ou não.

O Herdeiro do Diabo (2014) (3)

Desta forma fica o sentimento de assistir a mais um filme found footage cujo roteiro não justifica a ideia de uma câmera gravando todos, absolutamente todos os acontecimentos. Aqui é importante deixar claro que público e crítica costumam aplaudir de pé exemplos de found footage, mas desde que possuam roteiros que segurem a proposta de uma narrativa contada através da câmera amadora. Este infelizmente não foi o caso de O Herdeiro do Diabo.

O que você achou disso?

Clique nas estrelas

Média da classificação 2 / 5. Número de votos: 1

Nenhum voto até agora! Seja o primeiro a avaliar este post.

5 Comentários

  1. no começo e interesante o final eu achei meio sem sentido ela poderia ter sobbrevivido e o filho viver e ter a posibilidade de conhecerr a deus

  2. não vi ainda ,mas agora desanimei 🙁

  3. Esqueceram de citar “Paranormal Activity” de 2007, que também foi excelente. Este com certeza beira a mesmice, e mostra com clareza absoluta que o gênero “found footage” já deu o que tinha de dar. É como se fosse feito apenas para vender, sem se importar se o publico ira sentir medo ou não (vamos combinar que já vimos tanto disso, que nem dá mais medo), resumindo, um filme puramente descartável.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *