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Guerra dos Monstros (2015) (3)

Guerra dos Monstros
Original:Freaks of Nature
Ano:2015•País:EUA
Direção:Robbie Pickering
Roteiro:Oren Uziel
Produção:Matthew Tolmach
Elenco:Nicholas Braun, Mackenzie Davis, Josh Fadem, Denis Leary, Ed Westwick, Vanessa Hudgens, Keegan-Michael Key, Bob Odenkirk, Joan Cusack, Chris Zylka, Ian Roberts, Rachael Harris, Mae Whitman, Patton Oswalt, Pat Healy, Shannon Welles, David Castaneda

O ano que se passou foi muito frutífero para quem gosta de comédias de horror e, mesmo dentro deste subgênero, havia exemplares pra todos os gostos. Teve Goosebumps para os pequenos; os saudosos do gore clássico de Peter Jackson se esbaldaram com Deathgasm e Cooties; quem é mais vidrado nas sutilezas e na sátira de gênero tem What We Do in The Shadows e Terror nos Bastidores dentre suas preferências; e os junkies fast-food de escatologia se ancoraram em Como Sobreviver a um Ataque Zumbi.

Dentre todos, o que ganhou maior divulgação no Brasil foi o último citado. Uma grande e desavergonhada bobagem cujas melhores cenas foram entregues nos trailers de cinema. Aos que, como eu, esperavam bem mais desta produção (ou pelo menos rir de verdade), podem encontrar um pouco de redenção no recém-lançado Guerra dos Monstros.

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Inicialmente denominado The Kitchen Sink, este deveria ser o debut na direção do ator Jonah Hill, isto no longínquo ano de 2011. Porém devido a compromissos em seu trabalho no roteiro e produção de Anjos da Lei, quem assumiu a cadeira de diretor foi o iniciante no gênero Robbie Pickering. Após muitas mudanças de datas e alterações (já estava pronto desde 2013) o filme ganhou um novo título, Freaks of Nature, sendo finalmente lançado em circuito limitado nos Estados Unidos no Halloween de 2015.

Guerra dos Monstros mostra-se uma comédia voltada ao público teen com um roteiro simples, um elenco competente, bons elementos de humor e escatologia sem exageros que, apesar de suas limitações, supera em larga margem seu congênere Como Sobreviver a um Ataque Zumbi.

A trama se passa na pequena cidade de Dillford, conhecida pela sua carne ultra-processada e por ser uma comunidade onde zumbis, vampiros e humanos coabitam em uma experiência pacífica. Dag (Nicholas Braun, Seita Mortal) é um garoto que tem uma queda pela sua vizinha sexy Lorelei (Vanessa Hudgens, Sucker Punch: Mundo Surreal), contudo não consegue expressar seus sentimentos adequadamente. Petra (Mackenzie Davis, Perdido em Marte) é uma humana que está perdidamente apaixonada pelo vampiro Milan (Ed Westwick, Gossip Girl) e tem que lidar com o desprezo após receber somente uma mordida – e um pé na bunda – depois de ser seduzida por ele. Já Ned (Josh Fadem) é um gênio que não aguenta mais ser preterido pelos seus pais, que valorizam somente o atleta irmão mais velho e decide por vontade própria se tornar um zumbi e ter uma vida mais simples.

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Quando alienígenas aparecem na cidade por uma razão misteriosa, a tênue barreira de convivência se rompe, criando um caos sem precedentes onde todos os lados (humanos, vampiros, zumbis e aliens) atacam entre si. As circunstâncias forçam Dag, Petra e Ned a se unir e sobreviver outra noite, colocando suas diferenças de lado para frustrar os planos extraterrestres.

A abordagem do filme e a interação entre os personagens adolescentes são os grandes destaques, lembrando mais os clássicos de John Hughes do que qualquer outra coisa. Eles conflitam com seus próprios medos, com suas inseguranças e uns com os outros, porém seus defeitos e virtudes são balanceadas o suficiente para compor um grupo coeso, tornando a atração mais divertida.

Mesmo abraçando os anos 80 com força, é inteligente a forma como a sociedade contemporânea é retratada pegando o microcosmo de Dillford e seus monstros como modelo. Isto permite ao diretor lidar com certa leveza irônica temas relativamente polêmicos, como segregação social, bullying, sexualidade, aceitação de diferenças e até alimentação saudável. Porém é uma pena que boa parte deste potencial seja diluído entre piadas usadas na base da tentativa e erro: alternadamente usando escatologia rasteira e tiradas inteligentes.

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Outra grande questão é que não houve muito consenso em como as cenas deveriam ser construídas e isto se representa na enorme bagunça que é o trabalho de edição de Guerra dos Monstros – alguns dizem que a culpa neste caso é do estúdio Sony que tentou “consertar” o filme. Nitidamente sem nenhuma coerência, personagens foram editados para aparecerem pouco tempo, tornando nomes conhecidos da TV como Bob Odenkirk (Breaking Bad), Joan Cusack (Shameless), Mae Whitman (Parentwood e Arrested Development) e Patton Oswalt (O Rei do Queens) como meros coadjuvantes para pontas de luxo. Cenas de ação – bem movimentadas, por sinal – também pouco fazem sentido com esta mão pesada e bons efeitos especiais são prejudicados.

Esta falta de cuidado na edição também atrapalha a identidade de Freaks of Nature: ele não pousa com segurança como comédia, como horror ou como drama adolescente, mas ainda assim existe grande valor e esforço na tela, o que é bem mais do que posso dizer sobre Como Sobreviver a um Ataque Zumbi. Só é uma pena constatar que se fosse tratado com um pouco mais de carinho, poderia ser um novo clássico como A Noite dos Arrepios.

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1 comentário

  1. Assisti ontem (25/10/18) no Space. O filme tem uma pegada cômica, alguns sangues voando… No Geral é um filme bacaninha e que diverte. Vale a pena dar uma olhada na programação pra ver quando passa novamente ou alugar, caso tenha saído em DVD.

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