Constantine – Hellblazer: Fantasmas do Passado
Original:Constantine, The Hellblazer Vol.1: Going Down Ano:2015•País:EUA Páginas:140• Autor:Ming Doyle, James Tynion IV, Riley Rossmo, Vanessa Del Rey•Editora: Panini |
Durante o reboot do Universo DC – mais conhecido como Os Novos 52 – a editora trouxe o personagem John Constantine de volta ao seu universo de super-heróis. A revista do querido mago sacana no selo Vertigo havia sido cancelada no número trezentos, mas a DC enxergou ali uma oportunidade de usar a popularidade de Constantine para atrair leitores para alguns de seus 52 novos títulos. Com isso o mago chegou a fazer parte de uma versão “dark” da Liga da Justiça, com mais um bando de heróis sobrenaturais, e deixou de lado seu senso de humor ácido e sarcástico para proferir frases de efeito de gosto duvidoso em cada um dos balões que saiam da boca do nosso querido JC. A recepção não foi das melhores.
Em 2015 o reboot da DC já vinha dando sinais de estagnação e a editora, novamente, mexeu em alguns títulos durante a iniciativa DC You que mirava em um público mais jovem. Os dois títulos dos Novos 52 por onde Constantine circulava (Liga da Justiça Sombria e Constantine) haviam sido cancelados e, novamente, a popularidade do personagem não poderia ser ignorada. Assim surgiu Constantine – Hellblazer, com Ming Doyle (The Kitchen) e James Tynion IV (Batman Eterno) nos roteiros e arte de Riley Rossmo (Proof) e Vanessa Del Rey (Hit), título que a Panini traz agora para o Brasil no encadernado Constantine – Hellblazer: Fantasmas do Passado, contendo as primeiras seis edições da revista original americana.
A história deste encadernado mostra Constantine às voltas com um mistério bastante particular: os fantasmas de seus amigos começam a desaparecer aos poucos, atacados por uma misteriosa entidade sobrenatural. Gas, um de seus amigos mortos, pede ajuda a Consntantine que deve revisitar um passado bastante doloroso na busca por uma solução para o mistério.
A primeira coisa que o leitor tem que ter em mente ao botar as mãos em Constantine – Hellblazer: Fantasmas do Passado é que este não é o velho John Constantine do selo Vertigo. A DC acerta ao pegar grande parte do passado do personagem do título e misturar com o personagem dos Novos 52, rejuvenescendo-o e dando a ele um novo background, mais palatável e atraente para novos leitores. Constantine agora vive em Nova Iorque, é muito mais jovem, usa computador e smartphone, e anuncia seus serviços como exorcista online.
O plot da história é interessante, mas Ming Doyle e James Tynion IV parecem se esforçar mais do que deveriam na tentativa de atualizar o personagem para os tempos atuais. Seu Constantine é bobo – até meio inocente – e mesmo que insista em dizer praticamente em todas as páginas que é um sujeito solitário com um passado negro, o personagem não transmite todo este pesar. Em alguns momentos a tentativa de usar uma linguagem jovem e descolada soa como minha avó usando gírias na boca de John Constantine.
Há também um tal departamento secreto de investigação sobrenatural que deixa esse upgrade ainda mais com uma cara de seriado ruim. O principal ponto positivo dos roteiros é a exploração da sexualidade do personagem, que já havia sido ponto polêmico durante a passagem de Brian Azzarello pelo título Hellblazer na Vertigo, e vai deixar os fãs mais preconceituosos de cabelo em pé. O outro ponto positivo do encadernado é a arte de Riley Rossmo e Vanessa Del Rey, que remetem às fases antigas do personagem na Vertigo, mantendo um link interessante entre o passado e o futuro de John Constantine.
Constantine – Hellblazer: Fantasmas do Passado e os demais títulos da DC You servem como porta de entrada de novos leitores. Mais do que uma história de terror para os fãs do selo Vertigo, o novo título de Constantine possui uma pegada mais Supernatural do que O Exorcista. Estes títulos da DC You possuem um público-alvo bastante específico, portanto, a não ser que você seja um daqueles fãs radicais da velha-guarda, é bem provável que você até se divirta com esta nova versão de Constantine.
Não é A Hellblazer que estávamos acostumados, mas é muito melhor que a fase dos novos 52, e tirando essa parte de bissexual, achei o arco todo muito bom até, quando chegou no cap.13 a gente até sente aquele desespero do Jonny boy. E sim, Constantine esta muito imaturo, com algumas piadas fracas, e digamos que a arte em algumas ocasiões não é das melhores, até porque o quer queremos ver é a hellblazer, como antes, e não encontramos isso, mas ainda assim vale a pena a leitura.
Parece que Constantine virou viado nesta revista.
Não. Ele sempre foi bissexual e não homossexual, que é a palavra que você parece estar querendo dizer.
Comprei pela obrigação de fã, mas é algo que envergonharia Moore, Delano, Ennis e Milligan, apenas para citar alguns autores que escreveram suas histórias. Ruim de mais tudo, inclusive a sexualidade exagerada de Constantine. Tomara que agora com Rebirth eles retomem de maneira mais acertada a volta do personagem como era na época da Vertigo.
Eu achei que pesa a mão demais em alguns detalhes, como escrevi na crítica, mas tem pontos interessantes. O problema é que a faixa etária do público alvo aí é outra, bem diferente daquela da linha Vertigo.
E eu nem curto tanto a fase do Milligan. Considero um meio-termo entre o Hellblazer clássico da Vertigo e esse moderninho do Universo DC.