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A Autópsia
Original:The Autopsy of Jane Doe
Ano:2016•País:UK
Direção:André Øvredal
Roteiro:Ian B. Goldberg, Richard Naing
Produção:Rory Aitken, Fred Berger, Eric Garcia, Ben Pugh
Elenco:Emile Hirsch, Brian Cox, Ophelia Lovibond, Michael McElhatton, Olwen Catherine Kelly, Parker Sawyers, Jane Perry

Não parece ser difícil fazer um filme de horror eficiente. O conceito básico já foi ensinado pela História do Cinema Fantástico, bastando apenas explorar cuidadosamente os elementos essenciais, construir uma atmosfera aterrorizante e trabalhar com o sugestivo. Quando você assiste a um longa como The Autopsy of Jane Doe, a sensação é de que o Medo foi despertado naturalmente, sem a necessidade do uso exagerado de sangue em profusão ou monstros, e que a produção deverá acompanhá-lo durante um bom tempo na madrugada insone. Trata-se de um dos melhores filmes de 2016, tão simples e correto, assustador e climático, como o gênero devia sempre ser.

A película foi dirigida por André Øvredal, de O Caçador de Troll (2010), que resolveu apostar no terror depois de ter visto Invocação do Mal. Maravilhado com a simplicidade na moldagem do medo, ele entrou em contato com seu agente e disse que gostaria de comandar um filme de terror. Um mês depois um roteiro, escrito por Ian B. Goldberg e Richard Naing, apareceu em sua mesa. André se encantou pela proposta e já deu início à produção, com o cuidado técnico necessário. Depois de oferecer um dos papéis principais a Martin Sheen, logo ele ficaria com o excepcional Brian Cox, que elevou o nível do trabalho e tornou a experiência ainda mais gratificante para o espectador.

Como muitos thrillers sombrios, o filme começa com o cenário de um violento crime. Quatro pessoas foram encontradas mortas numa residência, sem motivo aparente para o sangue espalhado pelo ambiente. Intrigado, o xerife Sheldon (Michael McElhatton) tenta entender como aquilo aconteceu tão repentinamente, e por que há no porão, meio enterrado, o corpo não identificado e nu de uma bela mulher. Ele então conduz o cadáver até o necrotério dos Tilden, para a realização de uma autópsia detalhada, uma vez que não há sinais aparentes de violência, nem hematomas na dita, como se ela simplesmente tivesse morrido.

Apelidada de Jane Doe (a versão feminina do John Doe ou Zé Ninguém), o corpo, da belíssima Olwen Catherine Kelly, chama a atenção dos dois funcionários, pai e filho, interpretados por Cox e Emile Hirsch, respectivamente, tanto que o rapaz deixa de lado um encontro com a namorada Emma (Ophelia Lovibond) para exercer seu trabalho e tentar entender a aflição e pressa do xerife. A autópsia começa a ser realizada em três etapas – externa e duas internas -, trazendo pequenas informações sobre o ocorrido e o passado da vítima, sem a necessidade de um flashback explicativo, enquanto, na rádio, o locutor anuncia uma tempestade gradualmente complicada na mesma proporção da experiência na mesa de ferro.

Ambiente único, poucos personagens. The Autopsy of Jane Doe vai lentamente incomodando o espectador com a curiosidade mórbida e a sensação de insegurança. O ritmo nunca é arrastado, com o dinamismo da boa direção e das informações lançadas em doses regulares, preparando o público para o terror eminente, como se nos colocasse como um auxiliar da dupla, despertando uma vontade desesperada, claustrofóbica, de sair dali, daquela situação sufocante.

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Média da classificação 5 / 5. Número de votos: 5

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32 Comentários

  1. Muito bom. Eficiente e diferente. Gostei demais.

  2. Excelente!!!
    O filme consegue manter o alto nível de tensão apesar de se desenvolver praticamente só no necrotério e quase totalmente centrado na realização da autópsia. Bons efeitos, e ir desvendando aos poucos quem é Jane Doe, o que aconteceu com ela e o que poderá acontecer aos protagonistas vivos mantém o clima sombrio. Ponto positivo para a ideia de uma vilã ameaçadora e perigosa, mesmo totalmente imóvel, aparentemente à mercê das ações humanas e ainda com uma bela aparência e a suposição de ser uma vítima inocente. O que provoca tensão é o desconhecido, que aos poucos vai se revelando.
    O final poderia ter sido melhor trabalhado, destoou do restante do filme, parecendo apressado e desleixado. Apesar disso, não chega a estragar a obra, que vale muito a pena ser conferida.

  3. eu tambem nao entendi o que o policial quiz dizer no final “eu prometo” ele promete o que sera que ele tmb tem algo a ver com tudo isso.

    1. Ele não fala com ela. Ele estava falando com sua esposa usando aqueles fones via Bluetooth. Essa cena acaba passando despercebida mesmo, só fui reparar na segunda vez que assisti o filme.

    2. O policial que leva o corpo a chama de “amor” e diz que é a primeira vez que faz “determinada coisa”, dando a impressão de que se trata de um necrófilo.

      1. Deixa para lá, não foi bem isso que ele disse e realmente não fala com o corpo da jovem porque antes de dizer que promete algo ele dá uma pausa, indicando que estava ouvindo algo, logo, ele realmente promete alguma coisa para a pessoa que falava com ele.

  4. eu tambem nao entendi o que o policial quiz dizer no final “eu prometo” ele promete o que sera que ele tmb tem algo a ver com tudo isso

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