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Na Mira da Morte
Original:Targets
Ano:1968•País:EUA
Direção:Peter Bogdanovich
Roteiro:Peter Bogdanovich, Polly Platt, Samuel Fuller
Produção:Peter Bogdanovich
Elenco:Boris Karloff, Tim O'Kelly, Arthur Peterson, Monte Landis, Peter Bogdanovich, Stafford Morgan, James Brown

Depois que o produtor de filmes “B” Roger Corman descobriu que o ator Boris Karloff devia alguns dias de trabalho em seu contrato, ele imediatamente pediu ao seu antigo assistente Peter Bogdanovich para incluir o astro de horror em algum filme qualquer.

Bogdanovich, um antigo crítico de cinema e escritor, acabou elaborando um roteiro baseado num caso real acontecido em 1966 no Texas, sobre um franco-atirador chamado Whitman. Corman aprovou e financiou o projeto em US$ 130 mil, permitindo inclusive que fossem utilizadas algumas cenas de Sombras do Terror (The Terror, 1963, produzido e dirigido por Corman e estrelado também por Boris Karloff) no filme de Bogdanovich.

Na Mira da Morte (Targets, 1968) foi então filmado em 25 dias, utilizando Karloff em apenas 5 deles. Com o objetivo de manter o elenco gastando o mínimo possível (filosofia principal das produções de baixo orçamento, especialidade de Corman), o próprio diretor Bogdanovich atuou em seu filme, interpretando o diretor/escritor Sammy Michaels.

Na abertura de Na Mira da Morte é exibida a sequência de inundação de The Terror, cena de aproximadamente 3 minutos e escolhida por Bogdanovich como a que melhor se encaixaria em seu filme. A história é sobre um velho ator de horror, Byron Orlok (Boris Karloff), que anuncia sua despedida do cinema, descontente com a violência irracional e real dos dias atuais. Porém, solicitado com insistência pelo seu antigo Estúdio, ele concorda em fazer uma última aparição promocional em público, comparecendo a um drive-in que estava exibindo um de seus filmes (The Terror).

Enquanto isso, um jovem, Bobby Thompson (Tim O’Kelly), perturbado, com problemas familiares e obcecado em armas de fogo, acaba atirando em sua esposa e pais. O psicopata foge de casa e leva consigo um arsenal de armas poderosas. Ansioso por matar, ele se instala no alto de um tanque de gasolina e utilizando a mira telescópica de seu rifle, passa a atirar aleatoriamente em pessoas e motoristas comuns que atravessam à sua frente. Com a chegada da polícia, ele foge indo parar no mesmo drive-in onde se encontra o ator Byron Orlok.

Thompson se posiciona atrás do telão e começa a atirar nos espectadores em seus carros. Após muitos mortos e feridos, o franco-atirador tenta fugir e é surpreendido por Orlok, que lhe acerta vários golpes com sua muleta. O assassino é então preso pela polícia e ator aposenta-se para sempre.

Depois que a Paramount comprou o filme, uma onda de histeria invadiu os Estados Unidos com o assassinato do senador Robert F. Kennedy. O estúdio pensou em explorar a situação e lançar o filme como uma mensagem do controle de armas no país. Porém, receoso em enfrentar controvérsias devido à violência apresentada em Na Mira da Morte, sua distribuição foi irregular, o que prejudicou sua divulgação.

Apesar de tudo, a crítica e o público consagraram o filme e o seu diretor, Peter Bogdanovich, que demonstrou talento, uma virtude que se estendeu em seus trabalhos posteriores.

Curiosamente, os acontecimentos desse filme, baseado em história real, se repetiram novamente de forma similar nos Estados Unidos, onde um franco atirador matou várias pessoas durante meses, escondendo-se no porta malas de um carro e disparando com um rifle de precisão aleatoriamente atingindo pessoas que andavam pelas ruas.

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3 Comentários

  1. Excelente resenha! Parabéns, meu caro! Essa temática de assassinatos em locais de entretenimento sempre inspirou Hollywood em bons filmes, como “Pânico na Multidão” (Two-Minute Warning, 1976) e “Domingo Negro” (Black Sunday, 1977). Continuem assim, apresentando sempre ótimas análises de filmes. Curtimos muito! Obrigado!

  2. Filmaço com um final antológico! Quatro estrelas, no mínimo. Karloff idoso, mas ainda incrivelmente imponente, num filme com ótima direção de Bogadnovich.

  3. Não entendi as 2 caveiras e meia. Na Mira da Morte é um excelente suspense, muito bem desenvolvido por Bogdanovich, com uma presença marcante de Karloff e um estilo realista que se consolidaria na década seguinte nos filmes de Dirty Harry e Desejo de Matar. O desfecho é inesquecível. Quatro caveiras, no mínimo.

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